do Lat. ciboriu; s. m., a parte mais alta que exteriormente remata ou cobre a cúpula das grandes igrejas ou dos edifícios monumentais. Este blog é, na sua grande maioria, partilha de videos e textos de diversos autores que recebo diariamente. Com a visão dos outros podemos ver mais alto, mais longe...
sábado, 25 de outubro de 2014
O bem e o mal que desconhecemos
É sempre possível que estejamos a fazer o bem a outras pessoas, ainda que não seja dado saber nem o quê nem a quem…
Nem sempre nos damos conta do bem e do mal que causamos aos outros. Por vezes ajudamos sem saber, outras vezes magoamos sem querer. É importante que, pelo menos, compreendamos que as nossas ações vão sempre mais para além do que nos é dado saber pelas aparências.
Há quem nos faça muito bem sem que nunca lho agradeçamos, e há também quem nos provoque mal sem que, também nunca, lhe demos nota disso, nem, tão-pouco, lho perdoemos. É bem possível que, nem uns nem outros, saibam o que (nos) fizeram. Mas, nós partimos do princípio que sabem e até assumimos que o quiseram! Mais, que aos bons nada acrescentamos se lhes agradecermos, e, aos maus, que nada mudamos por lhes desculparmos os erros...
Agradecer e perdoar fazem diferença. Muita. Em mim e no outro. Sempre.
Só um verdadeiro amigo arrisca uma crítica desagradável mas justa… Mas, quantas vezes somos capazes de lhas agradecermos? Será que preferimos o prazer dos louvores injustos e interesseiros de outra pessoa qualquer?
Quase nunca os nossos atos são julgados pelos outros da mesma forma que os julgamos nós. As intenções não passam de projetos cujo resultado material é, por vezes, algo tão estranho que só mesmo o seu autor consegue compreender a linha que os liga.
Nem sempre temos coragem para fazer o que sabemos ser o bem. Muitas são as ocasiões em que não conseguimos evitar fazer o mal que não queremos… mas, a tentação do egoísmo é, talvez, a maior de todas.
Não é assim tão difícil distinguir o bem do mal. Árduo é optar pelo bem, porque, na vida, o mais fácil quase nunca é o melhor. E, ainda que depois de uma montanha de erros, parece que sempre encontramos forma de nos seduzir a mais um disparate. De nos levar sempre... para longe de nós mesmos. O caminho da virtude é íngreme, estreito e exige atenção constante, pois a queda dá-se pelo mesmo caminho que a ascensão… o percurso do bem é o mesmo da perdição, um sobe o outro desce… um mesmo caminho que se pode fazer em direções opostas.
Vence duas vezes quem, a vencer, se vence a si mesmo. Quem escolhe, para si e para os outros, o melhor de si. A tentação é o momento exato da virtude.
A vida é uma luta constante. Uma maratona de vidas entrecruzadas, onde alguns dos efeitos dos nossos atos nos escapam… quanta gente se entristece (e se alegra) por coisas que ninguém, na verdade, desejou… Mas, tudo passa… e um só dia claro basta para fazer esquecer os cinzentos!
A sabedoria é humilde, deixando espaço para o que nos ultrapassa. Nunca se julga senhora de todos os porquês e para quês, nem, tão-pouco, capaz de abarcar o mundo. É sábia porque se reconhece limitada. Erra sempre que se julga mais do que é. Sempre que julga saber tudo.
Iludimo-nos muitas vezes. Há quem se emocione com peças de ficção, talvez porque as imagine reais, e seja insensível a tragédias reais, talvez por que as imagine peças de ficção.
Devemos estar atentos a fim de que não causemos algum mal (evitável) aos outros, e não nos devemos desanimar quando a vida parecer estar a perder a cor e o sentido, afinal é sempre possível que estejamos a fazer o bem a outras pessoas, ainda que não seja dado saber nem o quê nem a quem…
Um olhar, uma palavra, um silêncio ou um pequeno gesto, são suficientes para levar trevas ou luz à vida de outros. Assim. Num instante. Dependemos uns dos outros. Nós não somos sós. Nunca. Por maior que seja a solidão em que nos sentimos. Por maior que seja a escuridão e o frio, há sempre alguém que chegará. Sempre. Sempre. Por mais que demore.
Lutarmos sempre com coragem e paciência para manter o fogo da nossa esperança aceso é o suficiente para darmos sentido à vida... à nossa e à de muitos outros!
José Luís Nunes Martins
I Online
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