O medo não habita a
nossa casa
O medo transforma a
nossa casa em fortaleza
Tranca portas e
janelas
Esconde-se debaixo da
mesa.
Mas vem Jesus e
senta-nos à mesa
Começa a contar
histórias e estrelas
Leva-nos até ao colo
de Abraão, até à Criação,
Sopra sobre nós um
vento novo,
Rasga uma estrada
direitinha ao coração:
Chama-se Perdão,
Espírito, Amor, Nova Criação.
Varrido para o canto
da casa pelo vento,
Rapidamente todo o
medo arde.
Ardem também bolsas,
portas e paredes,
E surge um lume novo a
arder dentro de nós
Mas esse não nos
queima nem o podemos apagar.
Estamos lá tantos à
roda desse vento, desse fogo,
Com esse vento, com
esse fogo dentro,
Portugueses, russos,
gregos e chineses,
Começamos a falar e
tão bem nos entendemos,
Que custa a crer que
tenhamos passaportes diferentes.
E afinal não temos.
Vendo melhor,
maternais mãos invisíveis nos embalam,
Nos sustentam.
Sentimos que estamos a
nascer de novo,
Percebemos que somos
irmãos,
Filhos renascidos
deste vento, deste lume.
E não é verdade que
falamos,
Mas que alguém dentro
de nós fala por nós,
Chama por Deus,
Como um menino pelo
Pai.
António Couto
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