sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dá-me a força para um dia



Senhor, dá-me a força para um dia.
Sim, peço-te só para este,
que me seja concedido
aquilo que hoje necessito.

Cada dia traz novas preocupaçôes,
cada dia tem a sua carga,
e eu não sei o que Tu, Senhor,
preparaste para mim amanhã.

Mas uma coisa sei com certeza:
que o meu Senhor, que todos os dias
me prova a sua fidelidade,
também amanhã se deixará encontrar.

Matilde Costa
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A aliança no dedo anelar



Usamos a aliança no quarto dedo porque é impossível separar uma mão da outra quando ligada pelo quarto dedo. Assim é a união do casal e da família. Veja o filme e você vai compreender. Tente fazer.
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mais do que medicamentos

Aqui fica um exemplo daquilo que o amor é capaz de inventar. Que bela proposta para a nossa Quaresma: amar sem limites e sempre de forma criativa!
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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Um pedaço de céu



Começa, nesta Quarta-feira de cinzas o tempo da Quaresma, um tempo de reconciliação na dupla dimensão penitencial e baptismal. Mais do que um tempo para nos fixarmos apenas nos nossos pecados e defeitos, nas nossas fraquezas e fragilidades, é uma ocasião única para nos deixarmos tocar por esse infinito amor de Deus que faz novas todas as coisas.

Porque não aproveitar este tempo quaresmal para fazeres a experiência de Deus na tua vida?

Arrisca!... Já antevejo maravilhas a revelarem-se no mais íntimo de ti mesmo. E se o teu coração se cruzar com o coração de Deus, então estou certo que não cessarás de proclamar bem alto a tua alegria e cantar eternamente os louvores de Deus, três vezes Santo.

Sanctus, Sanctus, Sanctus
Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus qui venit in nomine Domini.
Hosanna in excelsis.

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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Oração, frescura de uma fonte



Eu venho a Ti, Jesus,
para que me dês o Teu carinho antes de começar o meu dia.
Que os Teus olhos repousem nos meus um instante.
Faz com que leve para o meu local de trabalho a certeza da Tua amizade.
Enche o meu espírito para que eu seja capaz de suportar o deserto do ruído.
Que o Teu resplendor abençoado cubra os meus pensamentos.
E dá-me força para estar com aqueles que precisam de mim.

Madre Teresa de Calcutá
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domingo, 22 de fevereiro de 2009

Há sempre lugar



Um professor diante da sua turma de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco grande e vazio de maionese e começou a enchê-lo com bolas de golfe. A seguir perguntou aos estudantes se o frasco estava cheio. Todos
estiveram de acordo em dizer que 'sim'.

O professor tomou então uma caixa de fósforos e a vazou dentro do frasco de maionese. Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a responder que 'Sim'.

Logo, o professor pegou uma caixa de areia e a vazou dentro do frasco. Obviamente que a areia encheu todos os espaços vazios e o professor questionou novamente se o frasco estava cheio. Os alunos responderam-lhe com um 'Sim' retumbante.

O professor em seguida adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco e preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes riram-se nesta ocasião. Quando os risos terminaram, o professor comentou:

'Quero que percebam que este frasco é a vida. As bolas de golfe são as coisas importantes, a família, os filhos, a saúde, a alegria, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisas que mesmo que perdessemos tudo o resto, a nossa vida ainda estaria cheia. Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro etc. A areia é tudo o resto, as pequenas
coisas. Se primeiro colocamos a areia no frasco, não haverá espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe. O mesmo ocorre com a vida. Se gastamos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teremos lugar para as coisas que realmente são importantes. Prestem atenção às coisas que realmente importam. Estabeleçam as vossas prioridades, e o resto é só areia.'

Um dos estudantes levantou a mão e perguntou: Então e o que representa o café? O professor sorriu e disse: 'Ainda bem que perguntas! Isso é só para vos mostrar que por mais ocupada que a vossa vida possa parecer, há sempre lugar para tomar um café com um amigo'.

Belém
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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Prato de arroz



Quando pensamos que sabemos todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas... "

Um sujeito estava a colocar flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês a fazer o mesmo com um prato de arroz na lápide ao lado. Ele vira-se para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?
Ao que o chinês responde:
- Sim, e geralmente na mesma hora que o seu vem cheirar as flores!!!

"RESPEITAR AS OPÇÕES DO OUTRO, EM QUALQUER ASPECTO, É UMA DAS MAIORES VIRTUDES QUE UM SER HUMANO PODE TER. "AS PESSOAS SÃO DIFERENTES, AGEM DIFERENTE E PENSAM DIFERENTE".

"NUNCA JULGUES. APENAS COMPREENDE!"
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Vens correr comigo a maratona?



Um dia o filho pergunta ao pai:
- Pai, vens correr comigo a maratona?

O pai responde que sim, e ambos correm a primeira maratona juntos.
Um outro dia, volta a perguntar ao pai se quer voltar a correr a maratona
com ele, ao que o pai responde novamente que sim.
Correm novamente os dois.

Certo dia, o filho pergunta ao pai:
- Pai, queres correr comigo o Ironman?
(O Ironman é o mais difícil...exige nadar 4 km, andar de bicicleta 180 km e correr 42 )
E o pai diz que sim.

Isto é tudo muito simples... até que se vejam estas imagens.
Fantástico!

Podem ver mais sobre esta história neste outro video.
Assim se vê que quem ama a valer tem a maior força do universo.
Só o amor é capaz de mudar o mundo!


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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Gestão do fósforo



Um fósforo, um bombom, uma xícara de café e um jornal:
Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos.

Um homem estava a conduzir há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar.
Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome: Hotel Venetia.

Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave.
Atrás do balcão, a recepcionista de rosto alegre saudou-o amavelmente:

" - Bem-vindo ao Venetia! "
Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático.
No quarto, uma discreta opulência: uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado.
Era demais!

Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite começou a pensar que estava com sorte.
Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fez o pedido no momento do registro).
A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então.
Assinou a conta e retornou para quarto.
Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira.

Qual não foi a sua surpresa!
Alguém se tinha antecipado, pois tinha um lindo fogo crepitante na lareira.
A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e um bombom sobre cada um...
Que noite agradável aquela!

Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro.
Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um relógio automático, estava a preparar o seu café e, junto um cartão que dizia:

" Sua marca predilecta de café. Bom apetite! "
Era mesmo! Como souberam eles desse detalhe?
De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café.
Em seguida, ele ouve um leve toque na porta.
Ao abrir, havia um jornal.

" Mas, como pode?! É o meu jornal! Como adivinharam eles? "
Mais uma vez lembrou-se de quando fez o registrou: a recepcionista perguntou qual jornal preferido.

O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor.
Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial?

** Apenas ofereceram um fósforo, um bombom, uma xícara de café e um jornal. **

Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje.

Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito mais desconfiado.
Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemo-nos das pessoas.

O valor das pequenas coisas conta, e muito.
A valorização do relacionamento com o cliente.
Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante!!!

Lembrando que:

** Esta mensagem vale também para nossas relações pessoais enfim pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe.

** Seremos muito mais felizes, pois a verdadeira felicidade está nos gestos mais simples de nosso dia-a-dia que na maioria das vezes passam despercebidos.
Teresa Sousa
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Direito a sonhar

E que tal uma música para começar o dia? O que vos proponho hoje é o novo tema de Mariah Carey. É já uma das suas melhoras músicas de sempre e a letra é simplesmente fantástica. Na verdade, traduz a aspiração que existe em cada um de nós de alcançar uma felicidade maior, uma verdade mais plena. Não nos podemos contentar com a mediocridade, acomodarmo-nos com as circunstâncias da vida ou resignarmo-nos sem vontade de lutar para alcançar metas maiores.

NÃO!

Tens o direito a sonhar
porque há mais do que o que tens e o que vives
reservado para ti!

I lay awake sometimes
Scared to close my eyes
And I wonder
Where I left myself
I lost the will to fly

And the night melts into morning
Still it's cold beneath the sun
'Cause the fire
In me's languishing
And I'm too frozen to run

Every once in a while
There's a distant glimmer of hope
I find
Somewhere deep inside
Someone strong still resides
And I know she's gonna be fine
In time
'Cause you see
I've got a lot to dream
There's more than this for me

An angel lands with broken wings
Warms me with his eyes
And the ice that sheaths
Around my heart
Unravel as he smiles

See I grew up locked in sorrow
So I learned to block the pain
But I won't give up tomorrow
'Cause I've come to life again

Every once in a while
There's a distant glimmer of hope
I find
Somewhere deep inside
Someone strong still resides
And I know I'm gonna be fine
That's right
'Cause for real
I've got a right to dream
There's more than this for me

But I keep on going 'cause

Every once in a while
There's a distant glimmer of hope
I find
Somewhere deep inside
Someone strong still resides
And I know she's gonna be fine
In time
'Cause you see
I've got a right to dream
There's more than this for me
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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Fazei-me um instrumento de vossa paz



Senhor,
Ó Deus, sois o único Senhor de nossa vida, de nosso coração e de nosso destino. Libertai-nos dos falsos senhores que nos iludem com suas promessas, pois não trazem nem vida nem paz. Dai-nos força para resistir e para buscar a paz através da justiça e do serviço humilde a todos. Amen.

Fazei-me um instrumento de vossa paz.
Senhor, fazei-nos instrumento de vossa paz na medida em que procurarmos viver em paz com nós mesmos, com a comunidade mais próxima, com a sociedade desigual e no meio dos priores conflitos. Que possamos nos esforçar para suportar tensões e contradições, buscando manter comunhão com todas as criaturas e tornando visível a vossa paz. Amen.

Onde houver ódio, que eu leve o amor
Senhor, onde houver ódio, que eu leve o amor. Fazei que desentranhemos de nós o amor escondido sob as cinzas de ódios secretos. Que nosso amor aos outros suscite o amor escondido neles, capaz de transformar o ódio. Fazei que o amor incendeie nossos corações, irradie em nossas atitudes e se realize em nossas ações, para que o ódio não tenha mais lugar dentro de nós. Amen.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Senhor, onde houver ofensa, que eu leve o perdão. No dia em que fizerdes o balanço de nossa história, perdoai os que ofenderam e humilharam nossos irmãos e irmãs, pois eles também são vossos filhos e filhas. Mas dai-nos força para nunca fazermos o que eles fizeram. Antes tornai-nos seres de solidariedade, de compaixão e de amor ilimitado. Amen.

Onde houver discórdia, que eu leve união
Onde há discórdia, que eu leve a união. Dai-nos sede de justiça, de compreensão e de tolerância para convivermos jovialmente uns com os outros. Dai-nos um coração que sinta o pulsar do coração do universo e de cada criatura, sintonizando com o vosso coração divino que tudo une, tudo diversifica e tudo faz convergir. Amen.

Onde houver dúvida, que eu leve a fé
Senhor, onde houver dúvida, que eu leve a fé. Não deixeis que a dúvida apague as estrelas-guias que iluminam nossa caminhada. Dai-nos a fé e confiança que nos coloca em vossas mãos. Concedei-nos a fé-crença em vosso desígnio que nos quer reunidos em vosso reino junto com toda a criação. Amen.

Onde houver erro, que eu leve a verdade
Senhor, onde houver erro, que eu leve a verdade. Fazei-nos corajosos na descoberta de nossos erros, especialmente daqueles que encobrem vossa presença em todas as coisas. Que a verdade brilhe por nossas palavras sinceras, por nossos gestos humanizadores, por nossas intenções puras e por nossa busca permanente de fidelidade à verdade. Nunca permitais que oprimamos os outros em nome da verdade religiosa. Amen.

Onde houver desespero, que eu leve esperança
Senhor, onde houver desespero, que eu leve a esperança. Que eu seja solidário na luta dos que buscam a justiça. Que saiba criar uma atmosfera de confiança ilimitada no vosso misterioso projecto de amor. Que tenha palavras inspiradas para suscitar a esperança inarredável de vivermos para sempre em vossa casa com todos os que precederam na história. Amen.

Onde houver tristeza, que eu leve alegria
Senhor, onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Fazei que a minha alegria nasça da compaixão sincera pelos que sofrem, da solidariedade verdadeira com os injustiçados e de minha própria conversão à fraternidade universal. Amen.

Onde houver trevas, que eu leve a luz
Senhor, onde houver trevas, que eu leve a luz. Vós sois a luz verdadeira que ilumina cada pessoa que vem a este mundo. Fazei que eu possa, por palavras inspiradas, por gestos consoladores e por um coração caloroso, dissipar as trevas humanas para que vossa luz nos mostre o caminho e trazer alegria à vida. Amen.

Ó Mestre,
Ó Mestre, fazei que em nosso interior ressoe vossa sabedoria e o exemplo de vossa coerência até a morte. Que sejamos vossos discípulos fiéis na medida em que realizarmos o que nos ensinais para sermos verdadeiramente instrumentos de amor e de paz. Amen.

Fazei que eu procure mais consolar, do que ser consolado
Ó Mestre, que eu possa sair da minha própria dor para escutar o grito de quem sofre ao meu lado. Que tenha palavras que consolem e gestos que criem serenidade, entrega confiante e paz profunda. Amen.

Fazei que eu procure mais compreender, do que ser compreendido
Fazei que consiga acolher o outro assim como é. Só assim o compreenderei como quero ser compreendido. Concedei-me ver o menor sinal de verdade, de bondade e de amor no outro para reforçá-lo e permitir que venha à plena luz. Amen.

Fazei que eu procure mais amar, que ser amado
Ó Mestre, que eu acolha com generosidade e alegria o amor que me é dado, mas que me empenhe sobretudo em fazer com que os que me cercam se sintam amados. Fazei que nos sintamos amados por Vós para experimentarmos a suprema felicidade concedida nesta vida. Amen.

Pois é dando que se recebe,
Ó Mestre, fazei-nos entender que dando generosa e gratuitamente receberemos também com superabundância tudo o que precisamos. Que possamos orientar nossa vida pela generosidade que nos devolverá sempre mais compreensão, mais acolhida e mais amor. Amen.

É perdoando que se é perdoado
Ó Mestre, muitas vezes e de muitos modos nos perdoastes ilimitadamente, como uma Mãe amorosa perdoa um filho. Fazei que perdoemos também nós a quem nos tem ofendido. E que nunca deixemos de crer na generosidade do coração, capaz de perdoar mesmo quando injustamente ferido por muitas ofensas. Amen.

E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Ó Mestre, ensinai-nos a viver de tal forma que acolhamos a morte como amiga e irmã. Ela não nos tira a vida, mas nos conduz à fonte de toda vida. Que possamos perceber na vida terrena o começo da vida celestial e eterna. Amen.

Oração de S. Francisco renovada

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

História de um cartaz



Já há alguns dias que não partilhava convosco um video. Recebi este video a semana passada e não posso deixar de o publicar. Obrigado, Teresa!

Este filme é uma curta metragem que este ano foi premiado no Festival de Cannes! Trata-se de um pequeno filme sobre um cartaz de um cego a pedir na rua. Mais do que promover os pedintes da rua, este vídeo mostra como e com que ânimo se deveria enfrentar as situações adversas da vida e de a ver a sempre noutra perspectiva..
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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Não à exclusão



São Paulo exorta-nos, mais uma vez, a sermos, como ele, imitadores de Cristo. E imitamo-Lo na medida em que procuramos revestir-nos dos seus sentimentos, dando continuidade aos seus gestos e acções. É a ELE, pois, que devemos ter presente na hora do encontro com os “leprosos” de hoje. E os “leprosos” de hoje são todos os “indesejáveis” e marginalizados da nossa sociedade:

- os que vivem nos bairros degradados das nossas cidades, em condições indignas de seres humanos;
- os fracassados, os desempregados, os toxicodependentes, vitimas também desta civilização do consumo e do sucesso;
- os presos, “rotulados” e “banidos” mesmo depois de pagarem a sua pena;
- os idosos que “esperam” sem esperança a morte, num isolamento e inércia que frustra e degrada;
- os refugiados, os imigrantes, acolhidos e usados quando úteis, e logo desprezados, rejeitados e “expulsos do acampamento” quando já não servem ou estorvam…

São todos estes e tantos outros que, dia a dia, surgem no nosso caminho e nos interpelam, como o leproso do Evangelho:
“SE QUISERES PODES CURAR-ME”
Isto é, se quiseres podes ajudar-me, podes visitar-me, podes defender-me, podes respeitar-me e promover-me…

JESUS disse: QUERO!
E nós, seus discípulos, que havemos de responder?
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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Parem, Escutem, Olhem e….. NAMOREM!!!



Olá! Sou o David. Tenho seis meses e sou um bebé muito feliz. Como sou muito curioso, tenho aprendido muitas coisas novas com os adultos, umas boas e outras menos boas.

Tenho reparado que os adultos passam a Vida a correr, sempre com pressa e urgência para isto e para aquilo… Raramente param dois segundos que seja, para tomarem consciência daquilo que andam a fazer.

Eu quero alertar todos os adultos para que tomem consciência que o mais importante é a Pessoa. Dou-vos um exemplo a partir de uma experiência minha…

Eu gosto de ficar parado a olhar para a minha mamã e para o meu papá e quando o faço eles ficam igualmente parados a olhar para mim, sem termos praticamente noção de tempo ou urgência.

Raramente tenho pressa, a não ser quando a fome aperta, e por isso tenho todo o tempo para olhar e escutar os meus papás e os meus amigos. Assim, só de olhar sei quando estão contentes ou um pouco mais tristes.

Outra actividade importantíssima para mim, como resultado desta experiência, é namorar. No principio quando via os meus pais a namorar não percebia, mas agora compreendo como é importante ir namorando e assim conhecendo e partilhando a Vida com o outro, com a nossa própria linguagem. E não pensem que apenas os namorados namoram!!!

Namorar deve ser uma actividade prioritária para todos, mesmo aqueles que não têm namorad@.

Namora com os teus pais, com os amigos, com a família… Conhece-te e dá-te a conhecer. Vive para eles, ganha intimidade, sê carinhoso, sorridente e nunca tomes ninguém como certo ou garantido.

Eu cá adoro namorar com os meus papás, brincar com eles, sorrir e fazer traquinices. Por isso não se esqueçam:

Parem, Escutem, Olhem e….. NAMOREM!

Um beijinho deste vosso filho, amigo, irmão….

David Alves
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A grandeza do silêncio



O que são as “coisas grandes” que estamos chamados a fazer?! Confundimos grandeza com aparato e estragamos tudo, porque quase todo o aparato é inconsequente. Esfuma-se e ficam as cinzas. O “tamanho” de uma acção não se mede pelo estardalhaço que faz mas pelos ritmos que gera, pelas consequências que deixa, pelas pessoas que toca…

A fecundidade de uma vida não depende da quantidade de gente que te conhece o rosto, te sabe o nome e te escuta as palavras, mas da quantidade de gente que consegues fazer habitar dentro de ti e à qual acabas por tocar pelos ritmos que geram os gestos simples e despretensiosos que fazes no silêncio. Nunca saberão o teu nome… mas devem-te a ti e ao teu gesto silencioso, coisas muito bonitas que fizeste despertar no coração de outros para que se realizassem.

A tua vida torna-se bonita, eficaz, fecunda, feliz, se fores tornando o teu silêncio cada vez mais parecido ao Silêncio de Deus, um Silêncio cheio de atenção, que inspira, suscita, motiva, aponta, descobre… Não um silêncio fechado em si, um silêncio “no canto”, mas um Silêncio cheio, que envolve tudo, que não está num canto da vida mas no encanto da vida.

Gostava de dizer-te nesta manhã que não há “gestos pequenos”, senão aqueles que se fazem propositadamente para parecermos grandes. Não há “vidas pequenas”, senão aquelas que se recusam a ser simples e verdadeiras. Não há ninguém “insignificante”. Ninguém!

E, na hora do sol se pôr sobre nós, só Deus mesmo saberá tudo… Nós, iremos descobrindo, pouco a pouco, enquanto o nosso Silêncio se for tornando, como o de Deus, Revelação e Encontro, e todos aqueles que nunca te souberam o nome sequer nem te conheceram o rosto, de repente, se reunirem à tua volta e te transfigurarem eternamente no seu abraço agradecido. E eles mesmos te mostrarão que, afinal, tens um jeito de Dançar na Festa do Reino absolutamente extraordinário!

E vais sorrir, tenho a certeza, ao lembrares-te que os passos mais bonitos desta Dança os treinaste todos no silêncio.

Rui Santiago
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Coração a coração com Deus



A oração é um coração a coração com Deus.

A oração bem feita toca o coração de Deus, incitando-O a ouvir-nos. Quando rezamos, que todo o nosso ser se volte para Deus: os nossos pensamentos, o nosso coração. O Senhor deixar-Se-á vencer e virá em nosso auxílio.

Reza e espera. Não te agites; a agitação é inútil. Deus é misericórdia e há-de escutar a tua oração. A oração é a nossa melhor arma: é a chave que abre o coração de Deus. Deves dirigir-te a Jesus, menos com os lábios do que com o coração.

Santo Padre Pio de Pietrelcina
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ingrid Betancourt



Na primeira pessoa

Ingrid Betancourt esteve sequestrada pelas FARC quase sete anos. No dia 2 de Julho foi libertada com outros 14 reféns na sequência de uma operação infiltrada do Exército colombiano. Diz que foi "um milagre". E desde então tem-se desdobrado em entrevistas. Mas das torturas de que foi alvo não fala. Fala de perdão. De fé. E de amor.

Durante todo este tempo vivi na selva. Dormíamos em tendas feitas de material camuflado. Nos últimos sete anos, passei os dias a coçar-me por causa dos insectos. Todos os dias. Foi um inferno. Um inferno para o corpo e para o espírito. Estivemos acorrentados. Tivemos que esconder-nos. Tivemos que correr. Tivemos os olhos vendados. Tínhamos todo o tipo de dores. Dores pequenas, grandes dores... Conhecia todos os reféns que foram resgatados [no dia 2 de Julho]. Foram a minha família durante anos. Amo-os e estou muito feliz por estarem livres.

Fomos torturados. Mas não vou falar sobre isso. Não estou preparada. Não sei se alguma vez vou estar. Creio que é suficiente para o mundo saber que a guerra é algo que destroça vidas e almas. Muitas coisas que aconteceram na selva têm de ficar na selva. Era a única mulher no acampamento. Tomar banho, mudar de roupa, tudo era difícil para mim. Por exemplo, tinha este cabelo que cresceu, cresceu, cresceu e lavá-lo demorava muito mais tempo que os outros. Como andava sempre atrasada eles [os elementos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)] passavam o dia a gritar comigo.

Na selva, nunca se sabe o que vai acontecer a seguir. Pode-se estar a almoçar, num momento, e no segundo seguinte está-se a receber ordens para arrumar as coisas e ir embora. E tem-se cinco minutos para ficar pronto. E isto pode acontecer em qualquer altura. Podemos ficar num campo por um dia ou podemos ficar por seis meses. Nunca se sabe. É preciso uma disciplina especial para ir fazendo coisas diferentes, para manter a noção das datas e os dias, para manter os pés assentes no chão. Tentava fazer coisas especiais em ocasiões especiais. No Natal, por exemplo. No Ano Novo. No aniversário dos meus filhos.

Ordem para matar

Tinha um rádio. Era a minha televisão e o meu DVD e todas essas coisas que existem agora e com as quais não sei lidar. De manhã cedo ouvia as mensagens da minha mãe. Na Colômbia há um programa especial através do qual familiares de vítimas de sequestro podem enviar as suas mensagens e ela costumava telefonar. Também ouvia a BBC todos os dias. Sei os nomes de todos os locutores. E ouvia o barulho de fundo quando eles falavam, ouvia se estava vento...Vivi sete anos com a consciência de que a morte era a minha companheira de todos os dias. Sabia que eles tinham ordens para matar-me se alguém tentasse resgatar-me.

Há duas categorias de prisioneiros das FARC: os prisioneiros de guerra - militares e polícias - e os prisioneiros políticos, como eu. Estes últimos são os mais odiados, somos os "porcos responsáveis pela guerra". As FARC dizem ser os únicos que combatem pelos colombianos, com as armas. Eu dizia que também combatia, mas com ideias. Tinha vontade de lhes perguntar: "Como ousam acreditar que o vosso combate é melhor do que o meu?" Eu luto pela justiça social. E contra a corrupção. Eles causam a corrupção. Pagam a pessoas do Estado para passar armas e drogas.

Terei contactado com mais de 300 guerrilheiros de todas as idades, de todas as condições. Destes 300, não terá havido mais de dois ou três a revelar um comportamento de compaixão. As FARC jogam com os sentimentos. Torturam-nos e tratam-nos como um cão, mas se precisam de alguma coisa, transformam-se - e estes seres horríveis e falam com gentileza. Mas houve duas ou três pessoas que me ajudaram, apesar da pressão do grupo e de saberem que se tivessem um comportamento diferente comigo podiam ser punidos, ir a conselho de guerra, ser fuzilados. Houve um momento em especial em que estava muito doente e precisava de medicamentos. E alguém arriscou e passou-me os medicamentos às escondidas.

Bravo Maria

Passei por coisas terríveis. Acho que o pior foi ter percebido que os seres humanos podem ser tão horríveis com outros seres humanos. Num ambiente de solidão espiritual, quando à minha volta não havia mais do que inimigos agressivos, aprendi a não reagir como reagia antes. Tive que aprender o silêncio e a baixar a cabeça.

Só podia falar com a Virgem. Bravo Maria. Descobri que podemos ser levados a odiar uma pessoa, a odiar com todas as forças do nosso ser e, ao mesmo tempo, a encontrar o alívio através do amor. Dizia: "Por ti, Senhor, não vou dizer que o odeio".

Por vezes, um guerrilheiro vinha sentar-se junto de mim, cruel, abominável, e era capaz de lhe sorrir. À noite, sonhava com os meus filhos. Quando chegou o momento de reencontrá-los, foi melhor, muito melhor do que o que sonhei. São seres humanos fantásticos.

Portanto estou muito grata a Deus porque sei que eles sofreram e que podiam estar cheios de raiva e amargura. Mas o que encontrei... como dizer isto? Foi dois seres espiritualmente elevados.

No dia em que fomos resgatados acordámos às quatro da manhã, como habitualmente. Como sempre, rezei. Ouvi as notícias na rádio. Ouvi as mensagens da minha mãe. Depois tiram-me as correntes e disseram-nos que tínhamos que preparar-nos, arrumar as coisas. Soubemos que havia um helicóptero a chegar com uma espécie de comissão internacional que queria falar-nos... mas não sabíamos ao certo o que ia acontecer.

Um dos comandantes veio falar comigo e perguntei-lhe o que é que podíamos esperar. Disse que o helicóptero iria levar-nos para outro local para, provavelmente, falarmos com um comandante superior. Disse-nos que talvez nos fossem libertar, ou transferir para outro local, ou que talvez voltássemos ao acampamento.Partilhei essa informação com os meus companheiros. Pensámos que talvez um de nós fosse ser libertado. Rezávamos para que fosse a nossa vez. Mas não queria ser libertada sem ser com os outros, não queria que isso acontecesse.

Depois ouvimos os helicópteros. Atravessámos o rio e ficámos perto do local onde foi feita a aterragem. Do helicóptero saíram quatro homens e uma mulher. Os meus companheiros perguntavam-me: "São franceses? São suíços?" E eu dizia: "Não sei, não sei quem são. Não reconheço ninguém." Os guerrilheiros mandaram-nos calar. Estavam excitados e agressivos.

Achei que aquilo afinal não era nenhuma comissão internacional. Que era uma fraude. E havia um homem com uma câmara a filmar-nos. Senti-me muito desconfortável. Não queria que ele me filmasse. Pensei que queriam mostrar ao mundo que estávamos vivos e que iam usar aquelas imagens para dizer ao mundo que eram bons tipos e que nos estavam a tratar bem e que nos iam manter no cativeiro mais cinco ou seis anos. Disseram-nos que para entrarmos no helicóptero tinham que amarrar-nos as mãos. Foi muito humilhante. Tínhamos aqueles tipos armados à nossa volta e queriam amarrar-nos as mãos? Um grito do fundo do estômago, quando o helicóptero levantou voo, neutralizaram o comandante que entrou connosco. Toda a gente o estava a pontapear.

E depois ouvimos a voz do líder do grupo a dizer: 'Somos do Exército colombiano. Estão livres." Não consigo encontrar palavras para descrever... tinha que ser real. Quem iria brincar com uma coisa daquelas? O tipo que gritou transmitia uma energia incrível. Foi maravilhoso. Gritei. Foi um grito que veio do fundo do meu estômago. E depois abracei toda a gente, beijei toda a gente... quer dizer.... foi de loucos. Foi muito intenso. Chorámos. Não foi o melhor momento da minha vida - o melhor momento da minha vida foi o nascimento dos meus filhos. Mas foi o melhor momento desta provação.

A viagem no helicóptero pareceu durar uma eternidade. Estava assustada. Pensava: "E se o helicóptero cai? E se tivermos um acidente?" É estúpido, mas pensava nisso. Perguntei: "Quanto tempo vamos demorar?" Disseram-me três minutos. E aqueles três minutos pareceram uma eternidade. Agora que estou livre sinto-me noutro planeta. Aquelas pessoas [os guerrilheiros] parecem-me... extra-terrestres. A única coisa que quero, e rezo por isso, é que Deus os abençoe.

Tenho que construir uma vida

Os últimos dias têm sido intensos. Estou exausta. Estou num estado de euforia. E espero que não passe. Espero não me esquecer do quão bom é estar viva e ser livre. É um privilégio. Sei que não tenho uma vida, tenho que construir uma. Sei que os meus filhos têm a sua vida e que têm que continuar com ela. Estou a aterrar da pára-quedas na vida das pessoas que têm as suas actividades diárias e eu não tenho nada. Há seis dias estava acorrentada a uma árvore. Agora estou livre e a tentar perceber como é que vou viver daqui para a frente.
Nas primeiras noites em que voltei a dormir numa cama só pensava como é incrível. O meu corpo estranhou e gozou cada bocadinho. É fácil adaptarmo-nos às coisas boas. É difícil habituarmo-nos às más. Não quero esquecer o que aconteceu, mas quero perdoar. Aprendi a perdoar. E não apenas os meus carcereiros, mas também os meus companheiros com quem tive, por vezes, momentos difíceis, as pessoas que amava e que disseram horrores como por exemplo "se foi sequestrada foi porque se pôs a jeito."

Nunca, nunca, nunca perdi a fé.

Deus esteve comigo do primeiro ao último dia da minha horrível experiência. E Ele continua comigo. E eu rezo todos os dias. Desde o momento em que fui libertada peço-lhe que nos conceda o milagre de libertar os outros reféns como fez connosco. Porque para mim foi um milagre.

No dia 20 de Julho há uma grande marcha na Colômbia para pedir a libertação dos reféns, para dizer às FARC: "Párem. É infame o que vocês fazem." Quero que este combate não seja só um combate dos colombianos. Quer que seja um combate de todo o mundo. Os reféns precisam que se lute por eles como se lutou por mim.

Andreia Sanches
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Perdoar e libertar-se



Fico muitas vezes com a sensação de que trazemos a maior parte da nossa história escrita nos traços do rosto. Deve ser por isso que tanta gente usa máscaras… E deve ser por isso que eu não gosto nada de as usar! Com o passar do tempo a gente vai descobrindo que ninguém chega a ser Inteiro enquanto não se reconciliar com a sua história.

Perdoar e perdoar-se.

Faz-me lembrar a história da primeira pomba da Criação… Passava os dias a fugir do primeiro gato da Criação e, chateando-se de vez, descobriu o caminho para a casa do Criador e disse-lhe: “Olha, não sei em que Escola de Criadores andaste, mas deves ter faltado à aula em que explicavam que, se era suposto eu correr a fugir do gato, melhor seria não ter estas duas coisas presas às costas!!!”

E então teve que ser o Criador a ensinar-lhe a voar…

Lembrei-me desta parábola, porque às vezes parece que acontece o mesmo com a Vida: a história é como um peso que carregamos às costas… A nossa história só deixa de ser um “peso” quando deixamos de lhe fugir e quando deixamos de a apontar como “culpada” das nossas actuais demissões, preguiças e medos.

Há umas semanas atrás, expliquei numa homilia que “Amar os inimigos e rezar por eles” era um exercício prático de perdão. Explicava que Jesus pedia aos seus discípulos que “não se deixassem derrotar pelo mal, mas derrotassem o mal com o bem”, como sintetizou o Apóstolo Paulo. Deixar-se derrotar pelo mal significa deixar-se minar e corroer por desejos de vingança e pelo rancor. Derrotá-lo com o bem significa ser capaz de Perdoar, o que traz sempre consigo uma profunda experiência de Leveza e Libertação.

Hoje, há cerca de meia hora, aconteceu o seguinte: uma senhora a quem faleceu o marido há três anos trouxe-me a fotocópia de uma carta que tinha escrito esta manhã, e pediu-me para eu a ler. Explicou-me o que era: no dia em que o marido tinha morrido, ela estava em casa, depois da hora de almoço e o marido estava internado. Recebeu um telefonema do hospital em que o médico disse o nome secamente e “É só para dizer que o seu marido morreu!”

Despediu-se e desligou…

Há três anos que aquele nome e aquela voz não lhe saíam da cabeça…

Hoje de manhã, finalmente, escreveu uma carta de reconciliação para esse médico. Explicou-me que, enquanto ouvia a homilia há umas semanas, só tinha aquele acontecimento na cabeça… E mastigar aquele rancor não deixava que a própria morte do marido se desdramatizasse…

Mas hoje conseguiu! Li a carta. Que fantástico testemunho. A meio diz mesmo: “Eu sou cristã e faço isto porque tenho consciência de que é o melhor a fazer, e perdoar-lhe é a única maneira de eu própria me sentir Livre!”

Não há uma única palavra de azedume, não há um único momento de rancor… Disse-me que foi a terceira carta que escreveu, porque nas duas anteriores, ao lê-las, sentia nelas alguma agressividade… Tinha-as deitado ao lixo!

Ao contar-me isto tudo, brilhavam-lhe os olhos como a uma menina encantada. E disse-me assim: “Há três anos que eu não respirava tão bem… Sinto-me tão leve!” No rosto desta mulher reconciliada estavam escritas as palavras Paz e Liberdade. Que o meu rosto também tenha sempre escritas, com traços de Verdade, experiências libertadoras e fecundas…

E se um dia destes passares por mim e não vires isto, por favor, chama-me à atenção, ok?
Rui Santiago
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Estou com a telha...



Era uma vez uma telha que se achava inútil e andava sempre triste por causa disso. Via-se assim, igual a todas as outras, alaranjada, imóvel... Enfim, inútil!

Então, chegou um dia em que ela quis tornar-se útil: decidiu "fazer-se à vida" sonhando com um telhado qualquer em que ela pudesse ser mesmo imprescindível!

Pegou nas trouxas que as telhas levam quando se "fazem à vida" e partiu, deixando lá no silencioso ("inútil!", dizia ela...) e alaranjado telhado o seu lugar.

Quando chegou o Inverno, quem vivia lá em casa teve que ir-se embora, porque era insuportável aguentar a chuva e as correntes de ar. Os quadros nas paredes, um a um, cairam todos, as paredes escureceram, os móveis apodreceram, o telhado começou todo a ceder e foi caindo.

Passado algum tempo, toda a casa estava no chão e enchia de um silêncio triste todos aqueles que passavam.

Entretanto, a telha continuava à procura do seu sonho.
Um dia havia de tornar-se útil e imprescindível para alguém em qualquer lado...
Dizia a si própria muitas vezes no seu íntimo: "Só tenho que estar atenta para não deixar passar a oportunidade certa..."
É que as telhas às vezes são muito distraídas.

Soube há uns dias que ainda anda à procura.
Oxalá encontre!

Se a encontrares por aí, diz-lhe que eu já aprendi que ninguém é feliz sozinho! Só somos "inteiros" quando somos Comunhão. Entre as pessoas, pelo menos, é assim: uma pessoa que se reduz a si própria, não chega a ser ela própria! Viver Humanamente é ConViver Amorosamente!

Ah! E diz-lhe também que não procure ser importante "para" ninguém... o que conta de verdade é ser importante "com" alguém, porque é na Comunhão que recebemos e realizamos o máximo das nossas possibilidades!

Diz-lhe. Pode ser que te escute...
Rui Santiago
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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Oração de cura e perdão incondicional



Senhor Jesus Cristo, hoje quero perdoar a mim mesmo por todos os meus pecados, faltas e tudo que há de mau em mim por tudo que acho que é mau.

Senhor, perdoa-me por qualquer especulação no ocultismo, por ter recorrido à prancheta ouija, horóscopos, práticas espíritas, por ter procurado cartomantes, por ter acreditado em amuletos, por ter usado o Teu nome em vão, por não Te adorar, por ter ofendido meus pais, por ter-me embriagado, usado drogas, cometido pecados contra a castidade, adultério, abortos, roubos, mentiras. Eu me perdôo verdadeiramente.

Senhor, quero ser curado por qualquer rancor, mágoa e ressentimento para contigo nas ocasiões em que achei que Tu enviavas mortes, doenças, desgostos e dificuldades financeiras à minha família e eu imaginava que fossem castigos. Perdoa-me, Jesus. Cura-me!

Senhor, eu perdôo minha mãe pelas vezes que ela me magoou, me deixou ressentido, zangou-se comigo, castigou-me, deu-me preferência a meus irmãos e irmãs em meu prejuízo , chamou-me de pasmado, feio, estúpido ou acusou-me de dar muitas despesas à família, ou quando me disse que eu não havia sido desejado, que nasci por acaso, por engano ou não correspondera ao que ela esperava.

Perdôo meu pai por todas as vezes em que não me deu apoio, pela sua falta de amor, falta de afeto, falta de atenção, falta de tempo, falta de companheirismo; pelas suas bebedeiras, pelas suas brigas, especialmente com minha mãe ou com os outros filhos, pela severidade de seus castigos, pelo abandono em que nos deixou, saindo de casa, divorciando-se de minha mãe, por suas ausências.

Senhor, perdôo meus irmãos e minhas irmãs por me rejeitarem, por mentirem a meu respeito, por terem raiva de mim, por me magoarem, por disputarem comigo o amor meus pais, por me agredirem fisicamente ou fazerem minha vida desagradável de qualquer maneira. Eu os perdôo, querido Senhor.

Senhor, perdôo meu marido (ou minha mulher) por sua falta de amor, falta de afeto, falta de consideração, falta de apoio, falta de comunicacao, pelas tensões, pelas falhas, desgostos ou quaisquer outros atos ou palavras que me ofendem ou perturbam.

Senhor, perdôo meus filhos por sua falta de respeito, de obediência, de amor, de atenção, de apoio, de compreensão, pelos seus maus hábitos, por quaisquer más ações que possam perturbar-me.

Senhor, perdôo minha avó, meu avô, tios, tias, primos e primas que interferiram em nossa família e causaram confusão, voltando um pai contra o outro.

Senhor, perdôo meus parentes por parte de meu casamento, especialmente minha sogra. Perdôo também meu sogro, cunhados e cunhadas.

Senhor, oro, hoje, especialmente pela graça de perdoar meus genros e noras e outros parentes por afinidade que tratam meus filhos com falta de amor.

Jesus, ajuda-me perdoar meus companheiros de trabalho que são agradáveis ou infelicitam minha vida. Aqueles que me empurram serviço, que falam mal de mim, que não querem cooperar comigo ou tentam tirar o meu emprego. Eu os perdôo hoje.

Meus vizinhos precisam ser perdoados, Senhor. Por todo o barulho que fazem, por não cuidarem de sua propriedade, não prenderem seus cães e deixarem-nos passar para o meu quintal, por não recolherem suas latas de lixo, por nos prejudicarem e abusarem de nós, eu os perdôo.

E agora perdôo meu pároco, a minha congregação e a minha Igreja por toda a falta de apoio, mesquinharia, falta de amizade, seus sermões, por não me afirmarem como deveriam, por não me proporcionarem inspiração, por não me usarem numa posição chave, por não me convidarem para servir em setores que exigem maior capacidade e por quaisquer outras ofensas que me tenham feito. Eu os perdôo hoje.

Senhor, eu perdôo todos os profissionais que de alguma forma me tenham prejudicado - médicos, enfermeiras, advogados, policiais, funcionários de hospitais. Por qualquer coisa que me tenham feito, eu realmente os perdôo hoje.

Senhor, perdôo o meu patrão por não me pagar um salário suficiente, por não valorizar o meu trabalho, por ser indelicado e injusto comigo, por irritar-se e por não se mostrar meu amigo, por não me promover e não fazer nenhum elogio ao meu trabalho.

Senhor, perdôo meus professores e instrutores de meus tempos de estudante bem como os de agora. Perdôo aqueles que me castigaram, me humilharam, em insultaram, me trataram injustamente, caçoaram de mim, chamaram-me de bobo ou de estúpido ou me retiveram na escola depois das aulas.

Senhor, perdôo meus amigos que me abandonaram, que perderam contato comigo, que não me apóiam, que não se mostram disponíveis quando preciso de ajuda, que me pediram dinheiro emprestado e não me pagaram, que falaram mal de mim.

Senhor, Jesus, peço especialmente a graça do perdão para aquela determinada pessoa, em minha vida, que mais me ofendeu. Peço-Te que me ajudes a perdoar qualquer pessoa a quem eu considere como meu maior inimigo, aquela que me seja mais difícil perdoar ou aquela outra que eu jurei que jamais perdoaria.

Obrigado, Jesus, por me estares libertando do mal da falta de perdão e eu Te suplico que me perdoes por todas as pessoas que foram ofendidas por mim.Obrigado, Senhor, pelo amor que através de mim veio para elas. Amen.
Dr. Nesser.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Cinco chagas de Cristo



Celebra-se hoje, dia 7 de Fevereiro, o culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da ressurreição. Esta foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. Disso testemunham a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Até Camões canta esta devoção tão Portuguesa, que, tradicionalmente, relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo:

Vede-o no vosso escudo, que presente
Vos amostra a vitória já passada,
Na qual vos deu por armas e deixou
As que Ele para si na Cruz tomou.
(Lusíadas, 1, 7).

Esta é uma festa litúrgica portuguesa e do mundo português que nos foi concedida pelos Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV. .


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Os caminhos da vida



Caminhavam três viajantes para um país longínquo, em busca de honras e fortunas.
Por algum tempo, andaram juntos, consultando o mesmo roteiro, comendo do mesmo pão e dormindo sob a mesma tenda.

Apesar de ser o rumo determinado com relativa facilidade pelas constelações, começaram a preocupar-se com os acidentes do terreno e bem cedo as suas opiniões dividiram-se. Por esse tempo, atravessavam uma vasta zona deserta e sentiram-se aflitos ao ver quase terminada a provisão de água.

Temendo as torturas da sede, depois de acalorada discussão, resolveram separar-se dois deles, tomando caminhos que lhes pareciam mais razoáveis.

O primeiro, desprezando o mapa que levavam, saiu sozinho pelo areal ardente, ansioso por encontrar uma fonte e depois o país remoto. Andou dias e dias, até se esgotarem todos os recursos para a longa viagem.

No meio da sua angústia, viu, ao longe, um pequeno riacho de águas cristalinas. Correu para lá, fazendo derradeiros esforços para chegar à margem. Mas tombou moribundo e sem esperanças, quando verificou que a corrente era apenas uma enganadora miragem.

O segundo viajante também desprezou o roteiro e seguiu o rumo aconselhado por outros, antes da partida, homens que jamais quiseram arriscar-se a empreender a perigosa jornada. Após alguns dias de inauditas canseiras, viu, à distância, o que lhe pareceu um lago. Estugou o passo até chegar à margem e exultou de alegria ao ver que tinha água fresca à disposição.

Mas sofreu, em seguida, decepção amarga, ao provar a água e verificar que era salgada. Tinha diante de si apenas um braço de mar, avançando por solitárias regiões. Ali mesmo expirou exânime o louco aventureiro.

Mas o terceiro caminhante agiu doutro modo. Sentado na areia, poupando as forças, examinou detidamente o roteiro, orientou-se pelas estrelas e foi-lhe fácil, afinal, acertar com uma quase apagada vereda. Alcançou breve um delicioso oásis, onde descansou, comeu frutos e bebeu água fresca e límpida. Uma caravana que passava, levou-o seguramente à terra desejada e ai encontrou muito mais do que havia sonhado em honras e riqueza!

Um velho contou esta história a um grupo de jovens, que o escutava atentamente e acrescentou:

‒ Meus filhos: o roteiro, que nos ensina o caminho para o país longínquo, é a Palavra de Deus.

O primeiro viajante é o homem que, desprezando os ensinamentos sagrados, deixando de olhar para o alto e preocupando-se apenas com os interesses mundanos, deixa-se guiar apenas com a fraca luz da sua inteligência. No final da vida, verifica que perseguiu miragens enganadoras e já não tem mais forças nem tempo para retroceder.

O segundo viajante é o que espera encontrar o rumo através da filosofia e da opinião dos homens. Segue conselhos, faz esforços bem intencionados, porém tudo em vão, porque os seus conselheiros são homens que apenas dizem: “Fazei assim”, e eles mesmos nunca empreenderam a heróica jornada.

Mas o terceiro viajante é o que lê atentamente a Sagrada Escritura, medita nos seus profundos ensinamentos, olha para o alto e obedece com fidelidade aos divinos preceitos. A despeito de toda a aridez da vida, não tarda a encontrar no consolador oásis da fé as virtudes evangélicas que o levam, pela graça divina, à presença de Cristo.

Quereis um conselho? Não desprezeis, filhos meus, esse roteiro, enquanto fazeis vossa jornada pelo caminho da vida!

Athalicio Pithan, Lendas e Alegorias.
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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Amor em Santorini



Hoje trago-vos algo para distrair e rir um pouco.
Mas como a brincar se dizem muitas verdades,
então fica-nos aqui uma lição deste video:
quando se ama de verdade, somos capazes de tudo!

Ou, como dizia, Santo Agostinho:
"Quem ama não se cansa,
e se se cansar, ama o cansaço!"

Então, hoje amem muito!
Abram, rasguem mesmo esses corações
e estou certo que chegaremos ao final do dia
com um sorriso redobrado.
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Diz o meu nome



Hoje é assim, Senhor.
Mantemos as portas abertas, mas a conversa é entre nós.

Gosto de Ti.
E hoje apetece-me ficar assim, só, sem título, sem imagem, sem música, sem parágrafos, sem negritos, sem nada. Eu e Tu.

E a porta, aberta.
Acredito que o que temos de mais íntimo é também o que temos de mais universal. Aquilo mesmo que achamos que é só nosso, no fundo de mim, do outro lado de onde chegam todos os olhos… O que tenho de mais íntimo, que às vezes penso que é só meu e ninguém vai entender por ser tão meu, é, afinal, o que tenho de mais universal e comum para partilhar com a humanidade inteira. Porque é aí, no mundo dos nossos desejos, dos nossos projectos, dos nossos espantos e desencantos, das nossas ousadias e medos, que somos todos tão irremediavelmente parecidos.

Amo-Te!
Já não quereria ter nascido, hoje, se tivesse que viver a vida toda sem ter a oportunidade de me admirar contigo... de gostar de Ti. E poder passar um tempo como este, feito de gratuidade e leveza, sem esperar nada em troca nem ter nada para dar. Sentar-me assim, sem mais, sem pensar no que há a dizer, sem te perguntar o que queres que eu diga e também sem pensar em ninguém mais.

Eu e Tu agora, chega?
Tem que chegar, Senhor, hoje tem que chegar, porque não há Amor que dure sem Namoro! O problema é quando o Namoro está apenas no começo de uma grande relação… porque o lugar dele é dentro, é no centro, como fio condutor de permanentes descobertas, como sabedoria e arte que se aprende para que o encanto não se torne coisa do passado. E não consigo entender a Fé senão assim, como Aliança, Encontro, Relação, Amor, Namoro, Confidência, História, Dança, Luta, Abraço, Comunhão, Vida.

Senhor, Tu que me sondas e me conheces, Tu que sentes ainda a forma do meu corpo nas Tuas entranhas, Tu que me trazes desenhado nas pupilas e gravado nas palmas das mãos, diz o meu Nome. Diz o meu Nome, hoje… e fico assim, eu, a ouvir-Te só dizer o meu Nome e a beber de Ti a ternura com que o dizes.

O eco do meu Nome, em mim, é Abba. Quando, assim, fico só à escuta que digas o meu Nome, sem Te pedir nem dar nada, sinto-me mais Filho. Filho… Filho Teu. Senhor… que és meu Abba, meu Pai. Meu Pai.

Gosto de chamar-Te Senhor, sendo meu Pai, porque quero mesmo que tenhas o Senhorio da minha Vida. És bom para mim, porque és bom. Confio em Ti, meu Senhor, Abba. E abdico de medir qualquer palavra porque hoje não é dia para isso.

Rezar é coisa de amantes. E de filhos.
Reza quem ama, pronto. E a Vida faz-se disto, destes momentos nus, inúteis, gratuitos, não cuidados, não esperados mas em que verdadeiramente percebemos que estamos vivos! Irrompe de dentro de nós aquilo que percebemos que é para sempre porque acontece para além de qualquer experiência de espaço e de tempo… E diante do mistério da vida que não morre, parece que de repente tudo fica passageiro. Fugaz. Parece que os dias também têm idade e envelhecem todos muito depressa. E nós permanecemos.

Ganhamos-lhes!
E renasce a experiência da paz. Renasce a certeza de que aqueles que olham os dias com tristeza e pessimismo têm sempre razão no dia seguinte, mas os que olham com alegria e esperança serão confirmados depois, naquele futuro que está já a despontar no silêncio. É mais prudente ser triste.

Temos razão mais vezes. Mas é estúpido. Porque a vida não se faz só de sensatez e de coisas certas. Porque acontecem coisas admiráveis na nossa vida também - sobretudo - quando não temos razão!

Oh Pai, meu Pai… meu Pai, cujo Nome se arredonda de tal maneira na minha boca quando o digo, que a mim próprio me espanto de me saber tão bem: meu Pai, meu Pai, Abba, Abba, meu Pai…

Vamos só ficar assim, agora.
É tarde.
Eu digo o Teu Nome, como posso…
Abba, meu Pai…
e Tu dizes o meu, assim como Tu dizes.
Eu digo o Teu Nome, e Tu dizes o meu.
Sem mais.
Assim, longamente, até adormecer eu.
Sabendo que continuarás a dizer o meu,
e a chamar-me Filho a eternidade inteira.

Não entendo.
Juro que não entendo esse mistério de Amor
do qual, ao mesmo tempo, não abdico!
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Uma noite à luz da vela



Encontrei uma pessoa que me confessou que a sua família, uma vez por semana, passa uma noite à luz da vela. Tudo começou num dia em que a electricidade faltou. Nessa noite não houve televisão, nem rádio, nem computador. Pais e filhos ficaram juntos em redor de uma vela acesa. O serão foi divertidíssimo, conversou-se, contaram-se histórias e o tempo passou serenamente. A experiência agradou e, a família, a partir desse dia decidiu passar uma vez por semana, a noite à luz da vela.

Actualmente, durante o dia, se retiramos o tempo de sono, as famílias dispõem pouco mais de três a quatro horas para estarem juntas. Habitualmente o (des)encontro tem início ao jantar. As refeições são feitas de televisão ligada para se ver as notícias. Este momento de partilha, por excelência, é assim desperdiçado: a televisão intromete-se, como se de um muro se tratasse. A seguir ao jantar, enquanto os mais novos se isolam no quarto a ouvir musica, a jogar no computador ou a navegar na Internet, os pais continuam hipnotizados pelo televisor, distraindo-se com a novela ou com o reality show do momento. O tempo passa e, sem darem conta, as quatro horas foram consumidas num ápice. No outro dia, a rotina repete-se.

Para existir intimidade entre as pessoas é indispensável que haja partilha. É importante revelar os pequenos acontecimentos que ocorreram durante o dia. Os momentos bons, os maus, as dúvidas, os desejos, as frustrações, enfim…, é preciso partilhar. De que outra forma é que nos podemos conhecer uns aos outros? Se perdermos este hábito como é que os pais podem acompanhar o que se passa com os filhos? E o casal, como é que pode ter intimidade se não existir diálogo?

Nos dias de hoje não se discutem em casa os vários assuntos da actualidade; assistimos na televisão aos debates que os outros fazem por nós. As crianças têm cada vez menos espaço para a imaginação. Não brincam aos polícias e ladrões, ou aos príncipes e princesas, preferem jogar em frente a um ecrã um jogo que alguém imaginou para eles. Os adolescentes não procuram pedir aos pais opiniões e conselhos, em vez disso pesquisam na Internet. Acaba por ser mais cómodo para os pais, porque assim, pelo menos não os aborrecem com perguntas difíceis.

Se reflectirmos um pouco, percebemos que vivemos numa sociedade de consumo que procura a todo o custo apoderar-se do nosso tempo livre e captar a nossa atenção, apenas com um objectivo: obrigar-nos a consumir. É assustador o número cada vez maior de horas que os adultos, jovens e até as crianças passam por dia a ver televisão e em frente ao computador. O tempo acaba por ser destinado quase em exclusividade para satisfazer necessidades narcísicas já que a outra pessoa fica excluída.

Ninguém tem dúvidas que isto tem consequências na relação entre pais e filhos. Mas, a relação entre o casal também fica atingida. Muitos casamentos acabam por definhar com o tempo, por que não há comunicação. O diálogo e a partilha são indispensáveis para que haja intimidade entre as pessoas. Há coisas que têm que ser ditas. Nalguns casos o silêncio pode ser corrosivo e devastador.

Um casal que atravessava uma grave crise conjugal apresentou-se ao médico para tentar fazer uma terapia de casal. Uma das queixas apresentadas pela mulher era que estava casada há trinta anos e o marido nunca lhe tinha dito, durante aquele tempo, que a amava. Por isso, ela sentia-se profundamente infeliz e insegura. O marido com alguma indiferença respondeu ─ Disse-lhe que a amava no dia do casamento, como não mudei de ideias, não vejo a necessidade de me repetir.

Prescrição médica: «Uma noite por semana à luz da vela».
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Alucinante



Espectacular fragmento de um documentário emitido na National Geographic onde se pode ver um leopardo a matar uma fêmea de baduino. Entretanto adopta e protege a sua cria indefesa do feroz ataque das hienas.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pensa na tua história



Pensa na tua história… Tenho a certeza que reconhecerás tantas pessoas que te ajudaram a ler, interpretar e recriar acontecimentos fundamentais. PESSOAS E ACONTECIMENTOS… olha para a tua vida como uma História de Salvação também que Deus tem feito contigo, e verás as tantas respostas de Deus… Tenho a certeza que serás capaz de descobrir, à luz da fé, a presença do Seu Espírito que foi agindo, forte e discretamente, inspirando-te ou inspirando pessoas concretas para estarem contigo…

Fazer a experiência que Deus está connosco, depois, vai mudando tudo. Esse é o grande milagre da nossa vida… Quando percebemos que a Fé deixa de ser crença e se torna progressivamente Confiança e, assim, vai derrotando o mundo interior dos nossos medos, desesperos e desencantos… Nascemos de novo! E uma multidão de impossíveis passam a estar ao alcance da nossa confiança filial de conhecidos, amados e escolhidos.
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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Como Jesus, manso e humilde de coração



Antes de mais, se queremos ser amigos do verdadeiro bem dos nossos alunos e encaminhá-los para o cumprimento dos seus deveres, é necessário que nunca vos esqueçais de que sois representantes dos pais desta querida juventude, esta juventude que foi sempre o terno objecto das minhas preocupações, dos meus estudos, do meu ministério sacerdotal e da nossa Congregação Salesiana.

Quantas vezes, meus queridos filhos, na minha longa carreira, me tive de convencer desta grande verdade: é mais fácil encolerizar-se do que ter paciência, ameaçar uma criança do que persuadi-la; direi mesmo que é mais cómodo, para a nossa impaciência e para a nossa soberba, castigar os recalcitrantes do que corrigi-los, suportando-os com firmeza e benignidade.

A caridade que vos recomendo é aquela de que usava São Paulo com os recém-convertidos e que muitas vezes o fez chorar e suplicar quando os encontrava menos dóceis e menos dispostos a corresponder ao seu zelo.

Tende cuidado que ninguém possa julgar que procedeis movidos pelo ímpeto da emoção repentina. Dificilmente quem castiga é capaz de conservar aquela calma que é necessária para afastar qualquer dúvida de que agimos para demonstrar a nossa autoridade ou desafogar o nosso mau humor.

Olhemos como filhos nossos para aqueles sobre os quais exercemos alguma autoridade. Ponhamo-nos ao seu serviço como Jesus, que veio para obedecer e não para dar ordens, envergonhando-nos de tudo o que nos possa dar a aparência de dominadores; e se algum domínio exercemos sobre eles, há-de ser apenas para os servir melhor.

Assim fazia Jesus com os seus Apóstolos, tolerando-os na sua ignorância e rudeza, e inclusivamente na sua pouca fidelidade; era tal a familiaridade e afeição com que tratava os pecadores que a alguns causava espanto, a outros escândalo, e em muitos infundia a esperança de receber o perdão de Deus; por isso nos ordenou que aprendêssemos d’Ele a ser mansos e humildes de coração.

Uma vez que são nossos filhos, afastemos toda a cólera quando devemos censurar as suas falhas, ou ao menos moderemo-la de tal modo que pareça totalmente dominada.

Nada de agitação de ânimo, nada de desprezo no olhar, nada de injúrias nos lábios; mas tenhamos compaixão no presente e esperança no futuro: então seremos verdadeiros pais e conseguiremos uma verdadeira correcção.

Em certos momentos muito graves ajuda mais uma recomendação a Deus, um acto de humildade perante Ele, do que uma tempestade de palavras, que só fazem mal a quem as ouve e de nenhum proveito servem para quem as merece.
São João Bosco
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Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...