quarta-feira, 8 de julho de 2020

Amanhã colherás o que hoje semeaste

Boas sementes | Close

Amanhã colherás o que hoje semeaste As leituras (Oseias 8, 4-7. 11-13, Mateus 9, 32-38) estão repletas de imagens que apreendem o drama do ministério de Jesus quando enfrentou a intensa oposição dos seus críticos. Quando realizava exorcismos, era acusado de expulsar os demónios por meio do príncipe dos demónios. A sua crescente popularidade levantava preocupações aos líderes religiosos, que temiam a ameaça ao sacerdócio do templo. A menção de Jesus à grande colheita tinha uma vertente apocalíptica, sugerindo que a História estava a chegar a um limiar marcante de conversão e mudança. Isto lembra o impacto da pregação de João Batista e, antes disso, de profetas como Oseias, que confrontou os líderes de Israel por semear ventos que se tornariam tempestades. Jesus está a anunciar o Reino de Deus ao realizar milagres de cura e libertação. Onde quer vá, é movido de piedade pelas multidões, inquietas e perdidas como ovelhas sem pastor. Ele vê os campos transbordantes e pede trabalhadores para o ajudar na colheita. Estas imagens podem também despertar um senso de urgência em nós, à medida que tentamos interpretar o nosso próprio mundo durante uma pandemia, divisões políticas profundas, e incerteza sobre a estabilidade da nossa economia e dos nossos vínculos sociais. Um rápido olhar para a História lembrar-nos-á que todas as gerações enfrentaram tempos de crise causados ​​por guerras e problemas económicos, agitação social e violência. O que uma geração semeia, as gerações subsequentes colhem. Ambição e engano semeiam divisão e desconfiança. Sabedoria e coragem abençoam o futuro para os outros. O compromisso com a reconciliação e a justiça cria harmonia e oportunidade para as gerações que estão por chegar. O Evangelho é, antes de tudo, uma revolução no coração. Jesus descreveu o seu efeito não como repentino ou dramático, mas à imagem dos processos ocultos de fermento, sal e luz, como semear sementes cujas colheitas talvez não possamos ver. Os profetas eram raramente reconhecidos no seu próprio tempo, mas a sua coragem e fidelidade construíram um futuro para as gerações posteriores. A mudança real é o resultado da virtude comum ao longo do tempo, investimentos constantes que produzem retornos alimentados com paciência e disciplina. Um dos sinais seguros de que estamos a viver no Espírito de Jesus é constatar que as nossas palavras e ações levam cura e maior liberdade para os outros. As sementes que semeamos multiplicam a bondade, e quando outros semeiam generosamente, estamos ansiosos por os ajudar a colher os resultados. A mudança significativa ocorre no trabalho das comunidades, onde os egos desaparecem e o bem comum floresce, onde o serviço é sinal de liderança. Um dia, a História revelará como é que o nosso tempo será apreciado pelas gerações futuras, mas se formos fiéis agora, elas honrar-nos-ão imitando-nos. Pat Marrin in National Catholic Reporter

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