quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O ser humano é estranho



Briga com os vivos, e leva flores para os mortos;
Lança os vivos na sarjeta, e pede um "bom lugar para os mortos";
Se afasta dos vivos, e se agarra desesperados quando estes morrem;
Fica anos sem conversar com um vivo, e se desculpa, faz homenagens, quando este morre;
Não tem tempo para visitar o vivo, mas tem o dia todo para ir ao velório do morto;
Critica, fala mal, ofende o vivo, mas o santifica quando este morre;
Não liga, não abraça, não se importam com os vivos, mas se autoflagelam quando estes morrem..
Aos olhos cegos do homem, o valor do ser humano está na sua morte, e não na sua vida.
É bom repensarmos isto, enquanto estamos vivos!

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Tudo por Jesus



«Tudo por Jesus
Eu sou Teu,
e quero obedecer-Te em tudo.
Empregar toda a minha vida,
todas as minhas forças e talentos
somente naquilo
que for para a Tua maior glória
e fazer a Tua vontade.
Sim, meu Jesus,
tudo por Ti e tudo para Tua glória,
na vida, na morte
e para toda a eternidade.
Amén»

Santo Henrique de Ossó | 1840 - 1896 
Orações 

sábado, 15 de outubro de 2016

Os problemas de ontem não são importantes



Os erros do nosso passado não devem ser problemas hoje, pois já nada podemos fazer. O erro de ontem resultou da incapacidade de o termos previsto e evitado em todo o tempo que o precedeu. Depois já nada há a fazer. O que é imbecil é pensar que os erros são inevitáveis.
Pensar é encontrar o ponto de equilíbrio que permite distinguir o verdadeiro do falso, o perfeito do imperfeito, os juízos bem fundados das justificações ilusórias.

Vivemos na cultura do provisório, do relativo, do descartável. Importa, talvez hoje mais do que antes, ter a coragem de ver as coisas como elas são.

Só quem escolhe bem o seu ponto de equilíbrio é estável. Não varia, nem cede às tentações do fácil e do prazer imediato. Só se mantém no seu lugar quem procura de forma constante o seu equilíbrio.

Quando descubro um erro em mim devo ter a ousadia de o reconhecer e emendar logo, em vez de o ignorar, disfarçar, justificar ou, pior de tudo, persistir nele, achando que faz parte de mim.

O que é importante é evitar os erros de hoje, prevendo os problemas de amanhã.

A nossa razão deve centrar-se no que podemos e devemos fazer em relação ao futuro. Passar a vida a olhar para trás não faz sentido. Pode até ser um modo de compreender a vida, mas uma vida sem futuro. Só se vive para diante.


José Luís Nunes Martins

(ilustração de Carlos Ribeiro)

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O pecado da preocupação



Entenda quando a ansiedade e a preocupação podem se tornar pecados na sua vida

O mundo está doente, mas a maior de todas as doenças não é causada por infecções, vírus ou epidemias, muito embora também possa ser contagiosa. As doenças psicossomáticas — pressão alta, hipertensão, etc, são a marca de uma sociedade emocionalmente frustrada e mentalmente enferma.  Milhões de pessoas estão sobrecarregadas com problemas de ansiedade, a preocupação é a causa de problema doméstico, fracasso comercial, injustiças sociais, e mortes prematuras.

Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. (Filipenses 4,6)

Uma das características da preocupação é sua natureza contagiosa. Vários psiquiatras creem que a preocupação é muito mais contagiosa do que doenças infecciosas como a poliomielite e a difteria. A preocupação causa efeitos devastadores não apenas naqueles  que a sofrem, mas em todos à sua volta.

A palavra preocupação vem da palavra grega merimnao que é uma combinação de duas palavras:  – merizo que significa “dividir” e nous que significa “mente” (incluindo as faculdades perceptivas, de compreensão, sentimento, de julgamento e determinação).

A preocupação, portanto, significa “dividir a mente”. A preocupação divide a mente entre interesses dignos e pensamentos prejudiciais.

Uma pessoa com a mente dividida entre o sucesso e o fracasso, certamente vai fracassar. Uma mente dividida não atinge metas, pois a dúvida sempre dá o tom. A mente dividida é a desconfiança de si mesmo, é sentir-se incapaz, mesmo quando este alguém está plenamente qualificado para executar a tarefa.

São Tiago fala do estado infeliz da pessoa que tem a mente dividida: “O homem de ânimo dobre é inconstante em todos os seus caminhos” (Tiago 1,8).

O  homem irresoluto, de ânimo dobre é inconstante em todos os seus caminhos. Ele é inconstante em suas emoções. É inconstante em seus processos de pensamento. É instável em suas decisões. É instável em seus julgamentos.

Preocupação é PECADO

Ao preocupar-se, a pessoa acusa Deus de falsidade.

A Palavra de Deus diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios.” (Romanos 8,28).

A preocupação diz: “Tu mentes, ó Deus!”

A Palavra de Deus diz: “Tudo ele tem feito esplendidamente” (Marcos 7,37).

A preocupação diz: “Tu mentes, ó Deus!”

A palavra de Deus diz: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4,13).

A preocupação diz: “Tu mentes, ó Deus!”

A Palavra de Deus diz: “… não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis.”. .. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso” (Mateus 6,25a, 32b).

A preocupação diz: “Tu mentes, ó Deus!”

Preocupação é hipocrisia, porque professa fé em Deus e ao mesmo tempo ataca a sua fidelidade.

Como vencer a preocupação

Nosso objetivo neste artigo não é desenvolver um sistema de auto-ajuda, mas uma relação de mútua confiança entre nós e nosso Deus. Somos seres com enorme carência afetiva, precisamos nos relacionar, viver em comunidade, ser parte da sociedade. Muitas vezes Deus é apenas o agente máximo da religião que praticamos, não o autor da nossa vida e o provedor de todo o meio ambiente que desfrutamos.

Deus é a pessoa mais acessível com a qual podemos contar, em todo o tempo e em qualquer momento, basta uma palavra de oração, nem que seja um gemido desesperançado, inexprimível, é suficiente para chamar à atenção do Pai em favor dos filhos.

Devemos estabelecer um equilíbrio em nosso relacionamento com Deus, fazer com que se torne uma estrada de mão dupla, onde ambos possam ter livre acesso um ao outro. A confiança é a base de qualquer relacionamento, devemos confiar que nossas orações estão alcançando seus objetivos e que Deus, a Seu tempo, cumprirá os desígnios e propósitos da nossa fé.

sábado, 1 de outubro de 2016

Face à desgraça, pensa!



Por maior que seja a desgraça, ela deve ser sempre motivo de reflexão. Isso é mais importante do que a dor que se possa sentir, ou a empatia com quem a sente. Há quem passe a vida a achar que a sorte e o azar escrevem o nosso destino e que apenas podem alegrar-se com os bons momentos e entristecer-se com os maus.

Depois de uma tragédia, é tempo de procurar aprender algo. Pode ser apenas uma boa dose de aceitação, por não termos grande poder sobre a maior parte das coisas que nos rodeiam. Ou então, a humildade de reconhecer que não somos tão bons quanto nos julgávamos.

Depois de algum tempo, começamos a perceber que boa parte das calamidades pessoais, que são séries de desgraças, se devem mais a faltas de sensatez e prudência nossas do que a infortúnios alheios à nossa existência.

Quantas vezes somos nós próprios que buscamos os extravios?!

Todos estamos à mercê das circunstâncias, mas a resposta que damos a cada uma é que define a nossa identidade. Não somos vítimas das condições, seremos sempre a capacidade concreta de lhes dar resposta. Ora, isso pressupõe muito mais do que lágrimas e lamentos.

Há quem julgue mesmo, no interior do seu coração e nas profundezas da sua razão, que não somos mortais. Cada morte é vivida com uma tal surpresa que só pode advir de um erro enraizado nas profundezas da sua razão. Todos temos o mesmo destino. A morte é para todos. Para mim, que escrevo estas linhas e para si, que as lê. Somos iguais nisso. E iguais a todos os outros.

Felizes os que se aperfeiçoam a partir das suas infelicidades.

Mas enquanto a morte não chega, importa aproveitar bem os dias e as noites da nossa fugidia existência. Devemos viver em pleno, mesmo sabendo que uma noite virá em que a poeira que somos poisará e voltará à terra, de onde, numa madrugada, um sopro a levantou...

Nenhuma desgraça é o fim, nem mesmo a morte. Há muito mais no céu e na terra do que aquilo que conseguimos compreender. Mas é essencial que procuremos sempre saber mais a fim de aprender a sentir e viver melhor.

Só uma razão iluminada permite um coração tranquilo!

José Luís Nunes Martins, 
(ilustração de Carlos Ribeiro)

Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...