do Lat. ciboriu; s. m., a parte mais alta que exteriormente remata ou cobre a cúpula das grandes igrejas ou dos edifícios monumentais. Este blog é, na sua grande maioria, partilha de videos e textos de diversos autores que recebo diariamente. Com a visão dos outros podemos ver mais alto, mais longe...
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Um amigo é um irmão que escolhemos
Quão frequente é ouvirmos e lermos a palavra “amigo” ou “amizade” durante o nosso dia?
De facto, situações não faltam, a começar pelas músicas que passam na rádio, nos anúncios de televisão, na internet, em conversas com pessoas…
mas será que já paraste para pensar na mais autêntica e pura definição de amizade?
Será sequer possível encontrar uma boa definição, quando temos relações tão diferentes de amigo para amigo? (...)
“Quem encontrou um amigo, descobriu um tesouro”, ensina a Bíblia.
Um amigo é um irmão que escolhemos.
Alguém que entende, como mais ninguém, as nossas conversas mais longas, as nossas tímidas meias palavras e até os nossos silêncios.
Junto a um conhecido muitas vezes não conseguimos estar sem falar pois sentimos o desconforto do silêncio.
Mas, perto de um amigo, podemos estar calados confortavelmente sem nos sentirmos constrangidos.
Com ele podemos até falar demais, sem ter medo de dar a conhecer o nosso mais íntimo ou de guardar um segredo.
Com um amigo, podemos dar uma gargalhada livre, solta, ou podemos chorar sem nos sentirmos menores, porque ele nos compreende.
E, porque é natural filtrarmos, não só o que dizemos mas também a quem o dizemos, imagina-se muitas vezes estas relações entre pessoas como uma peneira.
Se alguém me é completamente desconhecido ou não me dá provas para partilhar o mais íntimo de mim, então os buracos da minha rede são muito apertados
e pouco passa para o outro lado.
Mas, à medida que uma amizade se fortalece, os buracos tornam-se maiores e começo a pôr menos barreiras ao que penso e ao que posso/quero contar a essa pessoa.
Por isso, um amigo faz-nos compreender o significado da palavra confiança, a base de todas as relações de amizade, pois é ela que alarga a rede da nossa peneira, muitas vezes sem repararmos.
Os frutos são evidentes: confiamos sentimentos, emoções, experiências que nos marcam.
Quantas vezes isto não reduz substancialmente o peso da nossa cruz ou aumenta, espantosamente o tamanho da nossa alegria?
Mas, não nos esqueçamos, é preciso haver retorno.
Há amizades que falham porque assentam apenas no esforço sincero de uma das partes.
A amizade é uma história recíproca.
Há pessoas que se lamentam da falta de amigos ou que olham para trás no tempo e vêem que não conseguiram manter muitas amizades muito especiais.
Contudo, não se lembram da importância de investir tempo a “cativar” e a “criar laços”.
Como diria a raposa ao Principezinho no livro de Antoine de Saint-Exupéry: “foi o tempo que perdeste com a tua rosa que a tornou tão especial.”
A amizade exige empenho, dedicação e lealdade.
As amizades verdadeiras ajudam-nos a crescer porque um amigo é aquele que em vez de nos dizer o que queremos ouvir, não se enfarpela muito para nos dizer o que realmente precisamos de ouvir.
Um amigo não tem de nos dar sempre palmadinhas nas costas.
Às vezes é mesmo difícil pôr o dedo na ferida, implica muita coragem porque sabemos que nos estão a tocar num ponto fraco.
Assim, é ele que puxa por nós e nos desinstala para nos pôr em movimento.
E que graça tão grande quando encontramos um amigo em que eu me torno mais eu, e ele mais ele.
Se eu não sou verdadeiro e não te ajudo a caminhar para a verdade não mereço ser teu amigo.
Mas quando passamos muito tempo com uma pessoa ou conversamos com alguma frequência com ela, ganhamos confiança e à-vontade e às vezes desse à-vontade nascem desentendimentos, mal-entendidos e até mesmo algumas zangas.
É mesmo importante irmos aprendendo a olhar para essas situações com humildade (reconhecendo a parte da culpa de cada um) e recorrendo ao perdão.
Sem perdão não há amizades sólidas.
No fundo, são desafios que nos são propostos e que quando bem geridos e vividos acabam por fortalecer uma amizade.
A cena da visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel mostra-nos como a amizade é algo de especial e que se pode (re)descobrir pela vida fora, senão vejamos:
1. Maria corre para ajudar Isabel (a amizade é um desejo de estar próximo; é uma disponibilidade para ajudar).
2. A alegria do encontro (a amizade é essa alegria pura de um simples encontro).
3. O Magnificat (a amizade é um dom de Deus que nos faz dar graças).
in Caderno de Pilotagem EJNS - 2012
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