Pode parecer estranho dizer que a alegria é o resultado das nossas escolhas. Com frequência imaginamos que algumas pessoas têm mais sorte do que outras e que a sua alegria ou tristeza dependem das circunstâncias da sua vida – sobre a qual não têm controlo.
No entanto, temos uma hipótese de escolha, não tanto em relação às circunstâncias da nossa vida, quanto em relação à maneira como reagimos a essas circunstâncias. Duas pessoas podem ser vítimas do mesmo acidente. Para uma, ele torna-se motivo de ressentimento. Para outra, motivo de gratidão. As circunstâncias externas são as mesmas, mas a opção pela forma de reagir é completamente diferente. Algumas pessoas tornam-se ásperas à medida que envelhecem, outras envelhecem alegremente. Isso não significa que a vida daqueles que se tornam ásperos tenha sido mais dura do que a daqueles que se tornam alegres. Significa que foram feitas diferentes escolhas, escolhas interiores, escolhas do coração.
É importante darmo-nos conta de que em cada momento da nossa vida temos a oportunidade de escolher a alegria. A vida tem muitas facetas. Há sempre facetas tristes e alegres na realidade que vivemos. E, por isso, temos sempre a possibilidade de viver o momento presente, como causa de ressentimento ou como causa de alegria. É na escolha que reside a nossa verdadeira liberdade. E esta liberdade, em última análise, é a liberdade de amar.
É capaz de ser uma boa ideia perguntarmos a nós mesmos como é que desenvolvemos a nossa capacidade de optar pela alegria. Talvez possamos reservar alguns momentos no final do nosso dia, para ver como é que o passámos – seja o que for que tenha acontecido – e agradecer a oportunidade de o ter vivido. Se assim o fizermos, aumentaremos a capacidade do nosso coração para optar pela alegria. E, ao construirmos um coração mais alegre, tornar-nos-emos, sem nenhum esforço extraordinário, fonte de alegria para os outros. Assim como a tristeza origina tristeza, assim a alegria origina alegria.
Henry Nouwen, Aqui e Agora, Vida no Espírito, 1996
Querido Pe. Nuno,
ResponderEliminarObrigada por mais esta reflexão! Retomei há pouco tempo o meu blog, e ainda sou muito naba nisto! não faço ideia se pode ou não ler o meu "Nós ou noz?" mas como Director espiritual e Padre confessor, até acho graça que leia. Um bom domingo,
Ana Burguete (Atchim)