Nunca chegamos a conhecer alguém de forma plena. Nem a nós mesmos. Cada um de nós é um ser profundo cuja essência está em constante mutação, nem sempre se aperfeiçoa, por vezes se deteriora. O amor é sempre uma decisão de fé, porque mesmo que soubéssemos quem é a pessoa agora, é impossível saber quem será depois. Alguns mudam pouco, outros mudam tudo.
A vida é cheia de paradoxos. Se por um lado não devemos colocar o nosso contentamento naquilo que passa, temos também a obrigação de estimar de forma especial aquilo que de bom é possível perdermos a qualquer instante.
Viver bem implica ter a luz de saber querer o melhor, a cada momento.
O amor é uma seta enviada, pela vontade mais funda, com toda a força que pode ter… segue livre… para atingir a solidão do outro, ferindo-a de forma definitiva. Nunca mais será refém da tristeza do abandono. Outras dores lhe chegarão, outros espinhos se lhe hão de cravar na carne… mas solidão, não… quem tem o dom de amar nunca mais estará só.
Porque te amo, entrego-te não só este momento, mas todo o meu futuro. O que sou e o que serei, aceitando-te como és e como serás...
O amor marca-nos no mais fundo de nós. Aperfeiçoa-nos. Para sempre…
José Luís Nunes Martins
12 de dezembro de 2015
Ilustração de Carlos Ribeiro
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