Os erros do nosso passado não devem ser problemas hoje, pois já nada podemos fazer. O erro de ontem resultou da incapacidade de o termos previsto e evitado em todo o tempo que o precedeu. Depois já nada há a fazer. O que é imbecil é pensar que os erros são inevitáveis.
Pensar é encontrar o ponto de equilíbrio que permite distinguir o verdadeiro do falso, o perfeito do imperfeito, os juízos bem fundados das justificações ilusórias.
Vivemos na cultura do provisório, do relativo, do descartável. Importa, talvez hoje mais do que antes, ter a coragem de ver as coisas como elas são.
Só quem escolhe bem o seu ponto de equilíbrio é estável. Não varia, nem cede às tentações do fácil e do prazer imediato. Só se mantém no seu lugar quem procura de forma constante o seu equilíbrio.
Quando descubro um erro em mim devo ter a ousadia de o reconhecer e emendar logo, em vez de o ignorar, disfarçar, justificar ou, pior de tudo, persistir nele, achando que faz parte de mim.
O que é importante é evitar os erros de hoje, prevendo os problemas de amanhã.
A nossa razão deve centrar-se no que podemos e devemos fazer em relação ao futuro. Passar a vida a olhar para trás não faz sentido. Pode até ser um modo de compreender a vida, mas uma vida sem futuro. Só se vive para diante.
José Luís Nunes Martins
(ilustração de Carlos Ribeiro)
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