sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Decálogo para a conversão espiritual, pastoral e missionária

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Decálogo para a conversão espiritual, pastoral e missionária
[A partir do Documento Final do Sínodo sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional]

Reunindo e resumindo as propostas do Documento Final e de alguns estudos feitos em ordem à preparação do Sínodo, atrever-me-ei a enumerar, em jeito de decálogo, alguns aspetos daquilo que se poderia chamar a conversão espiritual, pastoral e missionária da Igreja (DF 118), que pode ser resumida na expressão “sinodalidade missionária”:
  1. Passar do “ide e ensinai” ao “ide e escutai”…
  2. Passar de uma Igreja paternalista, a uma Igreja «caminheira» e «companheira», uma Igreja que caminha e acompanha os mais novos e confia neles.
  3. Passar de uma Igreja clericalista, autoritária, a uma Igreja sinodal, participativa e corresponsável (DF 123).
  4. Passar de uma Igreja de feição masculina a uma Igreja de rosto feminino e materno, onde as mulheres têm parte ativa e responsabilidades nos processos e lugares de decisão (DF 55; 148) e a Igreja se torna uma Mãe de coração aberto (EG 46-49).
  5. Passar de uma Paróquia imóvel, repetitiva, circunscrita e limitada aos seus limites territoriais, para uma comunidade mais criativa e generativa, aberta, atenta aos últimos, que cresce numa lógica de corresponsabilidade eclesial e de impulso missionário, desenvolvendo sinergias no território (DF 17; 129) e ousando novas linguagens e expressões (artes, pintura, música, desporto, mundo digital etc – DF 47).
  6. Passar de uma pastoral por setores a uma pastoral por projetos (DF 141), de modo a desenvolver o trabalho colaborativo, potenciando as sinergias de pessoas e recursos, de modo que a fragmentação dê lugar à integração.
  7. Passar de uma pastoral das vocações (consagradas) à animação vocacional de toda a pastoral (DF 139)
  8. Passar de uma catequese juvenil, em jeito de curso de formação religiosa, a verdadeiros percursos de iniciação à vida cristã, capazes de proporcionar a alegria do encontro com Cristo, na beleza da Liturgia (DF 134), na experiência dos Sacramentos, na integração comunitária, na diaconia social (DF 46; 137), tendo presente os processos pessoais de acompanhamento (DF 19).
  9. Passar do compromisso missionário, em atividades na Igreja, ao compromisso de toda a Igreja, nas novas fronteiras da missão: mundo digital (DG 21.24; 145º), migrantes (25-27; 147), valorização da mulher (DF 55; 148); sexualidade (39; 149-150), economia, política, trabalho, casa comum (DF 151-154), diálogo inter-religioso e ecuménico (155-156).
  10. Passar de uma formação presbiteral isolada a uma formação conjunta de leigos, consagrados e sacerdotes, de caráter mais experiencial, com percursos comunitários, capaz de preparar os futuros e atuais pastores para campos exigentes e especializados da vida pastoral, tais como a mobilidade humana, o acompanhamento espiritual (DF 9), a pastoral juvenil (DF 164), a cultura digital (DF 21-24; 145).

Os jovens precisam do nosso testemunho, de pessoas sãs, enraizadas em Cristo, pautadas pela sobriedade de vida, pela transparência, pela autenticidade, pela busca da santidade, “precisam de santos que formem outros santos” (DF 165).

Se fizermos jovens santos, pela irradiação missionária do nosso testemunho de santidade, eles próprios nos hão de impelir a voltar ao nosso primeiro amor (DF 167).
E esse – voltar ao primeiro amor (Ap 2,14) – é o fundamental caminho da nossa conversão e o de toda a Igreja, que se quer colocar “em estado permanente de missão” (EG 25)! Que os jovens nos deem um bom empurrão.
Pe. Amaro Gonçalo Ferreira Lopes

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