Renunciar para seguir Jesus é pôr no coração do nosso coração a relação com Cristo, deixando que seja Ele o Rei e Senhor de tudo. Neste sentido, seguir Jesus transformará no amor as nossas relações familiares e sociais, fará dos nossos bens pessoais um instrumento de partilha e a nossa vida tornar-se-á um dom para os demais. Renunciar significa deixar que Cristo reine para O seguirmos e servirmos com tudo o que somos e temos.
Se é assim… é preciso então ter a coragem de se decidir, de cortar a eito, para seguir em frente, com Jesus, no caminho da Cruz. E esta decisão exige ponderação, discernimento, avaliação. Estaremos à altura de concluir o que começámos? Teremos condições para vencer esta batalha? A nossa tentação é a de encontrar aqui uma boa desculpa, para não nos comprometermos com Cristo e com a Igreja, a partir de um calculismo egoísta: “Não quero prometer e depois não cumprir”; “Prefiro não me comprometer, porque não estou seguro de não vir a faltar”, “Não me sinto capaz desta missão”; “Não sei se tenho as condições necessárias para desempenhar esta função”. Pois é. Mas a questão que Jesus nos põe não é essa. Não é uma questão de capacidade ou desempenho. A questão para ti é a de saberes se te decides por Ele ou não… se Lhe ofereces o coração do teu coração ou não… se te queres deixar amar e guiar por Ele ou não; se O queres deixar agir em ti e por ti ou não. É isto e só isto mesmo que está em questão.
Por isso, faço-te um apelo: senta-te, por algum tempo, em oração, em diálogo com o Senhor. Invoca o Espírito Santo, para que te liberte e expulse aquele medo que te leva a negar-Lhe a sua entrada em alguns espaços da tua vida (cf. GE 175). Quando sentires a tentação de te enredares na tua fragilidade, levanta os olhos para o Crucificado e diz-Lhe: «Senhor, sou um miserável! Mas Tu podes fazer o milagre de me tornar um pouco melhor» (cf. GE 15). Faz um discernimento, atento, humilde, verdadeiro, não para descobrires que mais proveito podes tu tirar desta vida, mas para reconheceres como cumprires melhor a missão, que te foi confiada no Batismo (GE 174). Isto implica estares disposto, desde já a renunciar a tudo, isto é, a dares tudo por tudo (GE 174).
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