Às vezes pensamos que o que é Sublime
tem de ser Enigmático.
Quando queremos solenizar o profundo,
arranjamos maneira de o tornar incompreensível.
Sim, achamos que a incompreensão
é uma boa homenagem ao Mistério
e, então, deixamo-nos ficar assim,
consolados num não-querer-saber
ao qual chamamos, convictamente, "fé"!
Mas quando despertamos para a inquietação
latente nas palavras e nas fórmulas da nossa Fé,
quando nos deixamos cutucar
pelas insinuações novas que vêm de dentro das afirmações de sempre,
percebemos que vamos ser levados pela mão
por caminhos inesperados
a ver belezas, descobrir sabores, purificar imagens,
curar feridas, refazer esperanças, partilhar significados...
Todas as palavras que se aguentam
com o passar longo do tempo,
é porque têm as entranhas habitadas.
As palavras impregnadas na história
são palavras empenhadas de histórias.
Assim é com as tantas da nossa Escritura,
empenhadas da Inscritura sempre nova e surpreendente
do Deus que se fez Palavra para conversar conosco".
Pe. Rui Santiago, in Estou em Crer
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