
"É à luz das bem-aventuranças e sob o seu paradigma, que me quero dirigir a vós, caros sacerdotes.
As bem-aventuranças são inesgotáveis. A cada leitura sentimos vontade de saber mais e de as viver melhor. Elas estão habitadas por uma mensagem divina que ilumina e faz feliz a vida humana, que é luz do mundo e sal da terra. Nelas encontramos horizonte de sentido para a vida, caminho para a missão e força contínua nas horas mais duras e nos momentos mais difíceis. Elas constituem um dos mais belos textos da humanidade.
É necessário reinventar as bem-aventuranças e aplicá-las, também, a nós, caríssimos sacerdotes:
1. Bem-aventurados seremos quando recebermos a vida como um dom e acolhermos o ministério como uma graça divina a moldar este barro frágil de que todos somos feitos.
2. Bem-aventurados porque caminhamos, desde a nossa ordenação, há mais ou menos anos, na verdade de coração e na limpidez da alma, despojados de ambições, mas possuídos pela imensidão dos sonhos de Deus.
3. Bem-aventurados quando olharmos a vida como uma forma de hospitalidade e doação, que de nós faça irmãos e próximos de todos.
4. Bem-aventurados sempre que dermos tempo à oração e lugar ao encanto pela missão que através de nós se realiza.
5. Bem-aventurados porque seduzidos pela bondade e pela verdade que nos ensinam a trazer notícias de Deus aos pequeninos e aos simples como o devemos fazer, com novo vigor e nova linguagem, aos sábios e poderosos.
6. Bem-aventurados ao ajoelharmos diante de Deus, porque o silêncio se torna o melhor diálogo, e ao servirmos a Humanidade como testemunhas da bondade e do perdão.
7. Bem-aventurados porque nos sabemos discípulos de Cristo e nos sentimos decididos, com acrescentado entusiasmo neste tempo jubilar, a edificar esta Igreja que o Concílio trabalhou e que o Espírito do Senhor diariamente renova.
8. Bem-aventurados quando no sofrimento e na dor nos unimos mais à cruz de Cristo e antevemos e antecipamos o mistério redentor da Páscoa".
D. António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro
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