quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Estou em construção



Se eu errei, se eu o magoei, se eu o julguei mal,
desculpe-me por todos esses transtornos…
Estou em construção!
Durante a nossa vida causamos transtornos
na vida de muitas pessoas porque somos imperfeitos.
Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas,
falamos sem necessidade, incomodamos.
Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente.
Mas agredimos. Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro.
Parece que o mundo gira em torno dos nossos desejos
e o outro é apenas um detalhe.
E, assim, vamos causando transtornos.
Esses tantos transtornos mostram que não estamos prontos, mas em construção.
Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma.
O outro também está em construção e também causa transtornos.
E, às vezes, um tijolo cai e magoa-nos.
Outras vezes, é a cal ou o cimento no rosto.
E quando não é um, é outro.
E com o tempo todos nós temos que nos limpar e cuidar das feridas,
assim como os outros que convivem connosco também têm de o fazer.
Os erros dos outros, os meus erros.
Os meus erros, os erros dos outros.
Esta é uma conclusão essencial:
todas as pessoas erram.
A partir desta conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã:
o perdão.
Perdoar é cuidar das feridas.
É compreender que os transtornos são muitas vezes involuntários.
Que os erros dos outros são semelhantes aos meus erros
e que, como caminhantes de uma jornada, é preciso olhar adiante.
Se nos preocupamos com o que passou, com a poeira,
com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado.
E será um desperdício.
O convite que faço é que experimente a beleza do perdão.
É um banho na alma!
Deixa-nos leves!
Se eu errei, se eu o magoei, se eu o julguei mal,
desculpe-me por todos esses transtornos…
Estou em construção!

Papa Francisco

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