quarta-feira, 30 de julho de 2014

Se tivesse que escolher

Imagem intercalada 2

Se algum dia que escolher tivesse
o Céu ou a terra, o homem ou Deus,
fosse qual fosse o caminho que percorresse
daria de mão a tudo e Deus seria meu.

Devagarinho,
subindo,
descubro, caminhando, o Céu de Deus.
Prosseguindo,
escuto o apelo
e lego aos homens os passos meus.

Um dia,
embrenhado na noite escura,
o Sol raiou...
Era o Verbo.
O Apelo triunfou!

Pe. Olímpio, S.J.

Postal que a Associação "Jovens de Cristo Sentido Único" me enviou pelo meu 18º aniversário de ordenação sacerdotal. Assim fazem todos os anos

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A banda



Conta-se uma história encantadora que dizem ser real, mas que também pode servir como uma bonita parábola.

Havia uma cidade pequena nos EUA na qual as pessoas se reuniam ao fim da tarde para tocarem música. Tinham saxofone, bateria, violino, na maioria tocados por pessoas idosas. Reuniam-se pela companhia e pela pura alegria de tocarem, mesmo não o fazendo muito bem. Por isso estavam a divertir-se, a passarem um bom momento, até que um dia decidiram ter um novo maestro, que tinha uma grande ambição e determinação. O novo maestro disse-lhes:

- "Ei, pessoal, temos de fazer um concerto. Temos de preparar um concerto para a cidade."

Depois, gradualmente, foi dispensando pessoas que não tocavam muito bem, contratou alguns músicos profissionais, pôs a orquestra em ordem e todos os nomes apareceram no jornal. Não foi fantástico? Então decidiram ir tocar numa cidade grande. Mas algumas das pessoas mais velhas tinham lágrimas nos olhos. Diziam:

- "Era tão bom nos velhos tempos quando tocávamos mal mas nos divertíamos."

Portanto, a crueldade chegou à vida deles, mas ninguém a reconheceu como crueldade.

Como dizia alguém: "Deus não nos quer perfeitos; Deus quer-nos inteiros!"

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Brilhante testemunho de fé da Judite de Sousa



"Meu Deus e meu Pai
Desfeito em átomos de água,
partiu hoje para o teu infinito o filho que me deste.
Gerei-o com amor, criei-o com carinho
e eduquei-o o melhor que soube.
Foi meu companheiro e meu ânimo
nas muitas tempestades que tenho atravessado.
Hoje não tenho nada.
O muito que tinha foi para junto de ti.
A sua alma de menino
e o que restou do seu corpo de anjo também já foi desfeito em fumo.
Estou só.
Terrivelmente só.
Só como há séculos, quando a tua mãe, nossa Senhora,
te acolheu no regaço depois de te despregarem da cruz no calvário.
Eu agora nada tenho.
Nas distorcidas imagens que os meus olhos rasos de lágrimas salgadas e já secas,
vejo nitidamente, o teu rosto misericordioso.
No plano infinito da eternidade já está o meu menino.
Tapa-o com o teu manto divino
que as noites são frias para lá do Universo, ele é um bom menino.
O meu menino!
E se vires que pode merecer alguma coisa da dor desta perda sem remédio,
rogo-te, meu Pai, que pronto me leves a vê-lo,
que nestes dias as saudades apertam mais
este meu coração trespassado pela dor.
Eu só fui mãe deste filho.
Hoje, já não sou mais mãe de ninguém”.

Judite de Sousa

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cristo não tem outro corpo na Terra senão o teu



Cristo não tem outro corpo na Terra senão o teu,
não tem outros pés senão os teus.
Teus são os olhos através dos quais a compaixão de Cristo olha o mundo.
Teus são os pés com que Ele sai a fazer o bem.
Tuas são as mãos com as quais Ele nos abençoa.

Santa Teresa de Ávila


"Onde não houver amor,
põe amor
e encontrarás amor!"

São João da Cruz

sábado, 19 de julho de 2014

Preciso de ti para ser eu



O amor não é recíproco, é pessoal, nasce no mais íntimo da nossa identidade. Não é metade de nada, é um todo. Precisa do outro como fim, não como princípio.

Ser quem sou passa por ser capaz de criar ligações ao outro, com o outro e para o outro. Só há pessoas porque há relações. A minha existência é constituída pelos caminhos que sonho, construo e percorro, ao lado de outras pessoas que, como eu, sonham, constroem e percorrem os seus caminhos. Vontades distintas, dinâmica comum. Seguimos, cada um pelos seus princípios, cada um para os seus fins.

O amor leva o ser do seu autor ao ser do que é amado. Amar é ser e ser é amar. Partilhar-se com o outro e com o mundo, num milagre de multiplicação em que quanto mais se dá, mais se tem para dar, mais se é.

Um pequeno erro na base leva a potenciais tragédias nas conclusões. Há quem parta do princípio que o amor é recíproco. Ora, essa ideia simples acaba por ser origem de enormes tragédias pessoais. O amor não é recíproco, é pessoal, nasce no mais íntimo da nossa identidade. Não é metade de nada, é um todo. Precisa do outro como fim, não como princípio.

O amor é bondade generosa. É dar o bem. Dar-se. Conseguir ser fonte de amor é o maior dos bens que se pode alcançar. Sonhar, criar e lutar pela felicidade do outro é, por si mesmo, a maior de todas as recompensas. Claro, muitos desistem assim que o primeiro espinho se crava na planta dos pés…

O valor de alguém não depende do que lhe dão ou tem, mas do que é. O outro pode inspirar-me, mas a minha felicidade passa pelo que sou capaz de lhe dar… e não pelo que posso ou quero receber.

Criamos relações, construímos pontes, para não sermos ilhas. A nossa verdadeira comunhão é mais profunda. As águas separam o mais evidente do que somos, mas o fundo é o mesmo, como se fossemos montes de uma mesma cordilheira e o mar tivesse inundado os vales.

O caminho de descoberta passa por se ser capaz de chegar ao íntimo… de si mesmo, do outro e do mundo. Por se dar conta de que, afinal, no fundo do ser, a nossa matriz é comum.

Os outros são eus e eu sou o seu outro.

Não é bom estar só. A solidão anula o ser. O amor une o que é, na essência, da mesma natureza. Resulta da liberdade e responsabilidade absolutas. Implica a capacidade de criar uma vida sem intervalos.

Nenhum mal perdura no tempo, porque a destruição se destrói a si mesma. Só o bem é eterno. Porque se cria e renova a cada momento.

O que sou depende dos princípios que me movem e dos fins para os quais a minha vontade tende. Serei o que escolher ser dentro de um conjunto de determinações que me ultrapassam, mas que em ponto algum limitam a minha liberdade e a minha responsabilidade.

Vivemos uns com os outros, seguimos juntos no espaço e no tempo… escolhemos depois estar mais perto ou mais longe dos íntimos uns dos outros.

Ninguém nasce de si mesmo e o ser humano, sendo o mais perfeito ser terrestre, é também o mais carente. Precisamos muito uns dos outros.

Não é possível ser feliz sem os outros, menos ainda contra os outros.

A cada instante, tudo muda, mesmo quando toda a gente quer que continue na mesma. As decisões devem renovar-se a cada passo, o amor deve encontrar forma de se fazer real a cada dia, sob pena de passar, e nós, passando com ele… nos fazermos apenas passado.

Longe de fechar, o amor abre aquele que ama ao outro, tornando-o protagonista da criação. Cada um de nós está projetado para fora de si, para os outros, para este mundo e para o céu. A nossa dignidade é tanto maior quanto mais aberto estiver o nosso coração… para dar.

Preciso do infinito para ser eu.

José Luís Nunes Martins
in http://www.ionline.pt/iopiniao/preciso-ti-ser-eu/pag/2

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Nossa Senhora do Carmo


Nossa Senhora do Carmo no Porto de Recreios de Oeiras

Dia 16 de julho
Nossa Senhora do Carmo

A ordem dos Carmelitas tem como modelo o profeta Elias e caracteriza-se por uma profunda devoção a Maria. A Sagrada Escritura fala da beleza do Monte Carmelo, onde o profeta Elias defendeu a fé do povo de Israel no Deus vivo e verdadeiro. Carmelo em hebraico significa "vinha do Senhor".

Ali Elias enfrentou os profetas de Baal. Segundo o Livro das Instituições, Elias teve uma visão em que a Virgem lhe apareceu sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia ao Carmelo.
Em 93, os monges construíram sobre o Monte Carmelo uma capela em honra à Virgem Maria. As gerações de monges sucederam-se através dos tempos. Em 1205, o patriarca de Jerusalém deu-lhes uma Regra baseada no trabalho, na meditação das Escrituras, na devoção a Nossa Senhora, na vida contemplativa e mística.

Entretanto, ainda no século XIII, os muçulmanos invadiram a Terra Santa. Os eremitas do Monte Carmelo fugiram para a Europa. Nesta época, tinham como superior geral São Simão Stock. Enquanto rezava, pedindo a Nossa Senhora que fosse a protectora da Ordem dos Carmelitas, recebeu das mãos de Nossa Senhora do Carmo o escapulário «Eis o privilégio que te dou à ti e a todos os filhos do Carmelo: "todo o que for revestido desse hábito será salvo".»

«Junto de vós, minha terna Mãe!
Encontrei o repouso do coração;
Nada mais quero sobre a terra,
Só Jesus é a minha ventura.
Se por vezes sinto a tristeza,
O temor que vem assaltar-me,
Sempre, sustentando a minha fraqueza,
Vos dignais, ó Mãe, abençoar-me.

Concedei-me que eu seja fiel
Ao meu divino Esposo Jesus.
Que um dia, a sua doce voz me chame
A voar por entre os eleitos.
Então, terminou o exílio, o sofrimento;
Repetir-vos-ei lá no Céu
O canto da minha gratidão
Amável Rainha do Carmelo!»

Santa Teresa do Menino Jesus | 1873 - 1897 
Poesia 7

Minha Mãe Santíssima do Carmo,
Tu és a minha estrela que me guia até Jesus!
Quero ser todo Teu!
Torna-me sempre mais semelhante ao Teu Filho Jesus!

terça-feira, 15 de julho de 2014

sábado, 12 de julho de 2014

Vencer as tentações



O nosso coração deve ser um castelo. De onde expulsamos, sem demoras, tudo quanto atenta contra o nosso bem. Sem excessos nem cobardias. Em paz.

As tentações não são ferozes, nem vencem pela força… a sua arma essencial é a astúcia. As tentações conhecem-nos a partir de dentro, pelo que não se combatem com mentiras, mas com a vontade e a verdade. Ninguém está isento do momento em que, de súbito, a paz se acaba, mas, se formos rápidos na resposta, evitaremos que o inimigo ganhe o poder de nos dominar, dividir e anular.

Muitos são escravos das suas perdições, assumem-se como vítimas, fracos por opção, e não lutam. Acolhem o mal no seu íntimo, fazendo-o hóspede, dão-lhe as chaves do coração, acreditando nas promessas de realização dos sonhos que as tentações lhes apresentam. Quando passa o tempo e se dão conta de que estão agora mais longe do seu objetivo… perdem-se mais, tornando-se presas ainda mais expostas.

São os limites que marcamos para nós mesmos que nos definem. A minha identidade é uma unidade onde tem de haver uma distinção entre o que quero e o que não quero. Entre o que aceito e o que não aceito. Entre o que erguerei e o que destruirei em favor do maior bem.

As tentações encantam e fazem acreditar que os desejos mais íntimos são justos e serão por elas satisfeitos. Ora, é talvez por aí que deve começar a nossa cruzada contra tudo o que nos destrói: analisar e avaliar bem os desejos, anulando todos quantos são apenas faces inocentes de perversidades profundas…

Lutamos porque somos homens e para sermos homens.

Estas seduções do mal giram em torno de três eixos: o prazer, o poder e o ter. Apontando-nos como futuro centro do mundo se a elas nos submetermos. Mas, nunca nenhum de nós é ou será o centro do mundo e é muito bom que assim seja. A verdade e a beleza da vida passam pelo contraste entre a insignificância do que começamos por representar e o valor do que somos chamados a construir em nós e no mundo… com e para os outros. Ninguém se basta a si mesmo.

A arma de quem vive na eterna guerra das tentações é a vigilância. Quanto mais cedo e de forma mais resoluta se reconhecerem e enfrentarem, melhor será o resultado.

Importa ter a consciência mais atenta à realidade do que à imaginação.

Devemos manter o coração em paz apesar das feridas abertas, das chagas pelos golpes incessantes, umas vezes em cima das antigas cicatrizes, outras em pontos que nunca haviam sido tocados… golpes sempre subtis, firmes e certeiros.

A vida é uma luta áspera contra a morte, contra o mal que nos quer desunir, contra a ausência de um sentido profundo. Viver é atacar o que atenta contra a vida. Viver é defender a nossa vida com… a vida.

Importa vigiar sempre, ponderar e concentrarmo-nos nos objetivos que vamos traçando, na história que construímos, ano a ano, dia a dia, a cada momento. Numa lógica de prudência a longo prazo… de longuíssimo prazo. Afinal, um homem não é um momento mas uma história que se estende no infinito diante de si.

O nosso coração deve ser um castelo. De onde expulsamos, sem demoras, tudo quanto atenta contra o nosso bem. Sem excessos nem cobardias. Em paz.

O que sofremos tem sentido. A cruz pode sempre ser a espada com que nos defendemos do que ataca o brilho do nosso olhar!

Ser feliz passa por ser humilde e sereno. Por guardar a paz, atender a quem precisa, dando o que somos e temos, moderando sempre o que em nós quer ir além do simples… amando, sempre.

Por José Luís Nunes Martins
http://www.ionline.pt/iopiniao/atacar-tentacoes/pag/2

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sei hoje


























Sei, hoje, que nunca estive verdadeiramente sozinha. Como deve ter sido difícil para Ti, ver um dos teus filhos amados sofrer por teimosia e orgulho. Como deves ter sofrido com a minha ingratidão e, ainda assim, nunca deixaste que nada me faltasse. Podes nem sempre me ter dado o que eu queria, mas deste-me sempre o que eu precisava. Estiveste presente em cada momento, ainda que eu não tenha sido capaz de ver ou ouvir os Teus sinais, nem sentir a Tua presença.

Sei, hoje, que o caminho que escolhi pode não ter sido o mais fácil, por estar tão longe de Ti, mas também sei que ele fez de mim a pessoa que sou, com todas as minhas qualidades e defeitos.

Sei hoje, que me deste apenas o tempo que eu precisava para reencontrar o caminho que me reconduzia a Ti. E que maravilhoso foi o nosso reencontro. Que alegria senti ao perceber que o vazio que sentia no peito era apenas ausência. Ausência de alguém que, afinal, esteve sempre presente.

Sei, hoje, que posso ter perdido a vela do meu baptismo mas o fogo do Teu amor arde permanentemente no meu coração.

Sei, hoje, o que é ser baptizada porque sei como é grande a Tua bondade, infinita a Tua misericórdia e eterno o Teu amor por mim!

Raquel Dias

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Paul Walker



Este video mostra apenas algumas das muitas obras de caridade que o ator estava envolvido atrás das câmaras até sua morte num acidente ocorrido em 30 de novembro de 2013.

O famoso ator americano tinha uma face oculta que estranhamente as câmaras e as luzes da ribalta nunca mostraram. Fizeram um alarido enorme aquando da sua morte mas não mostraram o que realmente interessava.

O ator fundou uma organziação de resposta rápida a desastres naturais em torno do mundo e sempre participou ativamente nela.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A maior dificuldade pastoral



"Por vezes julgamos que uma das maiores dificuldades pastorais é podermos contar com o número suficiente de pessoas para respondermos aos diversos serviços, próprios de uma Comunidade Cristã.

Todavia, essa não é a maior dificuldade - por mais difícil que ela seja! A maior dificuldade pastoral é a capacidade de ajudar as pessoas a harmonizarem temperamentos; modos de entenderem a realidade e de a assumirem; e a serem capazes de construir, com sinceridade, projectos verdadeiramente comuns!

Para tanto, algumas atitudes são absolutamente necessárias: em primeiro lugar a aceitação da legítima diferença (cada um é singular no seu ser e no seu agir! E é legítimo que assim seja!); depois, a capacidade de ser frontal, na caridade, não permitindo que os problemas se arrastem indefinidamente (viver a sábia e genuína correcção fraterna!); esta segunda atitude pressupõe uma condição essencial - o verdadeiro diálogo (que não é arrazoado de imprecações, mas capacidade de verdadeira harmonização da diversidade, numa recta capacidade de pôr em comum perspectivas diversas de uma mesma realidade!); por fim, essa capacidade - tão cristã (e, por vezes, tão ausente!) - do perdão!

Muitas outras atitudes, possivelmente, serão necessárias para um sério entendimento!... Mas se conseguirmos, todos nós, cristãos, cultivar estas que acabo de considerar, as nossas paróquias tornar-se-ão verdadeiras Comunidades Cristãs! E conseguirão viver, minimamente, aquilo que São Paulo tão bem nos ensinou - que a caridade é o vínculo da perfeição! (cf. Cl. 3, 14).

Para isso, talvez tenhamos de regressar à simplicidade e humildade de crianças, como o Mestre afirmou: «Se não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus» (Mt. 18, 3).

OBS. Se lermos Cl. 3, 12 - 15, aí encontraremos algumas atitudes necessárias, capazes de nos conduzir à perfeição referida pelo Apóstolo!"


Pe. Carlos Godinho, Luso

sábado, 5 de julho de 2014

O mistério de crescer



Mentir a uma criança é ensiná-la a mentir. Perdoar é ensiná-la a amar. Mas é bom que saibamos que, em muitas matérias, devíamos ser nós a seguir-lhes o exemplo…
Cada homem é um mistério que se vai descobrindo ao longo de toda a sua existência. Todos somos chamados a crescer, do primeiro ao último dia. Largar as antigas seguranças e partir em busca de novas e mais fortes esperanças… mas que nunca são as definitivas. Ser homem é crescer sempre.

Todos somos crianças e jamais se perde o dever de o ser. Cumpre-nos não deixar de querer saber e perguntar, de olhar e ver, de sonhar e fazer, de responder, de ajudar, de tentar sempre, mesmo quando julgamos não ser possível.

Uma criança enche qualquer casa e qualquer coração. As crianças são amor feito carne e osso. Vida transbordante, imensa vontade de viver. Encontram universos inteiros numa folha caída, sorrisos nos rostos humanos mais tristes. Aos olhos de uma criança o infinito está… em cada coisa.

Mais do que admiração pelo que são, merecem o respeito por aquilo que estão a construir em si, pelo que serão. Pelo mundo que será o seu, mas talvez já não o nosso.

Com o tempo aprende-se que não é bom incomodar os adultos com perguntas, menos ainda com boas respostas, como se o mundo dos crescidos fosse um império de pedras intransponível; como se não fosse melhor partilhar; como se fosse possível ser feliz sozinho…

Devemos ser autênticos, a fim de ensinarmos aos herdeiros do mundo a grandeza de um homem que assume as próprias imperfeições. Mais do que críticos e implacáveis avaliadores, as crianças precisam de modelos, de carne e osso, com talentos e falhas. A essência da educação é o exemplo. É a nossa vida que ensina. Não são as palavras nem os sonhos.

Mentir a uma criança é ensiná-la a mentir. Perdoar é ensiná-la a amar. Mas é bom que saibamos que, em muitas matérias, devíamos ser nós a seguir-lhes o exemplo… a maior parte delas pode ensinar-nos a ser felizes. Sem grandes dificuldades. Afinal, no mundo, o mais importante é que podemos contar uns com os outros… e, quem sabe, entrarmos no céu juntos (ninguém disse que não se pode esperar à porta!).

A vida é feita de escolhas.

Nem tudo está ao nosso alcance. Um sim é, em si mesmo, muitos nãos. Cada decisão concreta implica a renúncia de todas as possibilidades que havia. Mas decidir não é negar, é dizer sim a um caminho e começar a percorrê-lo. Deixando o lugar onde se estava e seguindo adiante. Tendo sempre presente o que se vai ganhar e não o que se perdeu. É bom pensar como as crianças, longe de preconceitos, do passado e do futuro. Viver o presente que a vida é.

Amar é escutar. É estar atento ao outro, ser honesto e paciente, permitir-lhe que seja quem quer ser, e que cresça, que cresça sempre, todos os dias… pois que ninguém deve ser hoje o que foi ontem.

As crianças não nos pertencem. Ser humano é ser livre. Sempre. Mesmo quando todos os sonhos parecem impossíveis. Mesmo quando todos parecem querer decidir por nós. Mesmo quando nos julgamos condenados.

Só conhecemos quem nos conhece. Quantas vezes a melhor forma de conhecer alguém é contar-lhe um segredo nosso e observar o que essa pessoa faz com ele?

Importa dar aos outros o amor de os ouvir. A criança ama quem for capaz de se partilhar com ela. De lhe dar o que é, sem cuidar de exigir nada em troca. Os nossos melhores amigos são sempre crianças.

Parece que quanto mais tempo passa pela nossa vida, menos sabemos olhar o mundo…

Por mais que custe, é sempre tempo de voltar a ser criança!

José Luís Nunes Martins
in http://www.ionline.pt/iopiniao/misterio-crescer/pag/2

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Contemplação na ação



«Tanto trabalho,
tantos deveres de caridade vos esperam.
A vossa alma não deve, por causa disto,
deixar de permanecer unida ao Senhor.
Apesar das mil e uma actividades,
a solidão e o silêncio devem reinar dentro de vós;
a alma manter-se-á assim só com o Só,
que, na quietude e na paz da alma recolhida n’Ele,
realiza as obras maravilhosas da graça.»

Beata Maria Josefina de Jesus Crucificado | 1894 - 1948 
Scritti Vari, pg.67

Meu Senhor e meu Deus,
como poderia eu imaginar que,
simultaneamente com o meu trabalho exterior,
Tu, na ternura infinita que por mim nutres,
vais fazendo em mim, insensivelmente, um trabalho interior.
Quanto mais tiver consciência desta acção benéfica
do Teu amor sobre mim,
mais o trabalho exterior se tornará um reflexo
do que operas profundamente em mim.
O trabalho torna-se uma extensão e participação na Tua obra criadora,
as dificuldades perder-se-ão na Tua Paixão,
toda a minha vida será conscientemente assumida em Ti
e a Ti oferecida por mim.
Senhor, ensina-me a ser contemplativo na acção!


quarta-feira, 2 de julho de 2014

15 coisas que pessoas emocionalmente fortes não fazem



15 coisas que pessoas emocionalmente fortes não fazem

Há aspectos particulares da nossa força mental que são determinantes para termos ou não uma vida boa. Existem vários níveis da nossa força mental e todos são necessários para termos sucesso e sermos felizes. A que tem maior impacto é a força emocional.

As emoções fazem parte, claro, da nossa componente psíquica, no entanto distinguem-se das restantes qualidades mentais  porque influenciam directamente o corpo físico. Afectam a forma como o corpo funciona e determinam cada uma das nossas acções. Sem emoções, não teríamos razões para agir nem para fazer o que quer que seja por nós próprios.As emoções são as nossas maiores motivações. Infelizmente, conseguem motivar-nos para direcções por vezes não as melhores. Por esta razão, a força emocional é tão essencial. Há muitas situações que as pessoas emocionalmente fortes evitam. Veja estas 15:


1.      Não pedem atenção. 

Precisar de atenção está directamente ligado a emoções. Os que sentem necessidade de reconhecimento, apenas se sentem válidos quando os outros os fazem sentir necessários. É como se essas pessoas não estivessem seguras do seu valor. Sentir-se inseguro do seu valor é meio caminho para o não reconhecimento. Se não sentimos que somos importantes, os outros também não o vão sentir.

2.     Não permitem que os outros as rebaixem.

Força emocional requer resiliência. O mundo está cheio de gente negativa, invejosa e ciumenta. Infelizmente muitas vezes os que nos rebaixam são os que estão mais perto de nós. A melhor solução é livrarmo-nos dessas pessoas, mas é também a mais difícil. Se conseguir remover essa gente da sua vida é menos um problema emocional.  

3.     Não guardam rancores.

Se guarda rancor está a dar mais importância do que devia a um assunto. Se uma pessoa pede desculpa genuinamente, perdoe de imediato. Se não pedir desculpa, não interaja mais com ela, mas não guarde rancor. Se continuar a dar-se com essa pessoa, vai fazer-lhe mais mal do que bem.

4.     Não param de fazer as suas coisas.

As pessoas emocionalmente fortes fazem o que fazem porque adoram fazê-lo. Não lhes passa pela cabeça abrandar ou parar por alguém que considera a sua felicidade inapropriada.

5.     Não deixam de acreditar em si próprias.

Os que gostam de si próprios, percebem-se a si próprios, não tem medo e tem orgulho de si próprios nunca duvidam deles próprios. Sabem quanto valem, nem um tostão a mais, nem a menos.

6.     Não são sacanas, nem idiotas.

Há pessoas más, sim, e perguntamo-nos porquê. Ser mau só serve como factor intimidante. Se quer intimidar, é preferível negociar. Se está a intimidar apenas por prazer, obviamente está a compensar uma falta de auto confiança.

7.     Sabem muito bem como não deixar os outros interferir na sua vida.

Os emocionalmente fortes são fortes por uma razão: Não se expoem a pessoas que destroem as suas defesas e esmagam a sua moral.  Muitas pessoas sentem-se perdidas e adoravam levá-lo com elas. Não deixe que lhe arruinem a felicidade.

8.     Não tem medo de amar.

Se tem medo de amar , não confia suficientemente em si próprio. Obviamente não deve manter um relacionamento condenado ao fracasso. E tambem não quer ser outra vez magoado, porque ser magoado não é agradável. Não há razão para ficar destroçado quando se tem confiança em si próprio. Se as coisas não dão certo, não é você, são os dois que não dão certo. A menos, claro, que seja uma pessoa horrível. Aí é mesmo você.

9.     Não ficam na cama, com medo de enfrentar o dia.

A melhor parte do dia devia ser quando acorda e realiza que está vivo. Tomamos a vida como garantida demasiadas vezes.

10. Não tem medo de abrandar.

As pessoas emocionalmente fortes não sentem necessidade de acção e excitação constantes. Não precisam de passar o dia a correr a fim de evitar os seus demonios. Apreciam um momento tranquilo, porque os aproxima do sentimento de não fazer nada senão viver e respirar.

Não significa que não apreciam excitação na vida, mas não são aditos a ela. Ficam mais do que felizes em dar um simples passeio e cheirar flores.

11.     Não fazem coisas que não querem fazer.

Todos nós fazemos coisas que não adoramos, mas não deviamos fazer o que não queremos fazer. As pessoas emocionalmente fortes percebem isso e quase sempre arranjam forma de se focarem no que gostam de fazer e, por acrescimo, no que precisa de ser feito. Apesar de não apreciarem cada minuto do que estão a fazer, valorizam o que estão a fazer porque os aproxima mais do que reamente adoram fazer.

12.     Não tem problema em dizer “Não”.

Se não consegue dizer “não”, as pessoas vão abusar de si. Será visto como um tarefeiro e ninguém lhe vai perguntar a opinião ou sequer levá-lo a sério quando a der. Dizer “não” lembra às pessoas que não tem controlo sobre si.

13.     Não se esquecem de dar.

Nunca estamos demasiado ocupados ou demasiado pobres para doar tempo ou dinheiro. Muita gente opta por ignorar as suas responsabilidades como seres humanos. Quanto mais forte emocionalmente for, mais aprecia os outros e a vida em si. Valoriza mais a vida e começa a empatizar com os que tem pior sorte.

14.    Não sentem que precisam ser aceites.

Quanto mais forte emocionalmente for, mais independente fica. Não sente a necessidade de ser aceite, porque é aceite onde interessa ser: no Mundo. Pessoas de grupos socais pequenos são muitas vezes estranhas e pouco saudáveis. Querer ser aceite não é mais do que “Tenho medo de ser eu próprio”.

15. Não esquecem que ser feliz é uma opção.

Muito importante: as pessoas emocionalmente fortes aprenderam a perceber o poder que o cérebro tem sobre a mente e o corpo. Percebem que as emoções são reacções, não reacções a causas físicas directas, mas à forma como percepcionam essas causas.  Por outras palavras, as nossas emoções não reflectem realidades, as nossas emoções reflectem a forma como interpretamos a realidade. Perceber isto dá-nos controlo quase absoluto das nossas emoções e portanto das nossas vidas.

Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...