
Amar alguém é fazer-se à medida de quem se ama. Não se podem amar duas pessoas diferentes da mesma forma. Porque, quando se ama alguém de verdade, o que se ama é o que nessa pessoa há de original.
Há quem julgue amar quando faz sempre a mesma coisa, mais preocupado consigo do que com o outro, repete sem cessar o que julga ser bom... assume que quem não gosta assim... não o merece... é apenas um egoísta disfarçado de romântico. O amor exige que nos esqueçamos de nós.
Amar passa por ter a coragem de dar força (mesmo quando a não temos) àquele a quem amamos, quando disso precisa. Noutra altura, quando a sua felicidade passar pelo oposto, ser capaz de partilhar com ele as nossas mais íntimas fragilidades... para que ele, com coragem, dê também sentido às suas forças. Não, não é uma troca, é apenas estar atento ao outro e preencher os seus vazios.
Quanto mais rasteiro for o sentimento, mais exigente. O amor, por ser a mais sublime fonte de todas as bondades, nada quer... senão a felicidade do outro.
A felicidade é algo demasiado importante e profundo para se conseguir sozinho. Nenhum abraço ou beijo pode ser bom se não houver um outro eu, diferente de mim. Um tu, cuja felicidade quero.
A beleza mais grandiosa de cada um estará na profunda originalidade dos detalhes em que é único. Aquilo que temos em comum uns com os outros é o fundo dos nossos corações... tudo o resto é uma construção inacabada em busca da minha felicidade no outro.
(muito obrigado mãe por me ter amado, estimulado e ajudado a ser diferente dos outros, e de, assim, tanto me ter ajudado a ser feliz... apesar de tudo!)
José Luís Nunes Martins
7 de novembro de 2015
Ilustração de Carlos Ribeiro
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