sexta-feira, 29 de março de 2013



"É à luz das bem-aventuranças e sob o seu paradigma, que me quero dirigir a vós, caros sacerdotes.
As bem-aventuranças são inesgotáveis. A cada leitura sentimos vontade de saber mais e de as viver melhor. Elas estão habitadas por uma mensagem divina que ilumina e faz feliz a vida humana, que é luz do mundo e sal da terra. Nelas encontramos horizonte de sentido para a vida, caminho para a missão e força contínua nas horas mais duras e nos momentos mais difíceis. Elas constituem um dos mais belos textos da humanidade.

É necessário reinventar as bem-aventuranças e aplicá-las, também, a nós, caríssimos sacerdotes:

1. Bem-aventurados seremos quando recebermos a vida como um dom e acolhermos o ministério como uma graça divina a moldar este barro frágil de que todos somos feitos.

2. Bem-aventurados porque caminhamos, desde a nossa ordenação, há mais ou menos anos, na verdade de coração e na limpidez da alma, despojados de ambições, mas possuídos pela imensidão dos sonhos de Deus.

3. Bem-aventurados quando olharmos a vida como uma forma de hospitalidade e doação, que de nós faça irmãos e próximos de todos.

4. Bem-aventurados sempre que dermos tempo à oração e lugar ao encanto pela missão que através de nós se realiza.

5. Bem-aventurados porque seduzidos pela bondade e pela verdade que nos ensinam a trazer notícias de Deus aos pequeninos e aos simples como o devemos fazer, com novo vigor e nova linguagem, aos sábios e poderosos.

6. Bem-aventurados ao ajoelharmos diante de Deus, porque o silêncio se torna o melhor diálogo, e ao servirmos a Humanidade como testemunhas da bondade e do perdão.

7. Bem-aventurados porque nos sabemos discípulos de Cristo e nos sentimos decididos, com acrescentado entusiasmo neste tempo jubilar, a edificar esta Igreja que o Concílio trabalhou e que o Espírito do Senhor diariamente renova.

8. Bem-aventurados quando no sofrimento e na dor nos unimos mais à cruz de Cristo e antevemos e antecipamos o mistério redentor da Páscoa".

D. António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro

quinta-feira, 28 de março de 2013

A idade de ser feliz



Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
... e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.
(Mário Quintana)

quarta-feira, 27 de março de 2013

Serei eu, Senhor?



“... Em verdade vos digo: Um de vós Me entregará. ... ‘Serei eu, Senhor?’... “

Mt 26, 14-25

“Serei eu, Senhor?”Irei hoje fazer esta pergunta a mim própria sentada ao lado do Senhor. Olho a minha vida com muita verdade, e verei sempre que entreguei o Senhor, e quantas vezes. “Quando...? Em que circunstâncias...? Com quem...? A que preço...? Em que dia? Porquê? Para quê?”.

É importante nesta semana chegar à minha verdade, arrancar as máscaras e dizer com muita humildade: “Sim, Senhor, fui eu... Sim, também  fui eu... Olha, estou aqui e é nesta minha verdade que agora quero voltar, perdoa-me, Senhor.  Ajuda-me a mudar... Quero ressuscitar conTigo!”

Tereza Olazabal

“A paciência de Deus, é um mistério. Recordo a figura do pai, que avistou ao longe o filho que tinha ido embora. Porque o avistou ao longe? Porque todos os dias ia para o alto da estrada para ver se o filho voltava! Esta é a paciência de Deus, esta é a paciência de Jesus”.

Papa Francisco




terça-feira, 26 de março de 2013

A paciência

Para ser sincero, há momentos em que a minha admiração converge toda para a impaciência. Por alguma razão, a mim misteriosa, nunca me pareceu um peso lidar com os impacientes (fossem os outros ou eu próprio). Facilmente se ativa o meu humor perante alguém que ferve em menos água do que aquela que tem um oceano. E, da mesma maneira que me comove a reverência verdadeira, admiro os irreverentes, aprendo com os que se empenham em contrariar indefinidas esperas, agradeço aos que sacodem a estabilidade preguiçosa dos nossos tiques, procuro balançar os motivos dos que dizem “não estou para isso”.
Contudo, acho que descubro sempre mais que a paciência é uma preciosa estação interior na qual todos precisamos maturar. Quando penso na paciência, ancoro muitas vezes na imagem da semente, no desprendimento e na lentidão da semente que aceita a escuridão da terra como condição para florescer. Tanto os que semeiam os campos, como os que depositam sementes nos corações, deveriam primeiro ter formado a alma na paciência. Pois a paciência, ao revelar o escondido processo de germinação da vida, também torna claro que é essa a única forma de cuidar bem dela, de a entender até ao fim, de acompanhá-la, passo a passo, com esperança.
É curiosa a etimologia da nossa palavra “paciência”. Deriva de “passio”, isto é, paixão, no sentido de coisa a suportar, a padecer ou no sentido de resistir. A paciência faz-nos mergulhar, como se vê, no âmago da vida. Deve, é claro, ser ensinada às crianças, mas é uma tarefa para ser levada a cabo por um coração adulto. A paciência pede que apreendamos a complexidade de que somos tecidos, que nos debrucemos sobre esta íntima narrativa tecida de esforço e de graça, de sede e de água, de noite e de riso. Não nos deixa esbracejar à tona do tempo, num simplismo atropelado e ofegante. A paciência pede e dá-nos tempo, dilatando as provisórias metas e juízos que equivocadamente erigimos em absolutos. Há uma harmonia secreta, há um suculento sabor que só colhe da vida aquele que abraça com confiança a demora, a lentidão e a espera. São estas frequentemente as ferramentas da paciência, os instrumentos com que ela transforma a nossa agitação epidérmica em expectação serena e criativa. No fundo, a paciência prova-nos como se provam os metais de valor, averiguando o seu (o nosso) grau de autenticidade.
Santa Teresa de Ávila, segundo o que ela conta de si mesma e no acordo dos seus biógrafos, não possuía um temperamento propriamente paciente. Era abrupta na ação, emotiva nos dilemas e combates, inconsolável no desejo de Deus. A paciência raramente é uma virtude natural. A maior parte das vezes faz-se de decisão e caminho. E por isso a impaciente Teresa escreveu um dos mais belos elogios da paciência:
«Nada te turbe
nada te espante
quem a Deus tem nada lhe falta.

A paciência tudo alcança,
só Deus basta».
Há também um título de um opúsculo de Kierkegaard que podia-nos acompanhar estrada fora: «Adquirir a sua alma pela paciência». O filósofo dinamarquês recorda-nos a verdade essencial: estamos tanto mais em nós mesmos quanto mais aceitamos o desafio da maturação paciente da existência.
José Tolentino Mendonça
In Diário de Notícias (Madeira)
15.02.11

segunda-feira, 25 de março de 2013

Como se fosse o último



Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último.
O último para dizer “obrigado”.
O último para dizer “me desculpa”.
O último para dizer “eu te amo”.
O último para abraçar cada pessoa amada com aquele abraço bom que faz um coração cantar para o outro.
... O último para apreciar a vida com o entusiasmo que não guarda nenhuma delícia nem ternura para depois.
O último para fazer as pazes.
Para desfazer enganos.
Para saborear com calma, como se me servissem um banquete, a preciosidade genuína que cada único respiro humano representa...
Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. Eu não perderia uma chance para me presentear com os agrados que me nutrem.
Eu criaria mais oportunidades para dizer o meu amor.
Para expressar a minha admiração.
Para destacar para cada pessoa a beleza singular que ela tem. Para compartilhar.
Eu não adiaria delicadezas.
Não pouparia compreensão.
Não desperdiçaria energia com perigos imaginários e com uma série de bobagens que só me afastam da vida.
Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último, porque pode ser.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Viver na incerteza



«Reflecti sobre a luta económica,
que produziu tantas ruínas
e foi também causa
de um número espantoso de suicídios.
Creio que há uma relação
entre a incapacidade de olhar com olhos serenos
e aceitar a ruína da vida externa,
com uma concepção pobre da vida eterna.»

Santa Teresa Benedita da Cruz, Autobiografia, 2.1


Senhor, como é difícil viver na incerteza
e olhando para um horizonte de pobreza…
Mas, Senhor, quem acredita em Ti
acredita em duas coisas:
que me amais no tempo
e na eternidade.
No tempo ajudais-me com a Tua Providência,
na eternidade reservas-me o Teu abraço eterno
dando-me a Vida para sempre.
Estas duas realidades são tão reais
como a realidade que hoje vivo.
Porque não acreditar até às últimas consequências
nas verdades da Fé,
para assim poder ter a certeza do Teu auxílio e protecção?!
A realidade não é o que nos dizem
os meios de comunicação.


“A realidade é Cristo”! (Col. 2, 17)

quinta-feira, 21 de março de 2013

A oração dos cinco dedos



1. O dedo polegar é o que está mais perto de ti.
Assim, começa por orar por aqueles qu...e estão mais próximo de ti. São os mais fáceis de recordar. Rezar por aqueles que amamos é “uma doce tarefa”.

2. O dedo seguinte é o indicador: reza pelos que ensinam, instróiem e curam. Ele precisam de apoio e sabedoria ao conduzir outros na direcção correcta. Mantém-nos nas tuas orações.

3. A seguir é o maior. Recorda-nos dos nossos chefes, os governantes, os que têm autoridade. Eles necessitam de orientação divina.

4. O próximo dedo é o anelar. Surpreendentemente, este é o nosso dedo mais débil. Ele lembra-nos que rezemos pelos débeis, doentes ou pelos atormentados por problemas. Todos eles necessitam das tuas orações.

5. E finalmente temos o nosso dedo pequeno, o mais pequeno de todos. Este deveria lembrar-te de rezar por ti mesmo. Quando terminares de rezar pelos primeiros quatro grupos, as tuas próprias necessidades aparecer-te-ão numa perspectiva correcta e estarás preparado para orar por ti mesmo de uma maneira mais efectiva.

Papa Francisco
 

terça-feira, 19 de março de 2013

Feliz dia do Pai




Hoje é um dia cheio de emoção, ternura, bondade e de grandes manifestações de carinho e amor.
Hoje a Igreja celebra a solenidade do seu patrono: São José.
Hoje a Igreja celebra, em Roma, a inauguração do Pontificado do Papa Francisco: Proteger, defender, guardar bem cada pessoa e toda a criação com respeito, amor e ternura, é a síntese da homilia da missa inaugural do Pontificado do Papa Francisco.
Hoje todo o mundo celebra o dia do PAI. PAI de proteção, amor e imaginação.
Hoje também tu és pai. Foste abençoado com uma bela esposa e um belíssimo casamento, também t tiveste as tuas magníficas epifanias, os teus filhos.
Hoje também estás em festa.
Hoje foste convidado a não ter medo da bondade, e da ternura e a guardar com amor aquilo o que Deus nos deu.
Hoje Deus continua a abençoar todos os pais: os que são, os que desejam vir a ser, os adotivos e os adotados.
FELIZ DIA DO PAI!


"Não devemos ter medo da bondade, nem da ternura”

Papa Francisco

segunda-feira, 18 de março de 2013

Tu és a Estrela guia.



Tu és a Estrela guia. A Tua luz dissipa as trevas daqueles que em Ti crêem, ilumina o caminho dos que estão desnorteados e procuram o seu Pastor e o seu brilho constante é a certeza reconfortante que nunca estamos sós. Tu és o sussurrar do vento, o murmurar do mar e o chilrear das aves. Neles ressoa a Tua voz. As Tuas palavras de amor, segredadas ao ouvido dos mais atentos, são como uma brisa suave e serena que acaricia e acalenta até a alma mais inquieta. As Tuas palavras de sabedoria estão na constância do vai e vem das ondas, pois aquilo que ensinaste outrora, vale a pena de ser aprendido hoje. As Tuas palavras de misericórdia, são um doce cântico de alegria e esperança para todos os que ousarem acreditar.

Soubera eu encontrar palavras dignas de Ti para, num poema, agradecer o ar que respiro, a mão que me levanta e a força que me sustenta. Soubera eu cantar os Teus louvores para agradecer pelas pessoas que pões no meu caminho e pelas lições que com elas aprendo. Soubera eu testemunhar a todos o amor que me tens, visível em todas as oportunidades que me dás. Soubera eu viver como viveste para agradecer a vida que és em mim!
 
Raquel Dias

sábado, 16 de março de 2013

Dez gestos de um Papa surpreendente


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Francisco, o Papa, não tem só no nome uma grande e inesperada originalidade. Em muitos dos seus gestos vem provando ser radicalmente diferente de outros Papas e, sobretudo, muito informal e c...om um grande à-vontade.

Alguns apontam-lhe um minimalismo cheio de profundidade. E quem o conhece diz que ele é mesmo assim. Já quando era o cardeal Bergoglio se sentia mortificado com qualquer pompa e circunstância.

Simples, humilde, descontraído, espontâneo. Assim é o Papa Francisco.


1. Não me venham ver a Roma. Usem com os pobres o dinheiro que gastariam
Na noite em que foi eleito, o novo Papa ligou ao núncio apostólico em Buenos Aires para lhe pedir que comunicasse aos bispos, e estes depois aos fiéis argentinos, que não se deslocassem a Roma para a inauguração do Pontificado no próximo dia 19. Sugeriu antes que o dinheiro das viagens fosse canalizado para os pobres, em gestos de solidariedade e caridade.

Quem conhece o Papa diz que esta não é uma atitude extraordinária nele, é antes natural no seu comportamento, faz parte do seu estilo. O Papa obviamente não quer impedir os argentinos de vir a Roma, mas prefere aconselhá-los a mostrar o seu carinho de uma outra forma.

Já em Fevereiro de 2001, quando foi feito cardeal por João Paulo II, Jorge Mario Bergoglio tinha pedido exactamente o mesmo aos católicos que gostariam de o acompanhar. Resultado: o então cardeal argentino tinha uma das mais pequenas delegações presentes nesse consistório.

2. Posso sentar-me?
Ainda alojado na Casa de Santa Marta, enquanto o apartamento Papal é preparado, toma as refeições com os outros cardeais. Quando chega mais tarde, simplesmente procura um lugar livre numa mesa para se sentar, tal como todos os outros.

3. Eu vou de autocarro
Depois de ter saudado o povo na varanda da basílica de São Pedro, já como Papa Francisco, recusa o carro oficial. O cardeal Timothy Dolan descreve assim esse momento à cadeia de televisão americana CBS: "Há cinco ou seis autocarros para levar os cardeais de volta à Casa Santa Marta. Via ali o carro do Santo Padre e a escolta, a segurança, as motas. Pensei que tudo tinha voltado à normalidade, que o carro do Papa teria voltado ao serviço. Nós fomos de autocarro. Outros cardeais esperaram para saudar o Papa. E quando chega o último autocarro, adivinhem quem desce? O Papa Francisco. E imagino-o a dizer ao motorista: 'Sem problemas, eu vou com os rapazes de autocarro'". 

 Esta sexta-feira de manhã, depois da audiência, voltou a seguir de autocarro, com todos os outros cardeais, como provam as fotografias tirada no interior do veículo.

Também quando saiu pela primeira vez do Vaticano, esta quinta-feira, para se deslocar à Basílica de Santa Maria Maior, dispensou a segurança apertada e o aparato de viaturas habitual. Não quis uma comitiva e seguiu num carro simples, preterindo o que é disponibilizado pela gendarmeria, a polícia do Vaticano.

4. Queria pagar a conta, por favor
No regresso ao Vaticano depois da sua primeira iniciativa como Papa - rezar a Nossa Senhora - quis fazer uma paragem no caminho. Foi à Casa do Clero, onde esteve hospedado, para ir buscar as suas malas e pagar a conta. Segundo o porta-voz do Vaticano, queria dar o exemplo daquilo que todos os padres e cardeais devem fazer.

5. Como está a sua família?
Uma vez na Casa do Clero fez questão de cumprimentar todos os funcionários. Este é o sítio onde costuma estar hospedado sempre que vem a Roma, por isso ali conhece as pessoas há vários anos. Quem assistiu ao momento descreve-o como muito comovente. O Papa Francisco lembrava-se dos nomes de cada um e a todos foi perguntando pelas suas famílias e situações pessoais.

6. Um abraço e dois beijos
No encontro com todos os cardeais, esta sexta-feira de manhã, foi muito caloroso, afectuoso e, sobretudo, descontraído. A certa altura tropeçou nos degraus da Sala Clementina, mas continuou tranquilamente a audiência, sem parecer incomodado com o percalço. Os cardeais alinhavam-se em fila para o cumprimentar, mas, no caso dos cardeais da China e do Vietname, foi o Papa que lhes beijou os anéis, em sinal de respeito pelo sofrimento dos católicos naqueles países. Abraçou também alguns cardeais e cumprimentou a maioria com dois beijos. Quando o cardeal sul-africano Napier lhe ofereceu uma pulseira de borracha amarela e verde, de uma campanha da Igreja daquele país, colocou-a de imediato no pulso direito. Aceitou tirar uma fotografia com D. José Policarpo, o Patriarca de Lisboa, e outros dois cardeais.

7. Que Deus vos perdoe por me terem escolhido
Também junto dos cardeais, a quem chama "irmãos" e aos quais se refere como "uma comunidade baseada na amizade", brinda nestes termos depois da eleição, ao jantar: "Que Deus vos perdoe pelo que fizeram".

8. Dispenso o ouro e os sapatos vermelhos
Continua a usar os sapatos pretos que trouxe de casa, não adoptou o calçado vermelho habitual e disponível no seu tamanho no momento em que se preparou para aparecer vestido de branco depois da eleição. Continua a utilizar a cruz simples de metal que usava ainda antes de ser bispo, recusou a cruz de ouro e pedras preciosas.

9. Improviso
Em todos os momentos públicos em que falou, improvisou sempre. Improvisou na primeira homilia, na Capela Sistina. Uma homilia muito simples, acessível e em italiano, ao contrário de Bento XVI, que fez a sua em latim. E de pé, no ambão, não na cadeira Papal. Voltou a improvisar na homilia da missa desta manhã, na Capela de Santa Marta, e no encontro com os cardeais.

10. Curvo-me perante a vossa oração
Logo quando é anunciado como Papa e aparece perante os fiéis na Praça de São Pedro, começa por dar alguns sinais de que o seu comportamento não será igual ao de outros chefes da Igreja Católica. Não usou a capa vermelha dos pontífices e estava simplesmente de branco, tal como São Pio V, o Papa dominicano que não quis trocar o hábito branco da sua ordem e assim deu início à tradição das vestes brancas papais.

Quis ter ao seu lado o cardeal vigário de Roma na varanda, algo inédito, não falou formalmente em latim. Também de forma original, pediu que rezassem por ele enquanto se inclinava perante a multidão. Pôs toda a gente a rezar as orações primárias da Igreja: um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória.
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sexta-feira, 15 de março de 2013



SANTA MISSA COM OS CARDEAIS

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Capela Sistina
Quinta-feira, 14 de março de 2013

Vejo que estas três Leituras têm algo em comum: é o movimento. Na primeira Leitura, o movimento no caminho; na segunda Leitura, o movimento na edificação da Igreja; na terceira, no Evangelho, o movimento na confissão. Caminhar, edificar, confessar.

Caminhar. «Vinde, Casa de Jacob! Caminhemos à luz do Senhor» (Is 2, 5). Trata-se da primeira coisa que Deus disse a Abraão: caminha na minha presença e sê irrepreensível. Caminhar: a nossa vida é um caminho e, quando nos detemos, está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão, na sua promessa.

Edificar. Edificar a Igreja. Fala-se de pedras: as pedras têm consistência; mas pedras vivas, pedras ungidas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, a Esposa de Cristo, sobre aquela pedra angular que é o próprio Senhor. Aqui temos outro movimento da nossa vida: edificar.

Terceiro, confessar. Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, ficamos parados. Quando não se edifica sobre as pedras, que acontece? Acontece o mesmo que às crianças na praia quando fazem castelos de areia: tudo se desmorona, não tem consistência. Quando não se confessa Jesus Cristo, faz-me pensar nesta frase de Léon Bloy: «Quem não reza ao Senhor, reza ao diabo». Quando não confessa Jesus Cristo, confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demónio.

Caminhar, edificar-construir, confessar. Mas a realidade não é tão fácil, porque às vezes, quando se caminha, constrói ou confessa, sentem-se abalos, há movimentos que não são os movimentos próprios do caminho, mas movimentos que nos puxam para trás.

Este Evangelho continua com uma situação especial. O próprio Pedro que confessou Jesus Cristo com estas palavras: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo, diz-lhe: Eu sigo-Te, mas de Cruz não se fala. Isso não vem a propósito. Sigo-Te com outras possibilidades, sem a Cruz. Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.

Eu queria que, depois destes dias de graça, todos nós tivéssemos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na Cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante.

Faço votos de que, pela intercessão de Maria, nossa Mãe, o Espírito Santo conceda a todos nós esta graça: caminhar, edificar, confessar Jesus Cristo Crucificado. Assim seja.
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quinta-feira, 14 de março de 2013

Bênção apostólica do Papa Francisco



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Irmãos e irmãs, boa-noite!

Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.

[Recitação do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai]

E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela!

E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim.

[…]

Agora dar-vos-ei a Bênção, a vós e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade.

[Bênção]

Irmãos e irmãs, tenho de vos deixar. Muito obrigado pelo acolhimento! Rezai por mim e até breve! Ver-nos-emos em breve: amanhã quero ir rezar aos pés de Nossa Senhora, para que guarde Roma inteira. Boa noite e bom descanso!

quarta-feira, 13 de março de 2013

O sorriso de Jonathan



O nome dele é Jonathan, nasceu surdo e só aos oito meses os pais conseguiram um implante coclear capaz de fazê-lo ouvir. Vejam a reação de Jonathan ao ouvir a voz da mãe pela primeira vez.
O implante coclear é um dispositivo eletrónico que estimula eletricamente as fibras nervosas permitindo que um sinal elétrico seja transmitido ao nervo auditivo para ser descodificado pelo córtex cerebral.

terça-feira, 12 de março de 2013

Oração em período de Sé Vacante

 

Suplicamos, ó Deus, com humildade:
que a vossa imensa piedade conceda
à Sacrossanta Igreja Romana um Pontífice;
que por seu zelo por nós, possa ser-Vos agradável,
que seja assíduo no Governo da Igreja
para a glória e reverência do Vosso nome.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo,
Deus, por todos os séculos dos séculos.
Amen.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Curando o 11 de Setembro



Phyllis Rodriguez e Aicha el-Wafi possuem uma poderosa amizade, nascida the uma perda impensável. O filho de Rodriguez morreu nos ataques ao World Trade Center, a 11 de Setembro de 2001; o filho de el-Wafi, Zacarias Moussaoui, foi condenado por ter desempenhado um papel nos ataques, e cumpre agora prisão perpétua. Na esperança de encontrar paz, estas duas mães conseguiram compreender e respeitar-se mutuamente.

domingo, 10 de março de 2013

Ajuda-nos a ir contra a corrente



Santíssima Virgem Maria,
vós nos ajudais a acolher o Sermão da Montanha,
essas bem-aventuranças das quais tanto falamos e tão pouco aplicamos,
porque elas nadam contra a corrente, como se o curso d´água tornasse a subir
para as geleiras dos Pirineus.

Santíssima Virgem Maria,
vós nos ajudais a nos tornarmos o povo da Palavra,
o povo da Eucaristia, o povo da mensagem.
De que nos serve caminhar mais depressa se não sabemos para onde estamos indo?
De que nos serve produzir mais e mais, se não sabemos partilhar?
De que serve aos pobres tornarem-se ricos e aos ricos tornarem-se pobres,
se os pobres, os ricos e os outros não sabem viver como Jesus Cristo?

Santíssima Virgem Maria,
a um mundo dominado pelo dinheiro, vós ensinais a vossa liberalidade, a vossa generosidade.
A um mundo de brilho falso e de mentira, vós mostrais a vossa transparência,
a um mundo que escarnece e macula, vós ofereceis a vossa pureza.
Ensinai-nos a não sermos apenas uma página que acabou de ser impressa,
mas uma página, a cada dia completamente branca e pura, onde o Espírito de Deus possa desenhar
as maravilhas que Ele faz em nós.

Cardeal Roger Etchegaray,
(Arcebispo de Marselha , de 1970 a 1984)
Oração publicada em As mais belas Orações a Maria,
fora de série, em Prions em Église (Rezemos como Igreja), Ed. Bayard

sábado, 9 de março de 2013

Oração da Mulher



Obrigado Senhor por teres criado no mundo a mulher. E por tê-la enriquecido com preciosos dons: O carinho, a sensibilidade, a beleza, a ternura, a dedicação e o amor.

Deste ao homem a graça de encontrar na mulher: uma amiga, irmã, companheira, esposa e mãe.
Nela se processa o mistério da vida, sendo capaz de gerar, de trazer à luz filhos e filhas. Sem sua presença no mundo o mundo ficaria pobre e sem sentido.
 
Perdoa-nos, Senhor, por nem sempre sabermos reconhecer o verdadeiro valor da mulher, por muitas vezes a considerarmos objetos, sexo frágil e força de trabalho doméstico.

Que também a mulher reconheça seu valor, sua dignidade e sua missão no mundo. Que no corpo e na alma de cada mulher, possamos continuar encontrando os sinais de MÃE que nela plantaste, Amém!

sexta-feira, 8 de março de 2013

O caminho é o abandono




O caminho é o abandono
da criança que adormece,
sem medo,
nos braços do seu Pai..

Eu amo,
eu amo
tudo o que Ele faz!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Deus, no fundo, não deve existir


 

Quanto mais rapidamente nos podemos mover, quanto mais eficazes se tornam os meios que nos
fazem poupar tempo, tanto menos tempo temos disponível.

E Deus? O que diz respeito a Ele nunca parece uma questão urgente. O nosso tempo já está completamente preenchido.

Mas vejamos o caso ainda mais em profundidade. Deus tem verdadeiramente um lugar no nosso pensamento? A metodologia do nosso pensamento está configurada de modo que, no fundo, Ele não deve existir.

Mesmo quando parece bater à porta do nosso pensamento, temos de arranjar qualquer raciocínio para O afastar; o pensamento, para ser considerado «sério», deve ser configurado de modo que a «hipótese Deus» se torne supérflua.

E também nos nossos sentimentos e vontade não há espaço para Ele. Queremo-nos a nós mesmos,
queremos as coisas que se conseguem tocar, a felicidade que se pode experimentar, o sucesso
dos nossos projectos pessoais e das nossas intenções.

Estamos completamente «cheios» de nós mesmos, de tal modo que não resta qualquer espaço para Deus.

E por isso não há espaço sequer para os outros, para as crianças, para os pobres, para os estrangeiros.


Bento XVI
Missa de Natal - 24-12-2012

segunda-feira, 4 de março de 2013

Amas-me demasiado



«A misericórdia de Deus dá-me segurança de que, pois me tirou de tantos pecados, não quererá deixar-me de Sua mão, para que me perca.»

Santa Teresa de Jesus, Vida 38,7



Senhor,
amas-me demasiado
para me deixares perder.
Sempre me dás mais uma oportunidade
e nunca desistes de mim.
Eis-me diante de Ti,
num tempo novo que me dás - a quaresma.
O meu espírito suspira pelo silêncio interior
e todo o meu ser reclama o vazio
para Te poder acolher.
Venho à Tua presença, na esperança dum novo renascer.
procurando o que neste tempo me queres dizer.
Escuto a Tua palavra que me faz estremecer:
“Fecha a porta e ora a teu Pai em segredo
E teu Pai que vê o que está oculto te atenderá.”
Meu Deus,
soa-me a nova criação,
não já a do “faça-se o céu e a terra”,
mas a do coração,
a criação interior.
Só Tu vês o que está oculto em mim!
Desejas ainda mais do que eu,
encher-me do Teu Amor!
Quero acolhê-lo inteiramente.
Dá-me a Tua graça, Senhor,
para que assim seja!

domingo, 3 de março de 2013

Vidros da janela

©Michael Corey McDermott

Dois jovens recém-casados mudam-se para um bairro muito tranquilo. Na primeira manhã que passavam em casa, enquanto tomavam o café, a mulher reparou, através da janela, numa vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:
- Que lençóis tão sujos está ela a pendurar no varal! Se eu tivesse confiança, perguntava-lhe se queria que eu a ensinasse a lavar as roupas!
O marido observou calado. Alguns dias depois, novamente durante o café da manhã, estava a vizinha a pendurar lençóis no varal e a mulher comentou de novo com o marido:
- A vizinha continua a pendurar os lençóis sujos! Se eu tivesse confiança com ela, perguntava-lhe se queria que eu a ensinasse a lavar os lençóis!
E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia o mesmo discurso, enquanto a vizinha pendurava as roupas no varal.
Passado algum tempo, a mulher ficou surpreendida ao ver os lençóis muito brancos a serem estendidos e, empolgada, diz ao marido:
- Olha, finalmente, aprendeu a lavar as roupas. Será que outra vizinha a ensinou?! Porque eu não fui... Ainda não tive coragem para falar com ela.
O marido calmamente respondeu:
- Não, hoje eu levantei-me mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!

sábado, 2 de março de 2013

Um sorriso que há no fundo de mim

Vaso - ilustração


Será o peixe menos livre que o pássaro? Será o mar mais difícil do que ar?

Cada homem vive inserido numa determinada circunstância, um contexto que o condiciona mas que não lhe anula a liberdade. Esta não pode ser entendida como a capacidade de todas as possibilidades, mas antes a possibilidade de alguém se fazer a si mesmo. De se dar a si mesmo, e ao mundo, uma vida carregada de sentido.

Claro que sempre haverá quem prefira a segurança tranquila de uma qualquer gaiola ou aquário à vertigem da liberdade autêntica. Ao ver em cada dificuldade um limite e não um degrau diminui-se aparentemente a responsabilidade individual, mas apenas e só na aparência, porque ainda que no pior dos cenários é sempre dado ao homem escolher, e escolhendo, escolher-se.

Uma vida humana implica uma administração, mais ou menos corajosa, dos encontros e desencontros com os outros. Do meu mundo fazem parte os outros homens. Vivo um pouco as suas vidas assim como também eles vivem a minha. Tende-se a julgar que são as semelhanças que nos aproximam do outro, mas talvez sejam, admiravelmente, as diferenças que o fazem de forma ainda mais profunda. Afinal, todos somos únicos e essa é a maior das semelhanças que há entre todos. A autenticidade da minha existência revela-se no encontro com o outro, onde as diferenças são mais evidentes. Não numa lógica de complementaridade, mas antes numa linha de originalidade. Eu sou quem sou, porque não sou como tu.

Partilhamos os mundos e as vidas uns dos outros. Esta partilha ativa que supõe um gesto generoso que expressa o meu interior, permite-me ser mais. Porque sou mais de cada vez que o centro da minha vida não sou eu, alargo-me e torno-me maior, vivo mais vida, porque sou e estou em mais coisas... Partilhar é a essência da vida. Romper a solidão e criar o encontro. Libertar-se de si mesmo para ser... mais.

A vida humana constrói-se no difícil equilíbrio entre a esperança e a realidade... há momentos em que devemos largar tudo e rumar ao melhor de nós mesmos, abdicando da segurança da solidão para arriscar tudo no abraço ao desconhecido.

Ao ver-me no espelho, vejo o melhor de mim? Não. A minha face ao espelho revela-me um eu já feito, só o rosto do outro me apresenta um eu a fazer...

Tal como a semente que brota da terra em busca da luz, também os homens devem ser capazes de deixar para trás o que são para se transformarem na realização do que lhes é possível.

Um sorriso pode ser um capricho divino. Um brilho da alma. O gesto mais difícil... mas será sempre uma prova da nossa capacidade de compreender que a vida que nos anima não é nossa...

Nesta existência nada se repete, tudo é sempre novo, absolutamente original. Devemos pois ser capazes de não perder a pureza de admirar a beleza de cada pedaço de tudo.

... e sorrir, principalmente quando nem o mundo nem os outros nos sorrirem... pois que o grande combate a travar é contra o desespero e a angústia com que tantas vezes nos anulamos...

Ninguém está verdadeiramente sozinho. Mesmo quando o mundo parece impossível e os outros teimam em ser desencontros. Afinal, no fundo de nós há um sorriso que, depois de descoberto, ilumina um mundo inteiro... o corpo do homem é sempre muito pequeno comparado com a alma que nele habita.

A fé da paciência garante bons frutos

Investigador.
in http://www.ionline.pt/opiniao/sorriso-ha-no-fundo-mim

Vaso - ilustração


Cada homem vive inserido numa determinada circunstância, um contexto que o condiciona mas que não lhe anula a liberdade. Esta não pode ser entendida como a capacidade de todas as possibilidades, mas antes a possibilidade de alguém se fazer a si mesmo. De se dar a si mesmo, e ao mundo, uma vida carregada de sentido.

Claro que sempre haverá quem prefira a segurança tranquila de uma qualquer gaiola ou aquário à vertigem da liberdade autêntica. Ao ver em cada dificuldade um limite e não um degrau diminui-se aparentemente a responsabilidade individual, mas apenas e só na aparência, porque ainda que no pior dos cenários é sempre dado ao homem escolher, e escolhendo, escolher-se.

Uma vida humana implica uma administração, mais ou menos corajosa, dos encontros e desencontros com os outros. Do meu mundo fazem parte os outros homens. Vivo um pouco as suas vidas assim como também eles vivem a minha. Tende-se a julgar que são as semelhanças que nos aproximam do outro, mas talvez sejam, admiravelmente, as diferenças que o fazem de forma ainda mais profunda. Afinal, todos somos únicos e essa é a maior das semelhanças que há entre todos. A autenticidade da minha existência revela-se no encontro com o outro, onde as diferenças são mais evidentes. Não numa lógica de complementaridade, mas antes numa linha de originalidade. Eu sou quem sou, porque não sou como tu.

Partilhamos os mundos e as vidas uns dos outros. Esta partilha ativa que supõe um gesto generoso que expressa o meu interior, permite-me ser mais. Porque sou mais de cada vez que o centro da minha vida não sou eu, alargo-me e torno-me maior, vivo mais vida, porque sou e estou em mais coisas... Partilhar é a essência da vida. Romper a solidão e criar o encontro. Libertar-se de si mesmo para ser... mais.

A vida humana constrói-se no difícil equilíbrio entre a esperança e a realidade... há momentos em que devemos largar tudo e rumar ao melhor de nós mesmos, abdicando da segurança da solidão para arriscar tudo no abraço ao desconhecido.

Ao ver-me no espelho, vejo o melhor de mim? Não. A minha face ao espelho revela-me um eu já feito, só o rosto do outro me apresenta um eu a fazer...

Tal como a semente que brota da terra em busca da luz, também os homens devem ser capazes de deixar para trás o que são para se transformarem na realização do que lhes é possível.

Um sorriso pode ser um capricho divino. Um brilho da alma. O gesto mais difícil... mas será sempre uma prova da nossa capacidade de compreender que a vida que nos anima não é nossa...

Nesta existência nada se repete, tudo é sempre novo, absolutamente original. Devemos pois ser capazes de não perder a pureza de admirar a beleza de cada pedaço de tudo.

... e sorrir, principalmente quando nem o mundo nem os outros nos sorrirem... pois que o grande combate a travar é contra o desespero e a angústia com que tantas vezes nos anulamos...

Ninguém está verdadeiramente sozinho. Mesmo quando o mundo parece impossível e os outros teimam em ser desencontros. Afinal, no fundo de nós há um sorriso que, depois de descoberto, ilumina um mundo inteiro... o corpo do homem é sempre muito pequeno comparado com a alma que nele habita.

A fé da paciência garante bons frutos.

Investigador.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Convocado para o Conclave




«Estás a partir deste momento convocado para o conclave.

Por amor a Jesus e à Santa Igreja somos chamados a rezar pelo Papa que o Espírito Santo nos quer dar, segundo a Providência de Deus.

Por amor a Jesus e à Santa Igreja teremos o Papa que nos será dado, sucessor de Pedro, que nos guiará na fé para termos cada vez mais amor a Jesus e à Santa Igreja.

Cada um de nós está chamado por Deus Nosso Senhor a participar neste momento tão importante da vida da Igreja de Cristo, pela oração, pela oferta dos nossos sacrifícios e contrariedades, as nossas alegrias e canseiras da vida, pelo bem que fizermos aos mais necessitados, no corpo e na alma, em tudo unidos a Nossa Senhora Mãe da Igreja.

É tempo de quaresma, é tempo de oração, penitência e caridade, é tempo de conclave.
Estás convocado por Deus.
O Espírito Santo quer-te lá.
E tu queres ir?

Vem Espírito Santo, eu quero ir ao conclave.»

Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...