do Lat. ciboriu; s. m., a parte mais alta que exteriormente remata ou cobre a cúpula das grandes igrejas ou dos edifícios monumentais. Este blog é, na sua grande maioria, partilha de videos e textos de diversos autores que recebo diariamente. Com a visão dos outros podemos ver mais alto, mais longe...
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Salm0 178
Oh Deus da Vida e da Alegria,
Deus Feliz de todos os “Bons-Dias”,
Deus Pai de Jesus e Pai nosso,
louvado sejas pela abundância criadora dessa Tua Comunhão Familiar
com o Teu Filho e com a confidente Ruah, Espírito Santo de tantos nomes!
Deus, minha Paz, meu Senhor e meu Dono,
cada manhã é uma reCordação da Páscoa do Teu Filho,
uma nova possibilidade de colocar no Coração
o mistério da Vida que explode no seio do assassínio de Jesus,
a força daquele rastilho vital
que nele se fez carne e sangue e osso e programa de gente humana,
aquele rastilho vital que nem a violência foi capaz de estrangular
e diante do qual a própria morte, reverente, se rendeu e entregou
para ser transformada numa força parideira de coisas vivas…
Cada manhã reVivemos a silenciosa vitória da Luz sobre as trevas
e o convite a levantarmo-nos do sono
para colaborarmos contigo no Teu Projecto em nosso favor!
A Luz é a primeira obra que sai da Tua Palavra no poema criador bíblico…
ver nascer a Luz cada manhã é a visão da contínua acção criadora do Teu Amor,
a génese da Vida sempre reComeçada, reAfirmada e reFeita:
Faça-se… reFaça-se…
até àquele Princípio derradeiro que, na língua do tempo, chamamos Fim.
Cada Primavera, meu Senhor e meu Dono,
é a mais natural evidência das coisas vivas,
a festa dos sentidos capazes de captar a Vida em cada fresta da existência.
Há uma Energia de Vida extraordinariamente poderosa
no âmago mais escondido das coisas…
cada Primavera é uma desvelação juvenil dessa Energia,
um gesto dançante cheio de beleza e graciosidade desse Poder,
uma aparição do Âmago das coisas.
O Cosmos também tem as suas liturgias…
a dança circular dos astros,
a intimidade quase amorosa das simbioses moleculares mais simples e escondidas,
os ritmos e ritos da Criação
nas andanças dos seus quase infinitos elementos em confidente interacção,
são o dinamismo mais subtil de uma Liturgia Natural que dança para Ti, meu Senhor,
sem cessar!
E como Te encantas… “E Deus olhou e viu que era Bom!”
Cada Primavera é o ciclo repetido da celebração da Páscoa da Vida, ano após ano,
numa Liturgia que ama os ritmos e a solenidade dos ritos da Festa.
É a Criação inteira que exulta, a seu modo, e se deixa reNovar pelo Impulso da Vida
que está continuamente a latejar
sob a finíssima crosta das nossas invernias e fúnebres desilusões.
Oh Deus de todas as manhãs,
e agradeço-te por esta sorte de ser Gente e poder Louvar-Te!
Este privilégio imenso de Louvar que nos levanta e mergulha
e conduz e introduz em comunhão,
de maneira ainda limitada,
com a Totalidade da existência que nos atravessa e transfigura.
Louvar é esse imenso privilégio de ficar contente e verdadeiramente alegre
com uma coisa boa da qual não somos a causa nem os detentores.
A felicidade da Graça!
Louvar é esta “alegria da Bondade alheia”, esta Felicidade de ser Agraciado.
É por isso que Te Louvo nesta manhã, Senhor da Vida e meu Dono,
fonte e futuro de tudo o que é Bom!
Os outros bichos desta aventura criadora recebem o estranho como intruso,
o diferente como ameaça…
Oh Deus, como é possível que tenham entrado estes vícios da selva
na civilização dos Homens também?!
Pai Nosso, livra-nos do mal…
Em nós existe o privilégio de Louvar!
Podemos fazer a experiência da Graça com uma profunda Gratidão,
e não com desconfiança.
Podemos sentir-nos autenticamente contentes pelas coisas boas
que nós não nos damos a nós mesmos,
não causamos nem detemos!
Essa Visão Agradecida é o princípio do Louvor…
Às vezes morremos de cegueira.
Não vemos, não agradecemos, não louvamos,
enredados que estamos no que produzimos e detemos…
Bichamo-nos,
reintroduzimos as leis do mata-ou-morre no nosso coração
e no tecido frágil das nossas relações,
e mal nos damos conta, começámos a sangrar.
Oh Deus, Tu que és nosso Pai, não Te canses de nós!
Não deixes nunca de nos procurar e suscitares entre nós
gestos de verdadeira Humanidade.
E em qualquer parte do mundo em que haja homens e mulheres
a atravessar descalços a invernia da dor,
faz tudo o que estiver ao Teu alcance
para despertar as Forças da Primavera e o Pulsar da Vida
das maneiras mais concretas e palpáveis
que os seres humanos possam experimentar.
Adoro-Te minha Vida, meu Senhor e meu Dono, minha Paz.
Adoro-Te, pasmado, mergulhado neste privilégio humaníssimo
de poder Louvar-te e conversar contigo!
Rui Santiago
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