quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Quatro horas por dia

A imagem pode conter: Ricardo Rodrigues, chapéu e closeup

Um jornalista perguntou ao Dalai Lama quanto tempo uma pessoa empenhada no trabalho de escritório ou de oficina deveria passar, diariamente, em oração. Ele pensou um pouco antes de responder, depois ergueu o olhar para o seu interlocutor, e serenamente, mas com firmeza, respondeu: «Penso que quatro horas por dia podem bastar!».

Leio este aparenta “florinha”, que no entanto é declarada verdadeira, num conhecido semanário norte-americano. Poder-se-ia desde logo objetar que o Dalai Lama, como oriental que é, não conhece a complexidade da vida contemporânea ocidental, as horas de trabalho requeridas, a multiplicação dos deveres e dos compromissos.

Em tudo isto há verdade: os nossos ritmos existenciais são diferentes dos de um indiano ou de um tibetano. Mas atenção para não exagerar nesta desmitificação, porque temos a prova provadas das palavras deste homem sábio, devoto e justo numa outra figura que, apesar de trabalhar na Índia, era cristã e ocidental, Santa Teresa de Calcutá.

Cada dia passava horas em oração, e no entanto fez pelos últimos da Terra muito mais do que inteiras organizações filantrópicas ou frenéticos ativistas sociais. Experimentemos, então, refletir com seriedade naquelas quatro horas, que, à primeira vista, nos parecem um gracejo.

Todos aqueles que testemunharam de maneira eficaz e operosa o amor, a doação de si e a sua fé, criando estruturas que duraram até aos nossos dias (pensemos, por exemplo, em S. João de Deus ou em S. João Bosco), dedicaram vastos espaços a Deus nos seus dias. E nós acreditamos que fazemos muito ao retalhar uns poucos minutos de manhã ou à noite para uma veloz oraçãozinha?

P. (Card.) Gianfranco Ravasi
In Avvenire

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