O papa vincou ontem na missa a que presidiu, no Vaticano, que o principal conhecimento sobre quem é Jesus é obtido numa vida de seguimento, e não tanto através do que se escreveu sobre ele.
A homilia de Francisco baseou-se no trecho do Evangelho proclamado nas eucaristias desta quinta-feira, em que Jesus pergunta aos apóstolos: «Quem dizeis que eu sou?», refere a Rádio Vaticano.
«Parece que para responder àquela pergunta que todos nós ouvimos no coração – “Quem é Jesus para nós?” – não é suficiente o que nós aprendemos, estudámos no catecismo, que é importante estudá-lo e conhecê-lo, mas não é suficiente», frisou.
Francisco apontou como exemplo o apóstolo Pedro, de quem é sucessor, sublinhando que é necessário olhar para o seu caminho enquanto discípulo sujeito a contradições e arrependimentos.
Pedro «viu os milagres que Jesus fazia, viu o seu poder, depois pagou o imposto, como lhe tinha dito Jesus, pescou um peixe e tirou-lhe uma moeda, viu muitos milagres do género. Mas, a certo ponto, Pedro renegou Jesus, traiu Jesus, e aprendeu aquela tão difícil ciência – mais que ciência, sabedoria – das lágrimas, do choro».
«Esta primeira pergunta – “Quem sou eu para vós, para ti?” – a Pedro só se compreende ao longo de uma estrada, após uma longa estrada, uma estrada de graça e de pecado, uma estrada de discípulo. A Pedro e aos apóstolos, Jesus não disse “Conhecei-me”, mas “Segui-me”, assinalou o papa.
«Este seguir Jesus faz-nos conhecer Jesus. Seguir Jesus com a nossa virtude, também com os nossos pecados, mas seguir sempre Jesus. Não é um estudo de coisas que é necessário, mas uma vida de discípulo», acrescentou.
Esta atitude exige «um encontro diário com o Senhor, todos os dias», assumindo e entregando as «vitórias» e «debilidades» pessoais, num caminho que não pode ser feito «sozinho» mas com a «intervenção do Espírito Santo».
«Conhecer Jesus é um dom do Pai, é ele que nos faz conhecer Jesus; é um trabalho do Espírito Santo, que é um grande trabalhador. Não é um sindicalista, é um grande trabalhador e trabalha em nós, sempre», realçou.
A terminar, Francisco apresentou uma prece: «Olhemos Jesus, Pedro, os apóstolos, e ouçamos no nosso coração esta pergunta: “Quem sou eu para ti?”. E como discípulos, peçamos ao Pai que nos dê o conhecimento de Cristo no Espírito Santo, que nos elucide este mistério».
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