domingo, 31 de maio de 2015

Jesus, quero ser...



«Vede como ficareis bem pagas
e que bom Mestre tendes,
pois como sabe
por onde se há-de ganhar
a amizade de Seu Pai,
nos ensina como,
e com que O havemos de servir.»

Santa Teresa de Jesus | 1515 - 1582 
Caminho 32,11

Jesus,
quero ser livre na Tua Liberdade,
quero ser verdadeiro na Tua Verdade,
quero ser simples na Tua Simplicidade,
quero ser manso na Tua Mansidão,
quero ser transparente na Tua Pureza de Coração,
quero ser irmão na Tua Fraternidade,
quero ser acolhedor na Tua Misericórdia,
quero ser terno na Tua Ternura de Bom Pastor,
quero ser servidor na Tua Entrega por Amor,
quero ser alegre na Alegria do Teu Espírito,
quero ser fiel na Tua fidelidade marcada pelo selo da Cruz.
Ó Jesus,
quero despido de mim e revestido de ti
fazer minhas as Tuas palavras e rezar:
“Eis que venho ó Pai para fazer a Tua vontade.”

sábado, 30 de maio de 2015

Oração dos primeiros cristãos a Nossa Senhora

santo

São Cirilo de Alexandria, por ocasião do final do Concílio de Éfeso, no ano 431 (no qual se proclamou a maternidade divina de Maria), deixou-nos o mais célebre louvor mariano da Antiguidade:

“Nós Vos saudamos, ó Maria, Mãe de Deus,
venerável tesouro de toda a terra,
lâmpada inextinguível, coroa da virgindade,
cetro da verdadeira doutrina, templo indestrutível,
morada d’Aquele que nenhum lugar pode conter,
Mãe e Virgem, por meio da qual nos santos Evangelhos
é chamado bendito O que vem em nome do Senhor.

Nós vos saudamos, ó Maria, que trouxestes
no Vosso seio virginal Aquele que é imenso e infinito.
Por Vós, a Santa Trindade é glorificada e adorada.
Por Vós, a Cruz preciosa é adorada no mundo inteiro.
Por Vós, o Céu exulta.
Por Vós, se alegram os anjos e os Arcanjos.
Por Vós, o diabo tentador foi precipitado no inferno.
Por Vós, a criatura do género humano, sujeito à insensatez da idolatria,
chega ao conhecimento da verdade.
Por Vós, o santo batismo purifica os que crêem.
Por Vós, nos vem o óleo da alegria.
Por Vós, os povos são conduzidos à penitência.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Oração ao Espírito Santo



Ó Espírito Santo,
amor do Pai e do Filho,
Inspirai-me sempre
o que devo pensar,
o que devo dizer,
o que devo calar,
que devo escrever,
como devo agir,
o que devo fazer
para obter a Vossa glória,
o bem das almas
e a minha própria santificação.

São Tomás de Aquino

terça-feira, 26 de maio de 2015

Exame de consciência



«Quem não se examina
é como um terreno inculto.
Os santos amaram muito
o exame de consciência:
ama-o, peço-te,
e fá-lo bem.»

Beata Maria Cândida da Eucaristia | 1884 - 1949 
Perfeição Carmelitana. 84

Senhor,
quando me examinar
não quero fazer uma introspeção fria,
em que sou eu a examinar-me a mim próprio.
Senhor, livra-me desta solidão interior.
Quero ver-me a mim mesmo
como Tu me vês,
com misericórdia e amor.
De cada queda, Senhor,
Tu dá-me uma oportunidade maior
para me erguer
e continuar a caminhar.
Quero fazer o meu exame de consciência
de mão dada conTigo,
aspirando o ar puro do amor
e da Tua misericórdia
que nunca desistem de mim
e me tornam capaz
de me transcender e superar.
Quero ver-me com os Teus olhos, Senhor!

sábado, 23 de maio de 2015

O amor não acontece. Decide-se!

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Há quem julgue que o amor é alheio à vontade humana, algo superior que elege, embala e conduz… e que quase nada se pode fazer perante tamanha força. Isso é uma mera paixão no seu sentido menos nobre. E, nesse caso, sim, o amor acontece... Ao contrário, amar é estar acima das paixões e dos apetites. Mesmo quando o amor nasce de uma espontaneidade, resulta de um claro discernimento.
O amor decorre de uma decisão. De um compromisso. Constrói-se de forma consciente. Através do heroísmo de alguém livre que decide ser o que poucos ousam. Escolhe para fim de si mesmo ser o meio para a felicidade daquele a quem ama. Sim, decide-se amar e, sim, decide-se a quem amar.

O amor autêntico é raro e extraordinário, embora o seu nome sirva para quase tudo... a maior parte das vezes designa egoísmos entrelaçados, cada vez mais comuns. São poucos os que se aventuram, os que arriscam tudo, os que se dispõem a amar mesmo quando sabem que poucos sequer perceberão o que fazem, o seu porquê e o para quê.

O amor não supõe reciprocidade. Amar é dar-se por completo e aceitar tudo... não se contabilizam ganhos e perdas, porque o seu maior ganho é esse mesmo: perder-se. Entregar o corpo e o espírito, o passado e o futuro, a razão e o coração... não é ser metade de qualquer coisa, é dar-se inteiro em troca de nada.

Quem ama nunca se funde nem confunde com o amado. Os egoísmos buscam modificar o outro para o fazer à sua imagem e semelhança. O amor aceita e promove o ser do outro, enquanto verdade livre e autónoma, com o seu significado, rumo e valor próprios.

O amor envolve alegrias puras e tristezas fundas, sorrisos sinceros e dores profundas. Amar não é ser feliz. Mas será muito mais importante amar do que ser feliz, porque só é feliz quem ama, seja neste momento ou na eternidade.

Nunca se está tão perto da solidão absoluta como quando se é capaz de amar. O risco de tudo ser absurdo... é grande. Enorme. Mas o amor é uma perfeição, não uma perdição. É uma virtude porque resulta de uma escolha responsável, um compromisso íntimo de alguém com outra pessoa a quem se dá o melhor de si… face a face com a possibilidade do pior dos fracassos: uma vida em vão.
É mais forte do que a morte. Quando se ama alguém, a sua perda apenas aprofunda e eleva,
engrandece e alarga o coração de quem, apesar de todos os sofrimentos, medos e angústias, aqui decide não ser daqui. A verdade é que se todos os caminhos nos levam ao amanhã, só o do amor nos entrega à eternidade.

Amar é renunciar a muito, a quase tudo, sentir, pensar e dizer não… a todas as outras possibilidades, às superficialidades e aos prazeres, ao próprio egoísmo que tenta impor-se, tantas vezes, como se fosse uma questão de sobrevivência.

Amar é criar. Do nada faz tudo. A sua essência escapa por completo à compreensão humana. A sua lógica é outra... O amor é divino. Quem ama faz-se a si mesmo imagem de Deus.

É preciso muita coragem e uma nobreza suprema para sentir, pensar e dizer a cada dia e a cada noite: sim, quero! sim, aceito! sim, amo!


José Luís Nunes Martins
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quinta-feira, 21 de maio de 2015

Oração do pobre



Oxalá, Senhor, que ouças a minha voz.
Aqui estou.
Sem grandes palavras para dizer.
Sem grandes obras para oferecer.
Sem grandes gestos para fazer.

Receberei o que me queiras dar:
Luz ou sombra. Sorte ou adversidade.
Alegria ou tristeza. Calma ou dificuldade.

E receberei sereno,
Com um coração sossegado,
Porque sei que Tu, Meu Deus,
Também és um Deus Pobre.

Um Deus que não exige, mas que convida.
Que não força, mas que espera.
Que não obriga, mas que ama.

E eu farei o mesmo no meu mundo,
Com os meus amigos, com a minha vida:
Aceitar o que vier como um presente.
Eliminar do meu dicionário a exigência.

Perguntar aos outros: “O que precisas?”
“Que posso fazer por ti?”
E dizer poucas vezes “Quero” ou Dá-me”

E assim avanço, Deus
Aqui, sem mais nada.
Em silêncio.
Contigo, meus Deus pobre.


P. Nuno Branco sj

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Deus meu, ressuscitei!



"Deus meu, ressuscitei e ainda estou contigo!
Dormia e estava deitado como um morto na noite.
Deus disse: “Seja feita a luz” e eu despertei como se dá um grito!
Meu Pai, que me geraste antes da aurora,
coloco-me na tua presença.
O meu coração está livre e a minha boca está limpa,
o corpo e o espírito estão de jejum.
Sou absolvido de todos os meus pecados
que confessei um por um.
O anel das núpcias está no meu dedo e o meu rosto está limpo.
Sou como um ser inocente na graça
Que tu me concedestes”.

Paul Claudel

terça-feira, 12 de maio de 2015

100 anos do nascimento do Irmão Roger de Taizé



Irmão Roger, de Taizé - essencial é a caridade viva, o espanto do amor vivido permanentemente

O seu rosto é a expressão do ancião, onde bebemos a sabedoria adquirida. É ele que, antes de nos sentarmos, traz um termo com chá e uma lata de biscoitos. No quarto, há um divã, uma lareira, uma pequena mesa de trabalho. Num dos cantos, um ícone e algumas flores fazem o pequeno oratório do irmão Roger, prior de Taizé. Ao lado, uma placa onde estão fixados cartões e pequenas mensagens recebidas. A conversa é feita de palavras e silêncios. Suspende algumas frases na busca da expressão certa. Enquanto pensa, o rosto adquire olhares diferentes até à exclamação seguinte, que antecede sempre algumas palavras-chave: a reconciliação, a coragem de lutar, a vida em comum.

Nascido em 1915, o suíço Roger Schutz fundou a comunidade monástica de Taizé, pequena aldeia da Borgonha (França), em 1940, quando se dirigiu para a aldeia e começou por acolher pessoas que fugiam dos nazis e da França ocupada. «A confiança em Deus não ignora os sofrimentos de tantos necessitados através do mundo», diz. «Uma paz mundial é essencial para que o sofrimento seja aliviado», mas alerta para «o crescimento da pobreza no mundo», que «é fonte de novos conflitos».

Em Dezembro de 2004, o irmão Roger presidiu em Lisboa ao último Encontro Europeu de Jovens promovido pela sua comunidade como parte da Peregrinação de Confiança sobre a Terra. A 16 de Agosto seguinte seria morto, em plena Igreja da Reconciliação, em Taizé, por uma mulher perturbada.

Recordava com frequência o exemplo da mãe e da avó, que lhe inspiraram a vontade de reconciliação entre os cristãos: «É urgente, não podemos permanecer divididos». Na comunidade que fundou, vivem cerca de uma centena de monges católicos e protestantes.

Taizé, insistia, não queria um movimento de jovens à sua volta, mas antes que cada um viva «o Evangelho no sítio onde habita».

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Dar a conhecer Jesus



«Quero conduzir à Tua presença, Jesus
aqueles que me deste,
para que lhes fales ao coração,
os enamores da Tua Pessoa
e os catives com o Teu amor.
Revela-lhes quem és,
Mostra-lhes o Teu rosto,
Ressoe a Tua voz no mais fundo do seu ser.
Não Te amarão, Jesus, se te não conhecem,
e não Te conhecerão se a Tua graça não lhes revelar
o tesouro escondido da Tua bondade e do Teu amor.
Vieste ao mundo, Jesus,
para trazer o fogo à terra dos nossos corações
e queres somente que ardam no Teu amor.»

Santo Henrique de Ossó e Cervelló | 1840 - 1896 
Súplica a Jesus Cristo

sábado, 2 de maio de 2015

O que é dar vida?



Dar a vida é amar. Abdicar de si… em favor de um outro. Vencer egoísmos e medos com a convicção de que dar-se nunca é um excesso nem uma cobardia.

Dar a vida é perder-se para se encontrar. Entregar-se para se receber… É aparecer, sair de si até ao ponto de se poder ver bem diante dos próprios olhos.

Dar a vida é vivê-la tal como ela é na essência: generosa! Ser mais vida na vida de outro alguém. Cuidar da existência do outro com a sua… dar a vida é ser outro. Melhor. Muito.

Dar a vida é ser um sorriso apenas com um olhar. É oferecer lágrimas a quem já perdeu as suas. Ser um silêncio onde há paz… e uma melodia que revela que o melhor do mundo repousa em nós… à espera de nós.

Dar a vida é reconhecer a beleza que há neste mundo. No outro e no mundo do outro. É contribuir para o equilíbrio e ficar em harmonia… com tudo e com cada coisa, compreendendo que a verdadeira alegria é a coisa mais séria da vida.

Dar a vida é guardar-se para o momento oportuno, sabendo que pode tardar, muito. Dar a vida é não contar lutas, sofrimentos e perdas quando chega o tempo de se dar.

Dar a vida é reconhecer que ela não é nossa. Que nos foi oferecida, e que se nada fizemos para a merecer antes, podemos sempre fazê-lo, agora.

Dar a vida é ser silêncio e ser simples. Não é estar presente. É ser presente.

Dar a vida é entregar umas mãos puras, ainda que vazias.

Dar a vida é não querer as pessoas e as coisas para as usar e deitar fora, mas para cuidar delas, apesar de tudo o que lhes possa suceder. Mas é dar-se ao uso, ser instrumento e meio do outro, confiando que a vida nunca nos deita fora… mesmo quando mais ninguém a acompanha.

Dar a vida é criar alegria noutro coração, desprezando sempre as injúrias de quem nada faz senão tentar desfazer os outros.

Dar a vida é saber que é maior o contentamento de ter para dar… do que o desassossego de esperar pelo que os outros possam trazer.

Dar a vida é duro. Os sacrifícios são sempre mais amargos do que a memória que deles fica… mas passam as horas e apenas ficam as ações…

Dar a vida é criar. Ser livre e ser causa da liberdade do outro. Obedecer. Cumprir o mais difícil de todos os planos: fazer alguém feliz neste mundo.

Dar a vida é abrir os braços e deixar o espírito sair… ser um vento que envolve, protege e eleva o outro… até ao céu.

Dar a vida é ser a origem do que não tem fim.

Dar a vida é ficar sem nada… senão com esta vontade de ser Amor.
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José Luís Nunes Martins

Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...