segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Salmo 173



Deus de todas as manhãs,
meu Senhor e meu Dono,
ensina-me todos os segredos da Oração de Jesus,
todos os mistérios daquele jeito com que ele envolvia o que fazia
numa energia que só pode vir de Ti…

Meu encanto e bem maior, Deus cuja Palavra é meu Tesouro,
molda de novo com as Tuas mãos a minha história inteira
e desperta em cada manhã os meus ouvidos para que eu ouça, como um Discípulo.

“Tu és o Meu Filho tão amado, és o lugar do Meu encanto e do Meu desejo”…
Foi esta a Palavra que rasgou os Céus e abriu a história em dois,
foi este o segredo dos deuses que nenhum homem poderia ir roubar para contar
mas Tu mesmo ofereceste como aliança eterna.

E, depois, silêncio…

E, depois, num murmúrio, primeiro,
aquela Oração que Jesus fazia nas colinas ainda antes do sol nascer, serena, solitária, doce…

E chegaram as perguntas… abriu-se um campo de batalha na própria carne de Jesus,
porque os que sempre recusam a Tua Palavra tiveram que o rejeitar a ele
que a tinha escrita toda na pele…

E, nesta luta, a força!
A Tua força, a energia daquela OrAcção que escorre do alto solitário das colinas orvalhadas
mas se realiza no confronto vitorioso com as forças do Anti-Reino…

E, em profunda OrAcção, varria com o sopro do Teu Espírito a vida sepulcral de Lázaro… Em profunda OrAcção, mandava os seus darem de comer à multidão e partia o pão, dando graças, até que todos se deixassem tocar e lhe pusessem nas mãos o que levavam consigo… Na hora mais intensa da sua OrAcção, disse aos amigos que o Pão que comiam e o Vinho que lhes dava era o sinal da sua entrega incondicional à causa do Reino e aos cuidados do Pai…

Oh Deus, meu Senhor e meu Dono, minha Vida e minha Paz, minha Única riqueza,
vai-me empurrando por estas veredas da OrAcção de Jesus.
Não to sei dizer nem pedir de outra maneira,
mas quero em mim essa Energia que transfigura todas as coisas,
essa tal “apenas uma coisa” que faltava e ficou sempre a faltar ao sem-nome do Evangelho…

Queria poder derramar a minha vida num segundo por Ti,
como água que se dá no alto de uma rocha e escorre.
Mas as coisas não são assim,
porque mesmo que a oração se faça de poesia, a vida faz-se de fidelidade!
E essa é tarefa que ainda só agora me começa a calejar as mãos…
Estamos sempre um bocado por estrear
nesta coisa de sermos verdadeiramente quem estamos chamados a ser,
e encanta-me ser o Teu enlevo.

Que olhos tens Tu, Senhor meu, que me vês assim…
Que olhos tens Tu, Dono meu, que vives e crias num desbordar permanente de alegria
pela beleza dos Teus filhos em que a gente, por aqui, vê tantas mazelas…
Que olhos tens Tu, meu Amor,
para não Te desencantares de nós nem nos desacreditar o Teu Coração…

E agora, mostra-me Jesus! Mostra-me o Re-Suscitado, faz-me vê-lo e perder-me nele de tal maneira que não seja mais possível encontrar-me sem encontrá-lo a ele de algum modo. Até chegar aquele dia em que, na minha suprema fragilidade e impotência, também a mim me levantarás de novo, até ao Teu Rosto e, com a Tua ternura poderosíssima, vais sussurrar uma palavra de salvação que, mais uma vez, percorrerá a Criação inteira: “Vive!”

Meu Dono!

Rui Santiago.

2 comentários:

  1. O silêncio, o múrmurio, a oração.
    Fragilidade e impotência.
    E depois uma ternura poderosíssima de JESUS,
    trar-nos-á de volta à vida: a nossa Fé é a nossa Maior Esperança.

    Lindíssimo.
    Obrigado Padre Nuno.

    dulce ac

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