No mundo grego, esperança é elpís, e tem o significado de «previsão», «lícita expectativa», sempre assente nos nossos calculismos e exercícios racionais, pequenas deduções.”
No mundo hebraico, esperança é tiqwah, e deriva de qaw, que pode significar «fio», «fita métrica», «cordel para medir». Percebe-se que tem a ver com o «fio» que se estica para medir, até chegar à medida ainda sem medida e sem solução à vista – «esperança vista não é esperança» (Rm 8,24) –, mas que tem solução recebida de Deus. É como o «fio», a «corda», o «arame» estendido entre a dor e a consolação esperada, entre a humanidade e Deus, fio tenso, não abaulado, e seguro entre duas mãos, a de Deus (sobretudo) e a nossa. Única maneira de se poder atravessar, com segurança e confiança, o vau da morte.
A arte da esperança é para corações enamorados e maduros no amor. É coisa de amantes que se confiam um ao outro, que caminham lado a lado voltados para um nós.
A esperança bíblica e cristã consiste na dupla atitude amante de estarmos sempre à espera de Alguém, e de sabermos bem que Alguém espera por nós.
É desta maneira que a atitude da esperança invade o quotidiano e tempera a inteira vida cristã, desinstalando velhas maneiras de viver e instalando novos comportamentos.
António Couto
A esperança bíblica e cristã consiste na dupla atitude amante de estarmos sempre à espera de Alguém, e de sabermos bem que Alguém espera por nós.
É desta maneira que a atitude da esperança invade o quotidiano e tempera a inteira vida cristã, desinstalando velhas maneiras de viver e instalando novos comportamentos.
António Couto
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