terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Natal contado por crianças



Na alegria do Natal que se prolonga nesta oitava
não resisto em partilhar convosco esta deliciosa representação do Natal.
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


"Levanta-te, olha em redor e vê que já nasceu o dia,
e há-de andar por aí uma roda de alegria.
Se não souberes a letra, a música ou a dança,
não te admires, porque tudo é novo.
Olha com mais atenção.
Se mesmo assim ainda nada vires,
então olha com os olhos fechados,
olha apenas com o coração,
que há-de bater à tua porta uma criança.
Deixa-a entrar.
Faz-lhe uma carícia.
É ela que traz a música e a letra da canção.
Ela é a Notícia"

D. António Couto

sábado, 24 de dezembro de 2011

Precisamos de aprender a esperar



Esperar é afirmar que é Deus quem completa.
Esperar é confiar.

O que está para chegar é importante porque confirma que não somos o que de maior existe.
Devolve-nos a real proporção das coisas.
Quando aprendemos a esperar a importância desloca-se de nós para o objecto da nossa espera.

Os que sabem que Jesus já veio e vai voltar, ao esperarem por Ele, conhecem-No melhor.
Aceitam-Lhe o tempo e são ensinados nessa expectativa.
Aceitam-Lhe a soberania e são transformados nessa submissão.
Aceitam-Lhe o perdão e são salvos nesse amor.
Esperamos por Cristo e já estamos atendidos.

Ao aguardarmos o Seu regresso temos a cada dia a certeza que já chegou Aquele por quem esperávamos.
A nossa alegria não tem fim."
Tiago Cavaco

One day

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Igual é impossível


A zona mais preguiçosa da inteligência tende a encontrar semelhanças entre pessoas, situações e simples objectos. Já a zona mais elevada da nossa capacidade de pensar detecta diferenças. O nosso universo mental tende a refugiar-se no que já conhece e integra a novidade como simples variação do conhecido. Uma pessoa recente na nossa vida, por exemplo, tende a ser enquadrada sempre como parecida com outras que já conhecemos, e chegamos ao ponto de prescrever, qual fórmula química, a quantidade de cada um dos constituintes-base no todo que temos diante de nós.

Enfim, mentes mais básicas muito dificilmente são surpreendidas, porque se tornaram hábeis em asilar-se num conjunto que julgam ser o máximo mundo possível.

Mais raro, mas muitíssimo mais inteligente, é, mesmo perante coisas superficialmente parecidas, achar-lhes as diferenças. Em cada coisa nova pode descobrir-se a excepção que o universo ali nos revela.

Talvez por isso nos sintamos realmente vivos nos momentos de improviso, quando não há qualquer plano prévio. Nesses instantes, quais caçadores, deixamo-nos diluir e envolver no ambiente e ficamos atentos a cada pequena surpresa. Mas com algum tempo e fraca inteligência acabamos por nos acomodar e trocamos um absoluto gozo da vida por um cómodo jogo dos cromos repetidos.

No caminho da sabedoria aprende-se a admirar, a calar mais que a dizer, para atingir um ponto onde se compreende que nem mesmo numa paz de espírito sublime existem sequer dois silêncios iguais. 

Investigador

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O silêncio serve para construir


"Eu acho que isto não é uma sociedade que se encontra mas apenas comunica, que é uma coisa diferente. Eu acho que nós temos excesso de comunicação.

As pessoas deviam todos os dias parar meia-hora sem falar, telemóvel desligado, computador desligado, tudo desligado! Ficar meia-hora sozinhos a pensar, no silêncio.

Há uma frase do Chico Buarque de uma música que eu tinha atrás de mim quando eu estava a escrever o Rio das flores que é: "esse silêncio todo me atordoa / atordoado eu permaneço atento".

Eu acho que o silêncio serve para construir qualquer coisa a partir dele."

Miguel Sousa Tavares

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Natal africano


Um senhor de 70 anos viajava de comboio tendo ao seu lado um jovem universitário, que compenetrado lia o seu livro de ciências. O senhor por sua vez lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia, e estava aberta no livro de Marcos. Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou:
- O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices?
- Sim. Disse o senhor. Mas não é um livro de crendices, é a Palavra de Deus. Estou errado?
O estudante dando uma risadinha sarcástica respondeu:
- Claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a história geral. E veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, fez o favor de mostrar a miopia da religião. Somente pessoas sem cultura ainda crêem nessa história de que Deus criou o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre que os cientistas dizem sobre isso.
- É mesmo – perguntou o velho cristão, e o que dizem os cientistas sobre a Bíblia?
- Bem, respondeu o universitário, agora eu não posso explicar, pois vou descer na próxima estação, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio.
O velho então cuidadosamente abriu o bolso interno do paletó, e deu o cartão ao universitário. Quando o jovem leu o que estava escrito abaixou a cabeça e saiu cabisbaixo. O cartão dizia: "Louis Pasteur, Diretor do Instituto de Pesquisas Científicas da École Normale de Paris".
Isto aconteceu em 1892.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Como posso ainda dizer-te que não?

 
Tenho andado muito longe de ti
Já duvidei que existes
Esqueci-me que me Amas
Vivi como se Tu não contasses.
E, mesmo assim, Tu queres vir ter comigo
... Trazer á minha vida alegria e esperança.
Fazer da minha vida uma festa.
Se insistes tanto, Senhor....
como posso ainda dizer-te que não?
 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Não se esqueça do principal


Conta a lenda que certa mulher pobre com uma criança no colo, passando diante de uma caverna escutou uma voz misteriosa que lá dentro lhe dizia:

- "Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: Depois de você sair , a porta se fechará para sempre.Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal..."

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas.Fascinada pelo ouro e pelas jóias , pôs a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental.A voz misteriosa falou novamente:

- "Você só tem oito minutos..."

Esgotados os oito minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou. Lembrou-se, então, que a criança ficara lá e a porta estava fechada para sempre!

O mesmo acontece, às vezes, connosco. Sempre temos uns oitenta anos para viver, neste mundo, nos adverte: "Não se esqueça do principal!" E o principal são os valores espirituais, a família, os amigos, a vida e, sobretudo, Deus.

Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais fascinam tanto que o principal vai sempre ficando de lado. Assim esgotamos o nosso tempo aqui, e deixamos de lado o essencial...os tesouros da alma.

Que jamais nos esqueçamos que a vida, neste mundo, passa rápido e que a morte chega de surpresa. E quando a porta desta vida se fechar para nós... de nada valerá as lamentações.

Portanto, que jamais nos esqueçamos do principal!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Va pensiero



Os hebreus escravizados estão de joelhos na margem do rio Eufrates, em Babilónia, como diz o salmo; a sua oração fervorosa, o seu anseio de liberdade, a saudade da sua pátria longínqua condensam-se na cena coral inesquecível do «Va pensiero».

Verdi, Nabucco

sábado, 10 de dezembro de 2011

A única vida que ilumina é a que arde

Maria dirige-se a ti


Neste dia, creio que Maria se dirige a ti, dizendo-te:

"Meu filho:
Tem a coragem de ousar, com Deus!
Tenta! Não tenhas medo d'Ele!
Tem a coragem de arriscar com a fé!
Tem a coragem de arriscar com a bondade!
Tem a coragem de arriscar com o coração puro!
Compromete-te com Deus,
e a tua vida há de tornar mais ampla e iluminada,
sem tédio nem tristeza, repleta de surpresas e de maravilhas!

Estou contigo, meu filho, no teu caminho,
Sou para ti, portadora da luz
que te ajuda a atravessar as noites
da História e da Vida.
Iluminado pela Luz do Meu Filho,
leva esta Luz aos outros,
leva esta certeza e esta confiança,
de que Deus não falha.
E onde Ele está, está o Amor,
E onde está o nosso Deus,
cada Homem é livre, grande e maior”.

Amen!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Advento


Advento, tempo de espera. Não apenas de um dia, mas daquilo que os
dias, todos os dias, de forma silenciosa, transportam: a Vida, o
mistério apaixonante da Vida que em Jesus de Nazareth principiou.
Advento, tempo de redescobrir a novidade escondida em palavras tão
frágeis como "nascimento", "criança", "rebento".
Advento, tempo de escutar a esperança dos profetas de todos os tempos.
Isaías e Bento XVI. Miqueias e Teresa de Calcutá.
Advento, tempo de preparar, mais do que consumir. Tempo de repartir a
vida, mais do que distribuir embrulhos.
Advento, tempo de procura, de inconformismo, até de imaginação para
que o amor, o bem, a beleza possam ser realidades e não apenas desejos
para escrever num cartão.
Advento, tempo de dar tempo a coisas, talvez, esquecidas: acender uma
vela; sorrir a um anjo; dizer o quanto precisamos dos outros, sem
vergonha de parecermos piegas.
Advento, tempo de se perguntar: "há quantos anos, há quantos longos
meses desisti de renascer?"
Advento, tempo de rezarmos à maneira de um regato que, em vez de
correr, escorre limpidamente.
Advento, tempo de abrir janelas na noite do sofrimento, da solidão,
das dificuldades e sentir-se prometido às estrelas, não ao escuro.
Advento, tempo para contemplar o infinito na história, o inesperado no
rotineiro, o divino no humano, porque o rosto de um Homem nos devolveu
o rosto de Deus.

Tolentino Mendonça

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Pegadas na areia



Na areia da praia da minha vida, caminhava
Revendo em cada onda o meu passado, num sonho feito filme tão real.
Na areia da praia da minha vida conversava
Com Jesus Cristo que, sempre a meu lado, deixava para trás no areal,
Suas pegadas junto ás minhas, passa a passo, como que marcando Ele o compasso.
E, pela praia, nesse sonho tão profundo, de cada passo meu se fez resumo.
E, então, notei, naquele rasto, de vez em quando um par de pegadas faltava.
Realizei, fiquei zangado e quis saber porque me tinha abandonado:
Na areia faltam os teus passos junto aos meus, nas crises que a minha vida sofreu.
Fiquei sozinho! Onde estavas? Não sei!
Na areia daquela praia, Jesus respondeu:
- Aquele par de pegadas não é teu! São minhas, quando ao colo te peguei....
...naquela praia.

Música e Letra de J. Pierre Silva (2003) a partir do original escrito, em 1967, por Margaret Fishback Powers (Canadá).

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Temos que nos disfarçar para estar próximos?



A Pro Infirmis orientou uma experiência: há apenas algumas pessoas que não têm empatia com pessoas deficientes. No entanto, o banco do passageiro no autocarro ao lado de Fabian, muitas vezes fica vazio. As pessoas com deficiência fazem parte da nossa sociedade.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011



"Aproximou-se de Jesus um centurião que Lhe suplicou: "Senhor, o meu servo está em casa paralitico e sofre horrivelmente". Disse-lhe Jesus: "Eu irei curá-lo". Respondeu-lhe o centurião: "Senhor eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado..."

Mt. 8, 5-11


Passamos os dias a pensar e a dizer: "tenho direito a...; não merecia isto...; porquê a mim...;" vitimizando-nos e envenenando-nos. Estou centrada em mim. Ao ler o centurião pensei que neste Advento podia mudar a direcção do ponteiro centrando-o mais em Jesus, e em vez de dizer "tenho direito a", direi: "não sou digna de". Ao olhar a vida de Jesus, penso: quais foram os Seus direitos? Mereceu o que teve?
"Senhor que no meu coração Te ouça dizer: "Eu irei curar-te!"

Teresa Olazabal

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Um coração grande


Senhor, para servir-Te melhor,
dá-me um coração grande.

Um coração grande
para viver escolhendo aquilo que me eleva.
Um coração grande nas ocupações
tomando-as como uma missão que me dás.
Um coração grande nas dificuldades
para que lute sempre sem desanimar.
Um coração grande
para com os amigos, leal e atento a todos.
Um coração grande para comigo
mesmo que me faz dar o meu melhor a mim e aos outros.

Dá-me sobretudo um coração grande para contigo, ó meu Senhor,
grato pelas maravilhas que fazes em mim,
disponível para construir o Teu Reino,
feliz por servir-Te e servir os irmãos,
todos os dias da minha vida.
Amen.

domingo, 20 de novembro de 2011

Mais ou menos


Podemos morar numa casa mais ou menos,
Numa rua mais ou menos,
Numa cidade mais ou menos,
... E até ter um governo mais ou menos.

Podemos dormir numa cama mais ou menos,
Comer um feijão mais ou menos,
Ter um transporte mais ou menos,
E até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.

Podemos olhar em volta
e sentir que tudo está mais ou menos.

Tudo bem.

O que não podemos mesmo, nunca, de jeito algum,
É amar mais ou menos,
É sonhar mais ou menos,
É ser amigo mais ou menos,
É ter fé mais ou menos,
É acreditar mais ou menos.

Senão, corro o risco de tornar-me
Uma pessoa mais ou menos,
E isso é a pior coisa que pode acontecer a alguém.

Sejamos felizes por inteiro!

sábado, 19 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sonda-me... Usa-me!



Sonda-me, Senhor, que me conhece
Quebranta o meu coração
Transforma-me conforme a Tua palavra
E enche-me até que em mim se ache só a Ti
Então, usa-me , Senhor
Usa-me.

Como um farol que brilha à noite
Como ponte sobre as águas
Como abrigo no deserto
Como flecha que acerta o alvo
Eu quero ser usado da maneira que te agrade
Qualquer hora e em qualquer lugar
Eis aqui a minha vida
Usa-me, Senhor
Usa-me
Sonda-me, Senhor, e me conhece
Quebranta o meu coração
Transforma-me conforme a Tua palavra
E enche-me até que em mim se ache só a Ti
Então,
Usa-me, Senhor
Usa-me

Como um farol que brilha à noite
Como ponte sobre as águas
Como abrigo no deserto
Como flecha que acerta o alvo
Eu quero ser usado da maneira que te agrade
Qualquer hora e em qualquer lugar
Eis aqui a minha vida
Usa-me, Senhor
Usa-me

Sonda-me,

Quebranta-me,
Transforma-me,
Enche-me,
E usa-me.
Sonda-me,
Quebranta-me,
Transforma-me,
Enche-me,
E usa-me... Senhor!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Faz-me falar sempre



«Jesus,  faz-me falar sempre
como se fosse a última palavra que possa dizer.
Faz-me agir sempre
como se fosse a ultima ação que possa fazer.
Faz-me sofrer sempre
como se fosse  o último sofrimento que tenho para te oferecer.
Faz-me rezar sempre
como se fosse a minha última possibilidade, aqui na Terra,
de poder falar contigo».

(Chiara Lubich)

domingo, 13 de novembro de 2011

A mulher


"Quem poderá encontrar uma mulher virtuosa? O seu valor é maior que o das pérolas. Nela confia o coração do marido e jamais lhe falta coisa alguma. Ela dá-lhe bem-estar e não desventura, em todos os dias da sua vida. Procura obter lã e linho e põe mãos ao trabalho alegremente. Toma a roca em suas mãos, seus dedos manejam o fuso. Abre as mãos ao pobre e estende os braços ao indigente. A graça é enganadora e vã a beleza; a mulher que teme o Senhor é que será louvada" (Prov 31, 10-31).

"É curioso notar que, neste dia em que a Palavra de Deus nos exorta a trabalhar, a fazer render os nossos dons, nos apresente como modelo de trabalho, empenho e dedicação a mulher.

«Nas mulheres podem-se encontrar quatro qualidades: são gu-losas, curiosas, preguiçosas e ciumentas. São também choramingonas e tagarelas». Assim se exprimiam os rabis do tempo de Jesus e, meio a sério meio a brincar, acrescentavam: «Quando Deus criou o mundo, tinha à disposição dez cestos de palavras; as mu¬lheres ficaram com nove e os homens com um.»

Gracinhas (muitas vezes infelizes) sobre as mulheres encon¬tram-se em provérbios de todos os povos, e não é de admirar que se encontrem também nos livros da Bíblia. Há textos do Antigo Testamento nos quais a mulher aparece como sedutora, tagarela, ciumenta, curiosa, vaidosa (Eclo 25, 13-26; 26, 1-27); são um reflexo da mentalidade da época.

A leitura de hoje propõe um trecho no qual, pelo contrário, se faz o elogio da mulher. Numa época em que a mulher pouco mais era do que um dos muitos objectos do marido, o livro dos Provérbios, exalta-a à dignidade de pessoa humana. Afirma que a mulher perfeita tem um valor inestimável: comparadas com ela, as pérolas mais valiosas são desprezíveis (v. 10). Quem encontra uma mulher assim, encontra um verdadeiro tesouro.

Esta leitura vem-nos recordar que por trás do dom da vida há sempre uma outra vida que se conjuga no feminino; na vida de Jesus está a Virgem Maria; nas nossas vidas está a «mulher» que chamamos mãe.
A leitura parece querer dizer à mulher que seja mulher no silêncio misterioso da sua maternidade; que seja autêntica mulher para que saiba ser autêntica esposa e verdadeiramente mãe. Que saiba dizer sim à vida, pondo a render os talentos que o Senhor lhe confiou.

Num tempo em que a mulher era pouco considerada, é espantoso o elogio da mulher trabalhadora do Livro dos Provérbios. Grande e ousado o risco da Escritura em apresentar a mulher como modelo de trabalho e de dádiva! E quantos medos ainda persistem em reconhecê-lo, dentro das paredes de casas e instituições, longe e perto de nós?! Quem não aprendeu e cresceu na alegria de dar com as nossas mães, com as mulheres das nossas vidas? Não só a dar mas a darmo-nos, com o enlevo de quem gera vida nova e a oferece ao mundo?

Não dever ter sido por acaso que foram servos e não servas quem recebeu os talentos da parábola. Talvez pelas dificuldades ou pela capacidade de alargar o coração, dificilmente uma mulher enterraria o talento recebido!".

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Oração pelos amigos



"Obrigado, Senhor, pelos amigos que nos deste. Os amigos que nos fazem sentir amados sem porquê. Que têm o jeito especial de nos fazer sorrir. Que sabem tudo de nós, perguntando pouco. Que conhecem o segredo das pequenas coisas que nos deixam felizes. Obrigado, Senhor, por essas e esses, sem os quais, caminhar pela vida não seria o mesmo.

Que nos aguentam quando o mundo parece um sítio incerto. Que nos incitam à coragem só com a sua presença. Que nos surpreendem, de propósito, porque acham mal tanta rotina. Que nos dão a ver um outro lado das coisas, um lado fantástico, diga-se.

Obrigado pelos amigos incondicionais. Que discordam de nós permanecendo connosco. Que esperam o tempo que for preciso. Que perdoam antes das desculpas. Essas e esses são os irmãos que escolhemos. Os que colocas a nosso lado para nos devolverem a luz aérea da alegria. Os que trazem, até nós, o imprevisível do teu coração, Senhor".

Pe. Tolentino de Mendonça

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Carta de amor de Deus



Olá!

Podes não conhecer-me, mas Eu sei tudo sobre ti. Salmo 139,1 
Eu sei quando te sentas e quando te levantas. Salmo 139,2 
Eu conheço bem todos os teus caminhos. Salmo 139,3 
E até os cabelos da tua cabeça estão todos contados. Mateus 10,29-31 
Pois tu foste feito à minha imagem. Génesis 1,27 
Em mim tu vives, moves-te e existes. Atos 17,28 
Poque tu és é a minha descendência. Atos 17,28 
Eu conheci-te mesmo antes que existisses. Jeremias 1,4-5 
E escolhi você quando planejava a criação. Efésios 1,11-12
Tu não foste um erro, pois todos os teus dias estão escritos no meu livro. Salmo 139:15-16 
Eu determinei o momento exato do teu nascimento e onde viverias. Atos 17,26 
Tu foste feito de forma admirável e maravilhosa. Salmo 139,14 
Eu formei-te no ventre da tua mãe. Salmo 139,13 
E tirei-te do ventre da tua mãe no dia do seu nascimento. Salmo 71,6 

Eu fui mal representado por aqueles que não me conhecem. João 8,41-44 
Mas não estou distante e zangado, pois sou a expressão completa do amor. 1 João 4,16 
E o meu desejo é derramar meu amor sobre ti. 1 João 3,1 
Simplesmente porque tu és meu filho e Eu sou teu Pai. 1 João 3,1
Eu ofereço-te mais do que o teu pai terrestre jamais poderia oferecer. Mateus 7,11 
Porque sou o Pai perfeito. Mateus 5,48 
Cada bom presente que recebes vem da minha mão. Tiago 1,17 
Pois Eu cuido de ti e supro todas as tuas necessidades. Mateus 6,31-33 
O meu plano para o teu futuro está cheio de esperança. Jeremias 29,11 
Porque Eu amo-te com um amor eterno. Jeremias 31,3 
Os meus pensamentos sobre ti são incontáveis como a areia na praia. Salmo 139,17-18 
E ao pensar em ti exulto de alegria com cânticos. Sofonias 3,17 
Eu nunca vou deixar de fazer-te bem. Jeremias 32,40 
Porque tu és meu tesouro mais precioso. Êxodo 19,5 
Eu quero-te com todo meu coração e toda minha alma. Jeremias 32,41
E quero mostrar-te coisas grandes e maravilhosas. Jeremias 33,3
Se me procurares de todo o coração, encontrar-me-ás. Deuteronómio 4,29 
Se te alegares em mim e Eu realizarei os desejos do teu coração. Salmo 37,4 
Pois fui Eu que semeei esses desejos em ti. Filipenses 2,13
Eu sou capaz de fazer por ti mais do que podes imaginar. Efésios 3,20 
Pois Eu sou teu amigo e dou-te coragem. 2 Tessalonissenses 2,16-17 
Eu sou também o Pai que te conforta em todas as suas dificuldades. 2 Coríntios 1,3-4 
Quando te sentes em baixo, Eu estou perto de ti. Salmo 34,18 
Como um pastor traz ao colo o cordeiro, Eu trago-te perto do meu coração. Isaías 40,11 
Um dia Eu enxugarei todas as lágrimas dos teus olhos. Apocalipse 21,3-4 
E afastarei de ti toda a dor. Apocalipse 21,3-4 

Eu sou o teu Pai, e Eu amo-te como amo o meu filho Jesus. João 17,23
É em Jesus, que todo o meu amor por ti é revelado. João 17,26 
Ele é a representação exata do que sou. Hebreus 1,3 
Ele veio para demonstrar que eu estou contigo, e não contra ti. Romanos 8,31 
E também para dizer-te que não perdoo os teus pecados. 2 Coríntios 5,18-19
Jesus morreu para que tu e Eu pudéssemos ser reconciliados. 2 Coríntios 5,18-19 
A sua morte foi a expressão suprema de meu amor por ti. 1 João 4,10 
Eu desisti de tudo que amava para que poder ganhar o teu amor. Romanos 8,31-32
Se receberes o presente do meu filho Jesus, também a mim me recebes. 1 João 2,23 
E nada poderá separar-te do meu amor outra vez. Romanos 8,38-39 
Viremos para casa e Eu farei a maior festa que o céu já viu. Lucas 15,7 
Eu sempre fui um Pai, e sempre serei Pai. Efésios 3,14-15 
A minha pergunta é... queres ser meu filho? João 1,12-13 
Fico à tua espera. Lucas 15,11-32

Com amor,

Teu Pai Omipotente,
Deus.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Telefones de emergência



Quando estiver triste, ligue João 14.
Quando as pessoas falarem de si, ligue Salmo 27.
Quando estiver nervoso, ligue Salmo 51.
Quando estiver preocupado, ligue Mateus 6,19.34.
Quando estiver em perigo, ligue Salmo 91.
Quando Deus lhe parecer distante, ligue Salmo 63.
Quando a sua fé precisar de ser activada, ligue Hebreus 11.
Quando estiver sozinho e com medo, ligue Salmo 23.
Quando for áspero e crítico, ligue 1 Coríntios 13.
Para saber o segredo da felicidade, ligue Colossenses 3, 12-17.
Quando se sentir triste e sozinho, ligue Romanos 8:31-39.
Quando quiser paz e descanso, ligue Mateus 11, 25-30.
Quando o mundo lhe parecer maior que Deus, ligue Salmo 90.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Atalhos



Dessa vez me esqueci, Senhor, de ti.
Como pensei, assim decidi.
Dessa vez resolvi ir só por mim
Determinei a estrada a seguir.

     Tinha a certeza de encontrar um outro jeito
     Um outro atalho para o fim alcançar
     Tinha a certeza de conseguir
     Traçar o meu destino
     Percorrer o meu próprio caminho e ser feliz.

Dessa vez prescindi; Senhor, de ti.
Ouvi tocar mas não atendi.
Dessa vez receei teu discordar
Então parti sem me despedir.

     Passei atalhos de beleza sem par,
     Superiormente perfumados convidavam-me a ficar,
     Com seus poemas e adornos de encantar.
     Guardava-me os meus pensamentos
     Até num beco sem saída eu acordar.

Dessa vez duvidei daquele amor
Que tantas vezes gritara ser o maior.
Dessa vez como pude acreditar
Haver amor capaz de prejudicar.

     Daqui para a frente ajuda-me a acreditar
     Que o teu amor é muito mais do que alguém possa imaginar.
     Pois mesmo ao lodo me podes arrancar
     E aí, ainda encharcados, nesse instante juntos cantarmos:
     Recomeçar!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Como reagem as crianças a um prato vazio?



Num mundo com a capacidade de alimentar o dobro da sua população,
3,5 milhões de crianças morrem de desnutrição aguda em cada ano
Deveríamos aprender!

Como é que se esquece alguém que se ama?

Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?

As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.

É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.

Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.

Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.

O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

segunda-feira, 31 de outubro de 2011



Todos nós sabemos como é importante falar de Cristo aos outros. Mas não devemos esquecer o impacto que tem a forma como vivemos as nossas vidas. Imagina... poderás nunca vir a conhecer a pessoa cuja vida ajudaste a mudar!

Este video mostra como o Nick converteu-se ao cristianismo com a ajuda da... Kim! E ainda não se conhecem. Como é que possível? Vejam o video!

domingo, 30 de outubro de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Está nas nossas mãos evitar a decadência


A decadência do homem contemporâneo resulta da ausência e negação de Deus e realiza-se silenciosamente, de modo subtil e, por isso, perigoso.

Gradualmente, o Homem, em vez de adorar a Deus, passa a adorar o dinheiro, o ter e o poder. Passa a sobrepor o interesse pessoal a tudo o resto, tornando-se cada vez mais violento. E assim se destrói a paz. E, ao destruir a paz, o Homem destrói-se a si mesmo.

É um terrível retrato, perante o qual nenhum de nós está imune, pois, mesmo que teoricamente nos afirmemos do lado de Deus, a Sua ausência no concreto da nossa vida é uma triste possibilidade. Como aqueles que dizem ter de uma religião, mas não praticam...

Está, pois, nas nossas mãos evitar a nossa própria decadência!

Bento XVI, Assis, 27 de Outubro de 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Dança do Zorba na rua



Não apenas simples acordes sonoros inebriantes. Sons maiores, sons que reunem num instante dezenas de pessoas até então desconhecidas num Festival Grego realizado em Otário, no Canadá. E viva a alegria!

terça-feira, 25 de outubro de 2011



"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"

Fernando Pessoa

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Seremos civilizados?


Vivemos num mundo onde morrem de fome mais de 30 000 crianças por dia. Não se trata de uma doença complexa. A sua prevenção e tratamento são conhecidos desde a pré-história! Tudo mudaria se o cidadão inteligente e consciente, como imagino o leitor destas linhas, se obrigasse a agir em favor de quem, seu igual, neste momento vive numa privação de bens essenciais.

Há pobreza e fome em Portugal. A economia, que devia ser a gestão dos recursos de acordo com valores como a justiça, a solidariedade e a paz (aquela de quem se pode dar ao luxo de se preocupar com outras questões que não a mera sobrevivência), acaba sempre por se materializar como uma forma mais ou menos eficaz de perpetuar uma sociedade desigual, onde o que importa é gerir uns tantos valores que se acredita estarem acima do da dignidade humana.

Na mundo de hoje, cada um só pensa em si mesmo e vê-se a pobreza como um inferno pessoal que se deve evitar a todo o custo, mas nunca a do outro, dado que vivemos sempre e só na primeira pessoa – do singular. Do outro, no limite, temos pena. Mas pena não chega; não fazer nada por quem de nós precisa é e será sempre uma monstruosidade.

A humanidade, o amor e a felicidade não se cumprem com declarações, exigem obras. Os mais pobres são quase sempre generosos uns com os outros, talvez porque se dão conta de que aquilo de que o seu próximo necessita para sobreviver não lhes faz falta.

Investigador

domingo, 23 de outubro de 2011

Bom Domingo!



Partilho convosco este video que recebi pela manhã. É uma forma de vos desejar um bom domingo!

Como disse uma amiga minha: "Este video fez-me pensar, embora de melancólico não tenha nada. Se estão à espera de uma coisa toda "para o sentimental" com imagens de lagos e cascatas, esqueçam lá isso, não é! Posso dizer-vos que me fez sonhar e sorrir por dentro".

sábado, 22 de outubro de 2011

Determinação



Como a determinação de um ser humano faz a diferença!

Mesmo com deficiência, uma jovem decidiu continuara viver com otimismo e entusiasmo, acreditando no amanhã.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Morreu criança chinesa atropelada e ignorada por transeuntes

Calça os meus sapatos




Antes de julgares a minha vida ou carácter,
calça os meus sapatos 
e percorre o caminho que eu percorri. 
Vive as minhas tristezas, as minhas dúvidas,
as minhas alegrias.
Percorre os anos que eu percorri.
Tropeça onde eu tropecei
e levanta-te assim como eu o fiz.
Cada um tem a sua própria história!.
E então, só aí poderás julgar-me!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mesmo assim



As pessoas são irracionais, ilógicas e egocêntricas.
Ame-as MESMO ASSIM.

Se você tem sucesso em suas realizações,
ganhará falsos amigos e verdadeiros inimigos.
Tenha sucesso MESMO ASSIM.

O bem que você faz será esquecido amanhã.
Faça o bem MESMO ASSIM.

A honestidade e a franqueza o tornam vulnerável.
Seja honesto MESMO ASSIM.

Aquilo que você levou anos para construir,
pode ser destruído de um dia para o outro.
Construa MESMO ASSIM.

Os pobres têm verdadeiramente necessidade de ajuda,
mas alguns deles podem atacá-lo se você os ajudar.
Ajude-os MESMO ASSIM.

Se você der ao mundo e aos outros o melhor de si mesmo,
você corre o risco de se machucar.
Dê o que você tem de melhor MESMO ASSIM.

Madre Teresa de Calcutá

domingo, 16 de outubro de 2011

O girassol



Simon Wiesenthal escreveu um conto chamado "O Girassol" onde um judeu teve compaixão de um rapaz nazi que só aderiu por influência da sua juventude e que pediu ao judeu, que o acompanhou na morte, que fosse falar aos pais do seu arrependimento. Ele era católico tal como os seus pais!
O conto é fantástico e inspirou este filme.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O pobre passarinho


O passarinho quereria voar para o Sol brilhante que lhe fascina o olhar; 
quereria imitar as Águias, suas irmãs, que vê elevarem-se até ao fogo divino da Santíssima Trindade... Pobre dele! tudo quanto pode fazer é agitar as suas pequenas asas; mas levantar voo, isso não está no seu pequeno poder! Que será dele? Morrerá de desgosto, ao ver-se impotente?... Oh, não! o passarinho nem sequer se vai afligir. Com um audacioso abandono, quer ficar a fixar o seu divino Sol. Nada seria capaz de o assustar, nem o vento nem a chuva; e se nuvens sombrias chegam a esconder o Astro do Amor, o passarinho não muda de lugar, pois sabe que para além das nuvens o seu Sol brilha sempre, e que o seu brilho não se poderia eclipsar nem por um instante sequer.

É verdade que às vezes o coração do passarinho se vê acometido pela tempestade; parece-lhe não acreditar que existe outra coisa, a não ser as nuvens que o envolvem. É então o momento da alegria perfeita para a pobre e débil criaturinha. Que felicidade para ela, permanecer ali, apesar de tudo, e fixar a luz invisível que se esconde à sua fé!!!...

Jesus, até agora compreendo o teu amor para com o passarinho pois ele não se afasta de Ti. Mas eu sei, e Tu também o sabes, muitas vezes a imperfeita criaturinha, ficando embora no seu lugar (isto é, sob os raios do Sol), deixa‑se distrair um pouco da sua única ocupação; apanha um grãozito à direita e à esquerda, corre atrás de um vermezito... Depois, encontrando uma pocita de água, molha as penas ainda mal formadas; quando vê uma flor que lhe agrada o seu espírito entretém-se com essa flor... Enfim! não podendo pairar como as Águias, o pobre passarinho entretém-se ainda com as bagatelas da terra. Não obstante, depois de todas as suas travessuras, em vez de se ir esconder num canto para chorar a sua miséria e morrer de arrependimento, o passarinho volta-se para o seu Bem‑amado Sol, expõe as asitas molhadas aos seus raios benfazejos, geme como a andorinha e, no seu doce cantar, confia, conta em pormenor as suas infidelidades, pensando, no seu temerário abandono, conseguir assim maior influência e atrair mais plenamente o amor d’Aquele que não veio chamar os justos mas os pecadores... Se o Astro Adorado continuar surdo ao chilrear plangente da sua criaturinha, se permanecer velado..., pois bem: a criaturinha continua molhada, aceita ficar transida de frio, e ainda se alegra com esse sofrimento que, aliás, mereceu...

Ó Jesus! como o teu passarinho está contente por ser débil e pequeno. Que seria dele se fosse grande?... Nunca teria a audácia de aparecer na tua presença, de dormitar diante de Ti... Sim, aí está mais uma fraqueza do passarinho: quando quer fixar o Divino Sol, e as nuvens o impedem de ver um único raio, contra sua vontade os seus olhitos fecham-se, a sua cabecinha esconde-se debaixo da asita, e a pobre criaturinha adormece, julgando fixar ainda o seu Astro Querido. Ao acordar, não fica desolado, o seu coraçãozinho fica em paz, e recomeça o seu ofício de amor. Invoca os Anjos e os Santos que se elevam como Águias em direcção ao Fogo devorador, objecto do seu desejo.

E as Águias, compadecendo-se do seu irmãozinho, protegem-no, defendem-no, e põem em fuga os abutres que o queriam devorar. Os abutres, imagem do demónio, o passarinho não os teme, pois não está destinado a ser presa deles, mas da Águia que contempla no centro do Sol do Amor.
Por tanto tempo quanto quiseres, ó meu Bem-amado, o teu passarinho ficará sem forças e sem asas; permanecerá sempre com os olhos fixos em Ti. Quer ser fascinado pelo teu divino olhar, quer tornar‑se a presa do teu Amor... Um dia, assim o espero, Águia adorada, virás buscar o teu passarinho e, subindo com ele para o Fogo do Amor, mergulhá‑lo‑ás eternamente no ardente Abismo desse Amor, ao qual se ofereceu como vítima...

Santa Teresa de Lisieux
(História de uma Alma, Ms B 5rº-vº)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma palavra só minha



Procuro evitar as palavras banais. Palavras que clandestinamente se inserem num vento selvagem, sem rumo, mas com um final previsível: a dissolução perante o confronto com outro vento, igualmente selvagem, igualmente inútil. Sei que a vida de uma palavra banal é breve, facilmente desmascarada pela inconsistência de um vazio próprio de quem não respeita o seu propósito: ser geradora de sentido.
Uma palavra banal é injusta, equivoca. Fere de morte o acto de comunicar, que é, porventura, aquilo que de mais humano existe. Uma palavra banal faz da pessoa vulgar.

No meio de tanta desordem, algumas palavras soam diferente. Nem sempre são as mais belas ou eruditas. Sobressaem porque são genuínas, e a verdade sempre teve uma força incontrolável. A palavra genuína, que nada tem de selvagem, é livre, e dá ainda mais liberdade a quem sempre viveu no alto monte, onde tudo é mais claro.

Admiro muito os poetas. Talvez seja até uma certa inveja. Admiro-lhes esta capacidade de retratarem a realidade, despindo as palavras e perseguindo irrequietamente a perfeição. Olham para uma folha branca e vêem; pegam numa caneta mas o texto já está escrito; simplesmente eliminam o excesso que perturba o leitor de ver aquilo que outrora já ele havia visto. E fazem isso brincando com as palavras… porque desde o início as respeitam.

E, por fim, quanto mais paro nos Evangelhos, mais admiro Cristo. Experimenta ler Jo 20, 11-18, o momento em Ele se encontra com Maria Madalena na manhã da ressurreição.

Maria não reconheceu Jesus. Na verdade, até o confundiu com o jardineiro. Dois amigos, ali tão próximos, mas estranhamente tão afastados. Até que uma palavra, uma só palavra, restitui a nobreza de um encontro interrompido pela cegueira humana. Uma palavra que não foi dita a mais ninguém e que só poderia ser dita daquele modo: “Maria!”, ao que ela corresponde “Rabbuni!”. Aquela voz. Aquela palavra. Faz sentido.

Esta não é uma questão de palavras. Pelo contrário. Das palavras, Jesus passou à palavra e do sentido passou à identidade. Uma palavra, quando verdadeira, gera vida. Ora, a questão é: “qual é palavra que em mim gera vida?”. Qual é aquela palavra, aquela voz, aquele momento, aquele amor nesta narrativa construida a dois?

"Mestre, não sou digno que entres na minha casa. Diz somente uma palavra e eu serei salvo" (Mt 8, 8)

Tiago Freitas

A Ponte



História de uma homen que teve que escolher
entre a vida do filho e a de centenas de pessoas dentro de um comboio.
O filme representa o amor incomparável de Deus por nós.

O sacrifício de "um" trouxe a esperança para o futuro!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Da palavra à vida



Uma coisa é a aparência, outra a atitude.
Vivemos numa cultura que cuida muito de tudo o que tem a ver com a aparência,
que, afinal, é sempre efémera…
O que conta é a atitude;
e essa tem a ver com os valores que cultivamos, as opções que fazemos,
as prioridades que estabelecemos,
e aqueles a quem damos o nosso amor.

Carlos Paes

domingo, 9 de outubro de 2011

Tudo posso n’Aquele que me conforta!



‎"Sei viver na pobreza e sei viver na abundância.
Em todo o tempo e em todas as circunstâncias,
tenho aprendido a ter fartura e a passar fome,
a viver desafogadamente e a padecer necessidade.
Tudo posso n’Aquele que me conforta!"

Fil. 4, 12-14

sábado, 1 de outubro de 2011

Amor, a chave da vocação


Considerando o corpo místico da Igreja, não me tinha reconhecido em nenhum dos membros descritos por S. Paulo; ou melhor, queria reconhecer-me em todos… A caridade deu‑me a chave da minha vocação. Compreendi que se a Igreja tinha um corpo composto de diversos membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe faltava: compreendi que a Igreja tinha um coração, e que esse coração estava ardendo de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue... Compreendi que o Amor encerra todas as Vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e todos os lugares... numa palavra, que é Eterno!...


(Santa Teresa de Lisieux, História de uma Alma, Ms B 3vº)

Não se deve sonhar



Vivemos no caos. Tudo parece relativo, pois a falta de sentido nem sempre nos preocupa. Aborda-se a vida como um trabalho a cumprir, um custo. Por vezes pressente-se uma obrigação, mas na mais estúpida das ingenuidades: quer- -se muito, quase tudo, aqui e agora, já. E porque a realidade deste mundo nunca é tão generosa como o egoísmo lhe exige, amua-se. Opta-se então pelo sonho, escolhe-se dormir em vez de erguer-se e sair para construir a vida.

A missão é simples: sermos o que podemos ser. Este dever ser o que se pode, e não o que se sonha, constitui-se como uma fonte de sentido capaz de enfrentar as piores das horas más, com todas as lágrimas e dores que se sentem na cara, no corpo, na inteligência e na alma. Uma atitude corajosa capaz de se sobrepor à imaginação que nos alimenta os medos. Que nos mantém mortos no sono. Que nos invalida.

O caminho é longo, cheio de derrotas, terrível ao ponto de sermos várias vezes confrontados com a derradeira prova de fé: andar adiante, seguir o caminho no preciso momento em que o desespero mais fundo, qual Abraão de cutelo em riste, se prepara para sacrificar a nossa alma.

Mas é quando se perde a esperança que se derrota o medo!

Algo surge e nos garante que estamos no caminho certo, a noite apenas atrasa o amanhecer – há uma esperança e uma certeza maiores. Afinal, se neste mundo não conseguimos ser tudo quanto podemos, então é porque não somos daqui.

Investigador

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Mundo a mais














A frase caiu que nem uma bomba, durante a visita do Papa à Alemanha: com o passar dos anos, a fé dá lugar à rotina, a estrutura esmaga o espírito, uma certa “fachada cristã” bloqueia o acesso à bondade de Deus, os critérios mundanos tomam conta do coração, os fardos do poder e das coisas materiais distorcem as verdadeiras prioridades... E, assim, gradualmente, a Igreja cai na tentação de se achar auto-suficiente.

Mas a Igreja sem Deus não existe. Por isso, precisa de se converter. Só que, como o próprio Bento XVI também alertou, a Igreja não é só o Papa, os bispos e os pastores. A Igreja somos todos nós. Por isso, somos todos nós que temos mundo a mais e conversão a menos!

Aura Miguel

A true story



This is a true story of Mother’s Sacrifice during the Japan Earthquake.

After the Earthquake had subsided, when the rescuers reached the ruins of a young woman’s house, they saw her dead body through the cracks. But her pose was somehow strange that she knelt on her knees like a person was worshiping; her body was leaning forward, and her two hands were supporting by an object. The collapsed house had crashed her back and her head.

With so many difficulties, the leader of the rescuer team put his hand through a narrow gap on the wall to reach the woman’s body. He was hoping that this woman could be still alive. However, the cold and stiff body told him that she had passed away for sure.
He and the rest of the team left this house and were going to search the next collapsed building. For some reasons, the team leader was driven by a compelling force to go back to the ruin house of the dead woman. Again, he knelt down and used his had through the narrow cracks to search the little space under the dead body. Suddenly, he screamed with excitement,” A child! There is a child! “
The whole team worked together; carefully they removed the piles of ruined objects around the dead woman. There was a 3 months old little boy wrapped in a flowery blanket under his mother’s dead body. Obviously, the woman had made an ultimate sacrifice for saving her son. When her house was falling, she used her body to make a cover to protect her son. The little boy was still sleeping peacefully when the team leader picked him up.
The medical doctor came quickly to exam the little boy. After he opened the blanket, he saw a cell phone inside the blanket. There was a text message on the screen. It said,” If you can survive, you must remember that I love you.” This cell phone was passing around from one hand to another. Every body that read the message wept. ” If you can survive, you must remember that I love you.” Such is the mother’s love for her child!!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Solidão



Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar.... Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida. .. Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

Chico Buarque

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O risco de ser padre



Na porta de uma Igreja, no Chile, foi encontrada uma folha com este saboroso texto, respeitante à acção do pároco.

Se prega dez minutos, nunca mais acaba!
Se fala do Céu é um anjinho…
Se fala do inferno é antiquado.
Se aborda temas sociais, mete-se na política.
Se trabalha - não tem nada que fazer.
Se se preocupa com a paróquia, não se compromete com o mundo.
Se aparece com o cabelo comprido, é revolucionário.
Se o usa curto, é antiquado.
Se usa cabeção é da Idade Média.
Se usa gravata é progressista.
Se baptiza e casa toda a gente, é bonzinho.
Se é exigente, afasta da Igreja.
Se está na igreja, devia sair para visitar os paroquianos.
Se os visita, nunca está na igreja quando se procura.
Se fuma e bebe é mundano.
Se não convive é introvertido.
Se promove convívios, na paróquia não faz nada.
Se se mete em obras na igreja, gasta dinheiro.
Se não as faz, é desleixado.
Se apresenta contas é pedinchão.
Se não as apresenta, não é sério.
Se defende o património da Igreja está contra o povo.
Se quer moralizar a festas, está a acabar com a religião.
Se dirige a paróquia sozinho é autoritário
Se tem colaboradores, deixa-se influenciar.
Se é jovem, falta-lhe experiência.
Se é idoso, deveria reformar-se.
Se reclama os direitos paroquiais é ambicioso.
Se convive com os jovens, não liga a mais nada.
Se sai da paróquia, não tem nada que fazer.
Se ...
… Mas, quando se afasta ou morre, era realmente insubstituível.
.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Entusiasmo




Impressões do Papa, em relação à JMJ de Madrid

Entusiasmo” foi a palavra mais utilizada por Bento XVI hoje, na audiência geral realizada no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, ao se referir à experiência vivida na recente JMJ de Madrid.

Como é habitual depois de uma viagem apostólica, o Papa dedicou o encontro desta quarta-feira com os peregrinos a falar sobre suas impressões da viagem, sublinhando os momentos que ele considerou mais importantes da JMJ.

O Pontífice descreveu os dias vividos em Madri como “uma verdadeira cascata de luz” e um “acontecimento eclesial emocionante”.

“Quase dois milhões de jovens de todos os continentes viveram, com alegria, uma formidável experiência de fraternidade, de encontro com o Senhor, de partilha e de crescimento na fé”, afirmou aos presentes.
Esses jovens, “com o desejo firme e sincero de arraigar suas vidas em Cristo, permanecer firmes na fé, caminhar juntos na Igreja”, são um “dom precioso, que dá esperança para o futuro da Igreja”, acrescentou o Papa.

Esta JMJ, sublinhou, foi “uma estupenda manifestação de fé para a Espanha e sobretudo para o mundo”.
“Para a multidão de jovens, procedentes de todos os cantos da terra, foi uma ocasião especial para refletir, dialogar, trocar experiências positivas e, acima de tudo, rezar juntos e renovar o compromisso de enraizar a própria vida em Cristo, Amigo fiel.”

“Tenho certeza de que voltaram às suas casas com o firme propósito de ser fermento na massa, levando a esperança que nasce da fé. Da minha parte, continuo acompanhando-os com a oração, para que permaneçam fiéis aos compromissos assumidos”, acrescentou.


O Pontífice falou do “entusiasmo incontido” com que foi recebido na Plaza de Cibeles, bem como do seu encontro com as jovens religiosas no mosteiro de El Escorial: “Fica impresso em mim o seu entusiasmo de uma fé jovem e cheia de coragem frente ao futuro, de vontade de servir assim a humanidade”.

Da via sacra, realizada na sexta-feira, novamente na Plaza de Cibeles, o Papa destacou a “intensa participação”dos jovens nas “cenas da paixão e morte de Cristo: a cruz de Cristo dá muito mais do que exige, dá tudo, porque nos conduz a Deus”.

Com relação ao encontro com os seminaristas em Almudena, o Papa mostrou sua confiança em que “cresçam as vocações ao sacerdócio”.

“Entre os presentes, havia alguns que ouviram o chamado do Senhor precisamente nas JMJ anteriores; tenho certeza de que também em Madri o Senhor chamou à porta do coração de muitos jovens, para que o sigam com generosidade no ministério sacerdotal ou na vida consagrada”, afirmou.

Os momentos que definiu como mais intensos foram a vigília de oração à noite e a grande Celebração Eucarística conclusiva, no dia seguinte.

“À noite, uma multidão de jovens em festa, de forma alguma atemorizados pela chuva e pelo vento, permaneceu em adoração silenciosa de Cristo presente na Eucaristia, para louvá-lo, dar-lhe graças, pedir ajuda e luz; e depois, no domingo, os jovens manifestaram sua exuberância e sua alegria de celebrar o Senhor na Palavra e na Eucaristia.”

“Em um clima de entusiasmo, encontrei os voluntários, a quem agradeci pela sua generosidade e, com a cerimônia de despedida, deixei o país, carregando no coração esses dias como um grande dom”, concluiu.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Portugal, um paraíso!



Portugal mostrado pela TVE Espanhola.

Deus aparece sempre na hora certa



Quando o sonho se desfaz:
DEUS reconstrói...

Quando se acabam as forças:
DEUS renova...

Quando é inevitável conter as lagrimas:
DEUS da alegria...

Quando não a mais amor:
DEUS o faz nascer...

Quando a maldição é certa:
DEUS transforma em benção...

Quando parece se final:
DEUS da um novo começo...

Quando a aflição quer persistir:
DEUS nos envolve de paz..
.
Quando a doença assola:
DEUS é quem cura...

Quando o impossível se levanta:
DEUS torna possível...

Quando faltam palavras:
DEUS sabe o que queremos dizer...

Quando tudo se parecer fechar:
DEUS abre uma nova porta...

Quando você diz: “Não vou conseguir”:
DEUS diz: “Não temas, pois, estou contigo...”.

Quando o coração é machucado por alguém:
DEUS é quem derrama o balsamo curador...

Quando não a possibilidades:
DEUS faz o milagre...

Sabes porquê?
Porque Ele ama-te... como ninguém jamais te amou!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

És mesmo meu amigo?



Mais do que uma pergunta, era uma censura magoada…
De facto eu sabia que ela estava a atravessar um momento difícil e que todos os apoios eram benvindos…
Mas tinha deixado passar mais de uma semana sem lhe dizer nada, nem um simples sms…
É claro que tinha pensado nela… e isso para mim como que era suficiente…
Até porque havia muita coisa que podia justificar o meu injustificável silêncio e amenizar
a falta desvalorizando-a aos meus próprios olhos…
A verdade é que fiquei a pensar na omissão…
Será certamente um dos pecados mais frequentes e, às vezes, dos mais graves que todos cometemos…
Tanta gente que, legitimamente, espera de nós uma presença, um apoio, um estímulo, uma confirmação dos caminhos que percorre… e que nós, muitas vezes sem termos sequer a noção disso, deixamos “penduradas”…
Tanta resposta/proposta de vida que o Senhor nos convida a partilhar com os outros, particularmente aqueles que Lhe pertencem a um título especial, o de baptizados, e que nós pela inércia e pela indiferença deixamos morrer em nós…
Tanto Amor de Deus, tanta riqueza desperdiçada…
Acabei por lhe responder que era amigo.
Fraquinho.
Mas era.
Com vontade de ser melhor, mas sem poder garantir nada...
Porque o único que é mesmo amigo de cada um de nós, o único que é impecável e
nos garante tudo, é o Senhor Jesus.
E é só n’Ele que nos tornamos mesmo amigos uns dos outros.
É só com Ele que aprendemos uma amizade que vai muito mais longe do que as
expectativas primeiras da amizade com que sonha o nosso coração…
É Jesus que transforma o nosso sonho e lhe dá uma dimensão infinita que nos transcende,
mas que é ao mesmo tempo a nossa verdade, a verdade da Vida e do Amor
para que fomos criados!

Pe. Luís Alberto M. Carvalho

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Anatomia da aparência



A aparência será a realidade tal como se manifesta. A primeira impressão que algo imprime na mente resulta quase sempre dos dados dos sentidos, e a ela se junta uma necessidade quase incontrolável de começar a tirar conclusões o quanto antes.

Há coisas que parecem ser o que são, outras não. Qualquer realidade tem de se revelar através de uma aparência, mas esta é uma espécie de superfície que convida e pode permitir o acesso àquilo que as coisas são. Na aparência há sempre sinais fiéis da realidade que a suporta. Mas só uma atenção paciente permite descobri-los.

Se com as coisas se torna complicado distinguir, com as pessoas tudo piora. A aparência dos seres humanos é controlada em boa parte pelos próprios e a tentação de cuidar de si é das que contam com mais adeptos!

Além disso, as pessoas mudam. A essência do humano leva-o a construir-se continuamente. Talvez o grande segredo das relações humanas consista em ser-se capaz de descobrir incessantemente o outro, na sua evolução constante. Daí que o amor, sendo eterno, deva renascer a cada dia que passa.

A aparência pode enganar, mas é sempre quem tira conclusões precipitadas que se engana a si mesmo. Se faltar paciência e prudência, não há volta a dar, estamos condenados a enganar-nos a respeito dos outros e até de nós mesmos. Porque as pessoas nunca são o que parecem, nem mesmo quando parecem ser o que são...

José Luís Nunes Martins

terça-feira, 26 de julho de 2011

Avós, simbolos de experiências



A sabedoria acumulada de duas gerações

Celebramos o Dia dos Avós (26/jul). Não se trata de mais uma data comemorativa criada com fins comerciais, mas de um dia de reflexão e agradecimento àqueles que tanto contribuem para a formação dos netos, sendo sua companhia cada vez mais constante e necessária no cenário atual, visto que os pais precisam trabalhar fora.

Nossos avós – e todos os idosos, de modo geral – são as pessoas que mais devem ser valorizadas como símbolos de experiência e sabedoria. Eles trazem consigo o testemunho de décadas, de gerações de avanços, modernidade e mudanças de comportamento.

Hoje, muitos deles consideram que o tempo não tem a mesma importância de outrora, tanto que o relógio de pulso é usado apenas como acessório.

Se hoje eles têm a pele flácida, o corpo mais sensível e a visão enfraquecida, devemos nos lembrar de que nem sempre foi assim. Afinal, já batalharam muito e dedicaram suas vidas ao cuidado da família. São tão dignos de carinho e respeito quanto nossos pais. Por isso, jamais devemos nos esquecer do verdadeiro valor deles.

Ser avô e avó, fazer parte da terceira ou quarta idade, não pode mais ser relacionado à invalidez, à inoperância ou à inutilidade. Grande parte ainda contribui com a mesma sociedade que os descarta, haja vista o elevado número de idosos responsáveis financeiramente por seus lares, cuidando de filhos e netos.

É muito triste constatar que em muitas famílias os idosos são tratados como objetos antigos. Há pessoas que costumam tecer comentários desrespeitosos a respeito dos mais velhos da casa, reclamando que só dão trabalho, que são lentos ou doentes. Quanta injustiça! Sua presença ensina aos mais novos o tesouro de enxergar o mundo com os olhos do coração.

Quem souber aproveitar o convívio com essas figuras que acumulam sabedoria de duas gerações, certamente terá muito a aprender com seus conselhos. Nossos avós detêm o conhecimento e a sabedoria que não são aprendidos nos livros e estão sempre dispostos a partilhar. São verdadeiros tesouros em nossa vida.

O tempo da excelência!



"Este é o nosso tempo. O tempo da excelência!
V E N C E R E M O S !

Mais uma resposta à portuguesa!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O dinheiro não compra tudo



O dinheiro não dá para comprar tudo…

“Compra a cama, mas não o sono…
Compra a comida , mas não o apetite…
Compra o livro, mas não a inteligência…
...Compra o luxo, mas não a beleza…
Compra o remédio, mas não a saúde…
Compra a casa, mas não um lar…
Compra a convivência, mas não o amor…
Compra as diversões, mas não a felicidade…
Compra a cruz de ouro, mas não a fé…
Compra um bom jazigo, mas não o céu”

terça-feira, 19 de julho de 2011

Os católicos adversativos


In memoriam de Maria José Nogueira Pinto,
uma católica não adversativa.

A barca de Pedro é como a arca de Noé. Se esta providencial embarcação incluía toda a espécie de criaturas que havia à face da terra, também a Igreja congrega uma imensa variedade de almas. Todas as gentes, qualquer que seja a sua raça, a sua cultura, a sua língua ou os seus costumes, desde que legítimos, cabe na barca de Pedro. Por isso, graças a Deus, há católicos conservadores e progressistas, de direita e de esquerda, republicanos e monárquicos, regionalistas e centralistas, etc.

Se, em política, tudo o que parece é, o mesmo já não se pode dizer na Igreja. Tal é o caso dos ‘católicos’ adversativos. Muito embora a designação seja original, a realidade é, infelizmente, do mais prosaico e corrente:

- Eu sou católico, mas...

E, claro, a seguir a esta proposição adversativa, seguem não poucos reparos à doutrina cristã. A saber: eu sou católico, mas creio na reencarnação; eu sou católico, mas defendo o aborto; eu sou católico mas, não acredito no inferno; eu sou católico, mas sou a favor da eutanásia; eu sou católico, mas concordo com o casamento entre pessoas do mesmo sexo; etc., etc., etc.

É verdade que a Igreja acolhe também aqueles que, por desconhecimento ou por debilidade, não conseguem ainda viver de acordo com todos os seus preceitos. Ao contrário do que pretendiam os cátaros, a Igreja não é só dos puros ou dos santos, os únicos que são, de facto, cem por cento católicos. Com efeito, a Igreja não exclui os néscios, nem os fracos que, na realidade, somos quase todos nós. Mas não aceita os nossos erros, nem os nossos pecados, antes impõe que, da parte do crente, haja uma firme decisão de conversão.

Esta é, afinal, a diferença entre o pecador e o fariseu: ambos pecam, mas enquanto aquele reconhece-o humildemente e procura emendar-se, este justifica-se e, em vez de mudar de conduta, desautoriza a doutrina em que, afinal, não crê. O pecador que é sincero no seu propósito de santificação, tem lugar na comunidade dos crentes, mas não quem intencionalmente nega os princípios da fé cristã.   
Na Igreja há certamente margem para a diversidade de pontos de vista, também em matérias doutrinais opináveis, mas não cabe divergência no que respeita aos princípios fundamentais. Um cristão que, consciente e voluntariamente, dissente de uma proposição de fé definida pela competente autoridade eclesial, não é simplesmente um católico diferente ou divergente, mas um fiel infiel, ou seja, um não fiel.
Conta-se que o pai de uma rapariga algo leviana, sabendo do seu estado interessante, tentou desesperadamente conseguir-lhe um marido que estivesse pelos ajustes. Para este efeito, assim tentou aliciar um possível candidato:

- É verdade que a minha filha está grávida, mas é só um bocadinho...

Ser ou não ser, eis a questão. Pode-se ser católico sendo ignorante e até muito pecador, mas não se pode ser ‘católico’ adversativo, ou seja, negando convictamente a doutrina da Igreja.
A fé não se afere por uma auto-declaração abstracta, mas pela opção existencial de seguir Cristo, crendo e agindo de acordo com os princípios do Evangelho. Não é católico quem afirma que o é, mas quem pensa e quer viver como tal. «Tu crês que há um só Deus? Fazes bem, no entanto também os demónios crêem e tremem. O homem é justificado pelas obras e não apenas pela fé. Assim como o corpo sem alma está morto, assim também a fé sem obras está morta» (Tg 2, 19.24.26).

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
A Voz da Verdade, 2011-07-17

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Terminal



"Terminal", dizia-me alguém há cerca de dois meses, "- Ela está em estado terminal". Vi-a chegar com o marido a esse almoço de amigos, em que participou discreta e aparentemente bem disposta, na sóbria gravidade da sua postura algo emaciada, conversando sem aludir à doença, nem à inquietação ou ao sofrimento por que passava. Era assim que aliava estoicismo e bom gosto. Tinha uma maneira directa e inteligente de abordar as questões, encarando as coisas de frente, dizendo o que pensava, apresentando os seus argumentos com total clareza. Era uma mulher sem ambiguidades nem falhas de coragem e todos os que a leram regularmente nesta página podem testemunhá-lo.

A sua vida familiar, a sua carreira profissional, o seu percurso político, as qualidades de que deu provas, a sua energia, a sua capacidade de análise e de decisão, os êxitos do seu trajecto, as suas posições no tocante à sociedade e ao mundo, tudo isso já veio referido em comentários dos mais diversos quadrantes.

A sua autobiografia sumária, num texto concluído e aqui publicado, no DN, no próprio dia da sua morte, é um dos documentos humanos mais belos e pungentes que me tem sido dado ler nos últimos tempos. Pensando bem, creio mesmo nunca ter lido nada assim: alguém escreve na primeira pessoa do singular na iminência da sua própria morte, quase em tempo real, com uma autenticidade, uma serenidade e uma coragem excepcionais e desarmantes!

É com alguma melancolia que me ponho a pensar nessa relação, afinal transparente, entre saber viver e saber morrer. Como quase toda a gente da minha geração em Portugal, eu tive uma educação católica, embora não seja crente desde a adolescência. Não sinto necessidades de nenhuma espécie de incursão na esfera do transcendente, limitando-me a integrar-me nos chamados valores da civilização cristã e a fruir o que deles possa ecoar nas grandes criações do espírito humano, em especial na literatura e nas artes.

Apesar desse laicismo, impressionou-me profundamente a maneira como ela transfigurou a sua educação católica numa experiência pessoal e muito intensa de intimidade com o sagrado e esta em código de conduta moral e norma de actuação prática na vida de todos os dias. Fiquei com a ideia de que a crença cristã foi por ela interiorizada de tal maneira que tornou cada acto da sua vida numa profissão de fé e num exercício de alegria íntima. Isto é muito raro num país em que a tradição religiosa dominante, a católica, se fica as mais das vezes por rituais esvaziados de sentido e pelo mero papaguear do que se aprendeu na catequese.

Ficou-me também a impressão de que a palavra de Deus em que acreditava - e por isso queria, sabia e conseguia vivê-la como alimento espiritual quotidiano - lhe era, ao mesmo tempo, condição e explicitação constantes de uma plena realização pessoal, na própria ascese que procurava para o seu itinerário, na compreensão tolerante do próximo, nos valores da solidariedade e da cidadania, na firmeza com que defendia os princípios que para ela valiam na vida pessoal e na sociedade.

Fazia isso com a enorme naturalidade de ser uma mulher bem do seu tempo, culta e desempoeirada, aberta à modernidade e, sempre que necessário, questionadora da modernidade, de convicções solidamente assentes e pensamento estruturado, de desassombro nas atitudes e coragem sem limites na assunção de responsabilidades, e também com um trajecto de experiências acumuladas de que soube utilizar as mais duras e amargas para a inimitável têmpera da sua personalidade.


"Tenho alguma dificuldade em exprimir estas coisas, mas creio que ela soube forjar uma matriz de confiança nessa via anímica e espiritual que, para os eleitos, os happy few, é em si mesma um caminho de esperança e uma proposta de comunhão e partilha, em que o eterno e o temporal se articulam de modo indissociável, seja qual for o lugar de exílio em que o ser humano se sinta a existir.

Por isso, ao dizer "o Senhor é meu pastor, nada me faltará", nas suas palavras finais, ela citou textualmente o mesmo salmo 23 de que já tinha deixado entrever um dos versículos quando disse que, "graças a Deus", nunca tivera medo: "Mesmo que atravesse os vales sombrios, nenhum mal temerei, porque estás comigo."
Esta densa memória que vamos guardar de Maria José Nogueira Pinto é a sua prova de vida."


Vasco Graça Moura

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pai, começa o começo!



Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: - "pai, começa o começo!". O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito.

Meu pai faleceu há muito tempo, e há anos, muitos, aliás, não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, "começar o começo" de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, minhas "tangerinas" são outras. Preciso "descascar" as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então, o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios.

Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis... Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para "começar o começo" era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.

Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus: "Pai, começa o começo!". Ele não só "começará o começo", mas te ajudara a resolver toda a situação com você.

Não sei que tipo de dificuldade eu e você encontraremos pela frente neste ano. Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso: "Pai, começa o começo!".

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Nada me faltará!


O último artigo de Maria José Nogueira Pinto

Nada me faltará!

Acho que descobri a política - como amor da cidade e do seu bem - em casa. Nasci numa família com convicções políticas, com sentido do amor e do serviço de Deus e da Pátria. O meu Avô, Eduardo Pinto da Cunha, adolescente, foi combatente monárquico e depois emigrado, com a família, por causa disso. O meu Pai, Luís, era um patriota que adorava a África portuguesa e aí passava as férias a visitar os filiados do LAG. A minha Mãe, Maria José, lia-nos a mim e às minhas irmãs a Mensagem de Pessoa, quando eu tinha sete anos. A minha Tia e madrinha, a Tia Mimi, quando a guerra de África começou, ofereceu-se para acompanhar pelos sítios mais recônditos de Angola, em teco-tecos, os jornalistas estrangeiros. Aprendi, desde cedo, o dever de não ignorar o que via, ouvia e lia.

Aos dezassete anos, no primeiro ano da Faculdade, furei uma greve associativa. Fi-lo mais por rebeldia contra uma ordem imposta arbitrariamente (mesmo que alternativa) que por qualquer outra coisa. Foi por isso que conheci o Jaime e mudámos as nossas vidas, ficando sempre juntos. Fizemos desde então uma família, com os nossos filhos - o Eduardo, a Catarina, a Teresinha - e com os filhos deles. Há quase quarenta anos.
Procurei, procurámos, sempre viver de acordo com os princípios que tinham a ver com valores ditos tradicionais - Deus e a Pátria -, mas também com a justiça e com a solidariedade em que sempre acreditei e acredito. Tenho tentado deles dar testemunho na vida política e no serviço público. Sem transigências, sem abdicações, sem meter no bolso ideias e convicções.

Convicções que partem de uma fé profunda no amor de Cristo, que sempre nos diz - como repetiu João Paulo II - "não tenhais medo". Graças a Deus nunca tive medo. Nem das fugas, nem dos exílios, nem da perseguição, nem da incerteza. Nem da vida, nem na morte. Suportei as rodas baixas da fortuna, partilhei a humilhação da diáspora dos portugueses de África, conheci o exílio no Brasil e em Espanha. Aprendi a levar a pátria na sola dos sapatos.

Como no salmo, o Senhor foi sempre o meu pastor e por isso nada me faltou -mesmo quando faltava tudo.
Regressada a Portugal, concluí o meu curso e iniciei uma actividade profissional em que procurei sempre servir o Estado e a comunidade com lealdade e com coerência.

Gostei de trabalhar no serviço público, quer em funções de aconselhamento ou assessoria quer como responsável de grandes organizações. Procurei fazer o melhor pelas instituições e pelos que nelas trabalhavam, cuidando dos que por elas eram assistidos. Nunca critérios do sectarismo político moveram ou influenciaram os meus juízos na escolha de colaboradores ou na sua avaliação.

Combatendo ideias e políticas que considerei erradas ou nocivas para o bem comum, sempre respeitei, como pessoas, os seus defensores por convicção, os meus adversários.

A política activa, partidária, também foi importante para mim. Vivi--a com racionalidade, mas também com emoção e até com paixão. Tentei subordiná-la a valores e crenças superiores. E seguir regras éticas também nos meios. Fui deputada, líder parlamentar e vereadora por Lisboa pelo CDS-PP, e depois eleita por duas vezes deputada independente nas listas do PSD.

Também aqui servi o melhor que soube e pude. Bati-me por causas cívicas, umas vitoriosas, outras derrotadas, desde a defesa da unidade do país contra regionalismos centrífugos, até à defesa da vida e dos mais fracos entre os fracos. Foi em nome deles e das causas em que acredito que, além do combate político directo na representação popular, intervim com regularidade na televisão, rádio, jornais, como aqui no DN.
Nas fraquezas e limites da condição humana, tentei travar esse bom combate de que fala o apóstolo Paulo. E guardei a Fé.

Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. Estou agora num combate mais pessoal, contra um inimigo subtil, silencioso, traiçoeiro. Neste combate conto com a ciência dos homens e com a graça de Deus, Pai de nós todos, para não ter medo. E também com a família e com os amigos. Esperando o pior, mas confiando no melhor.

Seja qual for o desfecho, como o Senhor é meu pastor, nada me faltará.

MARIA JOSÉ NOGUEIRA PINTO
publicado a 2011-07-07 às 10:59

Nota: Maria José Nogueira Pinto, de 59 anos, deputada independente eleita pelas listas do PSD e ex-candidata à liderança do CDS PP morreu esta tarde na sua casa de Lisboa, vítima de cancro no pâncreas.

Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...