domingo, 30 de setembro de 2012



"Há sementes de verdade, de justiça, de bondade, de paz, em todos os corações... e por isso mesmo devemos amar todos quantos se cruzem no nosso caminho.."

(Padre Nuno Westwood, na Celebração Eucarística das 19:00, em São Julião da Barra)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não receeis dizer a Jesus que O amais




«Não receeis dizer a Jesus que O amais,
mesmo sem o sentir;
é o meio de O forçar a socorrer-vos,
a levar-vos como uma criancinha
demasiado fraca para caminhar. »


Santa Teresa do Menino Jesus, Carta 241


Ó Jesus,
eu sou essa “criancinha demasiado fraca para caminhar”,
porque me sinto sempre tão pouca coisa,
com um vazio tão grande dentro de mim,
que nem me atrevo a dizer-Te que Te amo.
E, contudo, Tu és a minha única esperança!
Ajuda-me, Senhor, a não ficar agarrado ao que sinto,
mas a lutar com determinação pelo que quero.
Sim! Quero amar-te!
Quero-o com todo o coração,
com toda a minha vontade!
Que seria de mim se assim não fora?
Por isso, a exemplo de Santa Teresinha,
quero atrever-me,
no meio desta secura,
a esboçar um acto de amor,
a estender os meus braços para Ti
e a deixar-me levar!
Afinal, não és Tu o único Amigo,
o único apoio incondicional nesta caminhada da vida?

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vaidade das vaidades



‎"Vaidade das vaidades – diz Coelet – vaidade das vaidades, tudo é vaidade. Que aproveita ao homem todo o esforço com que trabalha debaixo do sol? Passa uma geração, vem outra geração e a terra permanece sempre. Nasce o sol e põe-se o sol; depressa volta ao ponto de partida, donde volta a nascer. O vento sopra do sul, depois sopra do norte; num vaivém constante, retoma os seus caminhos. Todos os rios vão ter ao mar e o mar nunca se enche; e embora cheguem ao ao seu termo, jamais deixam de correr. Todas as coisas se afadigam, mais de quanto se pode explicar; o olhar não se farta de ver, nem o ouvido se cansa de ouvir. O que foi será outra vez e o que se deu voltará a acontecer: nada de novo debaixo do sol."

Co 1

terça-feira, 25 de setembro de 2012

“Falem mais para os olhos do que para os ouvidos!”



“Falem mais para os olhos do que para os ouvidos!”

Esta sábia indicação da madre Maria Clara às suas religiosas, pedindo-lhes que preferissem o testemunho ao discurso, não pode ser mais actual. Porque nem todos são testemunhas daquilo que apregoam.

Aura Miguel, RR on-line

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

As pessoas são incríveis

Adora e confia

Não te inquietes com as dificuldades da vida
Pelos seus altos e baixos, pelas suas decepções,
Pelos seus imprevistos mais ou menos sombrios.
Quer o que Deus quer.

Pouco importa que te consideres um frustrado
Se Deus te considera plenamente realizado, a Seu modo.
Perde-te confiado cegamente neste Deus que te quer para Si,
E que chegará até ti, ainda que jamais O vejas.

Pensa que estás nas Suas mãos,
Tanto mais fortemente acolhido,
Quanto mais caído e triste te encontres.

Vive feliz. Suplico-te.
Vive em paz. Que nada te altere.
Que nada seja capaz de te tirar a tua paz.
Nem a fadiga psíquica, nem as tuas falhas morais.
Faz com que brote, e conserva sempre no teu rosto,
Um doce sorriso, reflexo daquele que o Senhor continuamente te dirige.

E no fundo da tua alma coloca, antes de mais nada,
Como fonte de alegria e critério de verdade,
Tudo aquilo que te encha da paz de Deus.

Recorda: tudo o que oprime e inquiete, é falso.
Asseguro-te que assim é, em nome das leis da vida e das promessas de Deus.
Por isso, quando te sentires desanimado, triste, adora e confia...
Pe. Teilhard de Chardin, sj

sábado, 22 de setembro de 2012

Oração diante da Cruz



Recebe, Senhor, os nossos medos - e transforma-os em confiança.
Recebe, Senhor, o nosso sofrimento - e transforma-o em crescimento.
Recebe, Senhor, o nosso silêncio - e transforma-o em adoração.
Recebe, Senhor, as nossas crises - e transforma-as em maturidade.
Recebe, Senhor, as nossas lágrimas - e transforma-as em oração.
Recebe, Senhor, a nossa ira - e transforma-a em serenidade.
Recebe, Senhor, o nosso desânimo - e transforma-o em fé
Recebe, Senhor, a nossa solidão - e transforma-a em contemplação.
Recebe, Senhor, as nossas amarguras - e transforma-as em paz de espírito.
Recebe, Senhor, a nossa morte - e transforma-a em ressurreição.
Frei Acílio Mendes

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Saudades de abraços




Eu acho que as pessoas deveriam se abraçar mais. Só isso

Estou na Noruega e, aqui, as pessoas não se abraçam. Tipo, elas apertam as mãos ao se conhecer. Abraços, só amigos íntimos. Sabe como se dá tchau? Acena "tchau, tchau, a gente se vê depois". Você passa a noite na casa de uma pessoa ajudando a fazer alguma coisa e... tchau, boa sorte. Depois de um jantar, sorrisos, todo mundo legal e tchau, até depois. Como se levantasse para ir ao banheiro, só que levando a bolsa. Dividi uma casa com três universitários e, quando fui embora, não falei nada. Ninguém falou nada. Deixei um bilhetinho para cada um e uma amiga russa achou exagero.

E eu sempre fui daquelas que acham que brasileiro é invasivo, sabe? Dessas que acham que um abraço é demais, que as pessoas se encosta demais, ai que saco. Conheci o amigo da cunhada do colega de não-sei-quem e já ela já saiu me dando beijo na bochecha. E aqueles free hugs então? Era só o que me faltava. Todo mundo já ganha free hugs o tempo inteiro, que frescura! E quando via um monte de meninas que, ao se encontrar, se juntava e se abraçava? Milhares de fotos grudadas? Mais frescura ainda.

E foi só ao chegar na Noruega e notar que não posso abraçar ninguém que percebi: eu amo abraços. Tem um quê de esquisito neles. Uma química, uma mística. A Noruega pode ter todo esse Índice de Desenvolvimento Humano, segurança e garotos lindos para tudo quando é lado, mas não tem abraços.

E faz falta. Ah, vocês não sabem quanto. Mesmo o abraço daquela prima insuportável. Mesmo o abraço que você só dá só para dizer um "oi".

Descobri que odeio apertos de mão. Não acredito que conheço uma pessoa em uma festa e vou apertar a mão dela. Aperto de mão é um meio psicológico, até. Revela a personalidade, eu li num desses livros de linguagem corporal. Tipo, se a mão fica para cima, quer dizer alguma coisa; se a mão fica para baixo, quer dizer outra; se é muito rápido; se é muito lento; tudo cheio de significados obscuros. Sabe o que um abraço significa? Que eu posso sentir o perfume das pessoas. O calor humano. Dá pra saber se elas tomaram banho, ficar bem próxima. Significa que eu aceito a pessoa como ela é a ponto de ficar supercolada nela. E dois minutos atrás eu reclamava de abraçar e dar três beijinhos (ou seria um? Ou dois? Ai, depende do estado...).

Eu até comecei achar esse negócio de estado (e variações de beijinhos na bochecha) a coisa mais fofa. Dois minutos atrás, ficava furiosa quando viajava porque eu sempre acabava ou beijando o ar ou me desgrudando da pessoa antes de acabar. Mas xinguem o Brasil, falem o que quiser. Eu nem ligo mais para errar os beijinhos. Eu posso abraçar todo mundo nesta terra maravilhosa. Esqueçam essa conversa de "quero ir morar em Londres". Se as pessoas não se abraçam em Londres, então é um saco. Faz uma falta que a gente acha que não faz. Até daqueles abraços de uma tia aleatória (que demoram duas horas e daí você começa a pensar em mil coisas no meio do abraço), a gente sente falta. Eu sei, eu sei, eu falei do abraço da prima antes, mas, sinto falta do da tia também.

Abraço aqui é um negócio tão tenso que uma amiga minha norueguesa achou que estivesse namorando com um cara porque ele a abraçou em público. É. Simples assim. Eram amigos íntimos, ele a abraçou na frente da turma dele e minha amiga teve uma crise. Veio falar comigo, toda sem jeito, "Ai, será que ele quer me namorar?". Juro que demorei uns dez segundos para entender qual era o drama (inclusive achei que tinha perdido uma parte da história).

Claro que eu tenho que voltar. Eu quero abraçar a aeromoça. A zeladora. Minha mãe. Meus melhores amigos. E eu quero poder dizer que todos são meus amigos e só amigos. Eu agora tenho um plano pra sair na rua com um cartaz de "Distribuem-se abraços aqui" e uma seta apontando para mim. Esse cartaz, todo santo dia. Numa camiseta, quem sabe. Free hugs até não poder mais.

Abrace.


(Luisa Geister quer um abraço.)
Revista Capricho, ed. Nº 1143 - 26 de fev de 2012

domingo, 16 de setembro de 2012

A grande lição da Islândia



«Nesta pequena nação de 320.000 habitantes a voz da classe política burguesa tem sido substituída pela do povo indignado perante tanto abuso de poder e roubo do dinheiro da classe trabalhadora. O mais admirável é que esta guinada na política sócio-económica islandesa aconteceu de um jeito pacífico e irrevogável. Uma autêntica revolução contra o poder que conduziu tantos outros países maiores até a crise atual.

Este processo de democratização da vida política que já dura há dois anos é um claro exemplo de como é possível que o povo não pague a crise gerada pelos ricos».

sábado, 15 de setembro de 2012

Salmos sem número



“Estou feliz, Senhor,
porque me fazes ver o pôr-do-sol
e no ferver da luz que se afunda nas águas
me dás a conhecer o mistério do Amor!
Conduz sempre o meu olhar para a luz que nasce
mas também para a luz que se afunda.
Quem vê o pôr-do-sol não acredita na «noite» que escurece a realidade.
Deixa-me sempre ouvir o ferver da luz
nas águas revoltas do meu dia e da minha vida!
Assim posso sempre acreditar que, mesmo no esquecimento de Ti,
ferves a Tua luz de Amor no meu coração remexido e confuso.
Deixa que as marcas dos meus pés na areia molhada
nunca sejam removidas pela fragilidade do jogo da água que vai e vem.
Mas deixa que a frescura transforme os meus dias sufocantes
num respiro suave e libertador.
Permite, ó Deus, amigo nos amigos e companheiros,
que a luz final do dia, tão cheia de graça e de mistério,
seja o sopro final de um dia que começa de novo...
e quando já não puder ver a roda de fogo,
possa eu encostar o meu rosto ao Teu peito e sentir...
como no princípio... e sempre...
o Teu coração bater.”

A.O.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

 
"A vida não deve ser um fardo. A vida não é um problema a resolver. É uma bênção a celebrar- Todas as dimensões da vida, todos os seus ganhos e perdas, sao motivo de celebração, porque cada uma delas nos torna mais próximos da sabedoria e da plenitude da compreensão. (...)

Todos os anos, ao celebrarmos os nossos aniversários e os aniversários daqueles que amamos, somos chamados a recordar a própria dádiva da vida. Tiramos um tempo para nos perguntarmos o que fizemos com as nossas vidas, e o que fizemos pelos outros através delas. Vemos, de novo, o potencial que tem cada uma das vidas, que existem neste mundo".

Podemos rezar assim: "Deus amoroso, dá-me a a graça de encontrar alegria onde estou e de a celebrar sempre".

Pois "aprender a celebrar a alegria é um dos maiores exercícios da vida espiritual. Confirma a nossa confiança em Deus. Afirma a grandeza da criação. Sela a nossa dependência de Deus. Testemunha a beleza do presente e afirma a nossa confiança na beleza do futuro".
 
Amaro Gonçalo

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Perdoar



"Perdoar a quem nos faz ou quer mal é, de facto, uma das maiores manifestações de Fé. (...)
Numa outra palavra, diria até que o Perdão é como a Criação: faz-nos nascer de novo!"

Padre João J. Vila-Chã

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O trevo




Um trevo de quatro folhas
Sob o prenuncio da sorte
Por desígnios sem escolhas
É decepado em rude corte.

Depois, trevo de três folhas,
Roga a Deus que o conforte.
Por mais reveses que colhas
Não vergues à brava sorte!

Trevo de folhas… duas
Por mais dores, por demais cruas
Mantém firmeza que o baste

Não deixa esmorecer a fé
Pois já desabrochou à ré
Quatro flores em sua haste

Teresa Belmonte

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A Idade de Ser Feliz



Há apenas uma idade para sermos felizes,
apenas uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia suficiente para realizá-las
apesar de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para nos encantarmos com a vida,
viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestirmo-nos com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregarmo-nos por inteiro à vida e ao amor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que podemos enfrentar com toda a vontade
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida de cada um de nós
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

sábado, 8 de setembro de 2012

Hoje é o dia de anos de Nossa Senhora






















O nascimento de Maria desde há muito tempo foi tratado com enorme devoção e representado com muita ternura como podemos ver neste fresco medieval.

O Evangelho apócrifo de Nossa Senhora traduzido do hebreu por S. Jerónimo no século IV fala-nos assim da Mãe do Senhor:

"A bem-aventurada e gloriosa sempre virgem Maria, de ascendência real e da família de David, nasceu na cidade de Nazaré e foi trazida a Jerusalém ao templo do Senhor. O seu pai chamava-se Joaquim e a sua mãe Ana. A casa do seu pai era da Galileia e da cidade de Nazaré, mas a família de sua mãe era de Belém. A vida de seus pais era isenta de malícia e agradável ao Senhor e irrepreensível e piedosa perante os homens. Dividiam o que tinham em três partes. Uma parte gastavam no templo e para os servos do templo, outra distribuíam pelos estrangeiros e pobres e a terceira reservavam para si e para as necessidades da família. Assim, queridos por Deus, amáveis para os homens, durante cerca de vinte anos viveram na sua própria casa um casamento casto, sem terem filhos. Todavia fizeram o voto de, na eventualidade de Deus lhes dar um descendente, entregá-lo-iam ao serviço do Senhor; à conta deste voto, costumavam visitar o templo do Senhor em cada festa durante o ano."

Podem lê-lo aqui: Evangelho da Natividade de Maria

sábado, 1 de setembro de 2012

Um dia a maioria de nós irá separar-se.


 
 
Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhámos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...  do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...  Hoje já não tenho tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.

Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro.

Vamo-nos perder no tempo... U
m dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?  Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!

- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes daquele dia em diante. 

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa

Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...