do Lat. ciboriu; s. m., a parte mais alta que exteriormente remata ou cobre a cúpula das grandes igrejas ou dos edifícios monumentais. Este blog é, na sua grande maioria, partilha de videos e textos de diversos autores que recebo diariamente. Com a visão dos outros podemos ver mais alto, mais longe...
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Abrir o coração ao Espírito!
Abrir o coração ao Espírito!
Isso quer dizer que não posso repousar
no que aprendi, no que disse, no que fiz.
Tenho de recomeçar cada dia
como se fosse o primeiro da criação.
Por isso Te peço: não permitas
que o peso do tempo me faça vergar ou desistir.
O Teu Espírito não tem tempo
e sempre chega a nós com o dom da surpresa.
Deixa-me encantar com a Tua novidade permanente.
Faz-me perder o medo da mudança e da conversão.
Dá-me força para o contínuo recomeço.
Abre o meu coração ao Teu Espírito
para que nunca me instale nas minhas verdades ilusórias.
Só a Tua Verdade nos salva.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
A vida num minuto
É possível condensar a vida em 873 fotos e em apenas um minuto? Sim, é possível, como demonstrou a agência de publicidade AlmapBBDO, que criou um vídeo absolutamente incrível para promover o trabalho da Getty Images, empresa líder mundial na sua área, a distribuição de imagens.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Os cristãos não se distinguem dos demais
"Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes.
Nem, em parte alguma, habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular.
Nem uma doutrina desta natureza deve a sua descoberta à invenção ou conjectura de homens de espírito irrequieto, nem defendem, como alguns, uma doutrina humana.
Habitando cidades Gregas e Bárbaras, conforme coube em sorte a cada um, e seguindo os usos e costumes das regiões, no vestuário, no regime alimentar e no resto da vida, revelam unanimemente uma maravilhosa e paradoxal constituição no seu regime de vida político-social.
Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos: participam de tudo, como cidadãos, e tudo sofrem como estrangeiros. Toda a terra estrangeira é para eles uma pátria e toda a pátria uma terra estrangeira.
Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os neonatos.
Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito.
Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne.
Moram na terra e são regidos pelo céu.
Obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas.
Amam todos e por todos são perseguidos.
Não são reconhecidos, mas são condenados à morte; são condenados à morte e ganham a vida.
São pobres, mas enriquecem muita gente; de tudo carecem, mas em tudo abundam.
São desonrados, e nas desonras são glorificados; injuriados, são também justificados.
Insultados, bendizem; ultrajados, prestam as devidas honras.
Fazendo o bem, são punidos como maus; fustigados, alegram-se, como se recebessem a vida.
São hostilizados pelos Judeus como estrangeiros; são perseguidos pelos Gregos, e os que os odeiam não sabem dizer a causa do ódio.
Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo."
Carta a Diogneto (séc. I)
terça-feira, 22 de maio de 2012
Silêncio e palavra: caminho de evangelização
MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA O 46º DIA MUNDIAL
DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
Amados irmãos e irmãs,
Ao aproximar-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, desejo partilhar convosco algumas reflexões sobre um aspecto do processo humano da comunicação que, apesar de ser muito importante, às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da relação entre silêncio e palavra: dois momentos da comunicação que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.
O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena. É no silêncio, por exemplo, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram, precisamente nele, uma forma particularmente intensa de expressão. Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços. Quando as mensagens e a informação são abundantes, torna-se essencial o silêncio para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório. Uma reflexão profunda ajuda-nos a descobrir a relação existente entre acontecimentos que, à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de «ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons.
Grande parte da dinâmica actual da comunicação é feita por perguntas à procura de respostas. Os motores de pesquisa e as redes sociais são o ponto de partida da comunicação para muitas pessoas, que procuram conselhos, sugestões, informações, respostas. Nos nossos dias, a Rede vai-se tornando cada vez mais o lugar das perguntas e das respostas; mais, o homem de hoje vê-se, frequentemente, bombardeado por respostas a questões que nunca se pôs e a necessidades que não sente. O silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e as muitas respostas que recebemos, justamente para identificar e focalizar as perguntas verdadeiramente importantes. Entretanto, neste mundo complexo e diversificado da comunicação, aflora a preocupação de muitos pelas questões últimas da existência humana: Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? É importante acolher as pessoas que se põem estas questões, criando a possibilidade de um diálogo profundo, feito não só de palavra e confrontação, mas também de convite à reflexão e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem.
No fundo, este fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser humano, sempre à procura de verdades, pequenas ou grandes, que dêem sentido e esperança à existência. O homem não se pode contentar com uma simples e tolerante troca de cépticas opiniões e experiências de vida: todos somos perscrutadores da verdade e compartilhamos este profundo anseio, sobretudo neste nosso tempo em que, «quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011).
Devemos olhar com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem actual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não descuidar o cultivo da sua própria interioridade. Não há que surpreender-se se, nas diversas tradições religiosas, a solidão e o silêncio constituem espaços privilegiados para ajudar as pessoas a encontrar-se a si mesmas e àquela Verdade que dá sentido a todas as coisas. O Deus da revelação bíblica fala também sem palavras: «Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Omnipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra Encarnada. (...) O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio» (Exort. ap. pós-sinodal Verbum Domini, 30 de Setembro de 2010, n. 21). No silêncio da Cruz, fala a eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando «o Rei dorme (…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos» (cfr Ofício de Leitura, de Sábado Santo) –, ressoa a voz de Deus cheia de amor pela humanidade.
Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. «Temos necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra redentora» (Homilia durante a Concelebração Eucarística com os Membros da Comissão Teológica Internacional, 6 de Outubro de 2006). Quando falamos da grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se sempre inadequada e, deste modo, abre-se o espaço da contemplação silenciosa. Desta contemplação nasce, em toda a sua força interior, a urgência da missão, a necessidade imperiosa de «anunciar o que vimos e ouvimos», a fim de que todos estejam em comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1, 3). A contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva.
Depois, na contemplação silenciosa, surge ainda mais forte aquela Palavra eterna pela qual o mundo foi feito, e identifica-se aquele desígnio de salvação que Deus realiza, por palavras e gestos, em toda a história da humanidade. Como recorda o Concílio Vaticano II, a Revelação divina realiza-se por meio de «acções e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal modo que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido» (Const. dogm. Dei Verbum, 2). E tal desígnio de salvação culmina na pessoa de Jesus de Nazaré, mediador e plenitude da toda a Revelação. Foi Ele que nos deu a conhecer o verdadeiro Rosto de Deus Pai e, com a sua Cruz e Ressurreição, nos fez passar da escravidão do pecado e da morte para a liberdade dos filhos de Deus. A questão fundamental sobre o sentido do homem encontra a resposta capaz de pacificar a inquietação do coração humano no Mistério de Cristo. É deste Mistério que nasce a missão da Igreja, e é este Mistério que impele os cristãos a tornarem-se anunciadores de esperança e salvação, testemunhas daquele amor que promove a dignidade do homem e constrói a justiça e a paz.
Palavra e silêncio. Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da acção comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. A Maria, cujo silêncio «escuta e faz florescer a Palavra» (Oração pela Ágora dos Jovens Italianos em Loreto, 1-2 de Setembro de 2007), confio toda a obra de evangelização que a Igreja realiza através dos meios de comunicação social.
Vaticano, 24 de Janeiro – dia de São Francisco de Sales – de 2012.
BENEDICTUS PP. XVI
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segunda-feira, 21 de maio de 2012
A caridade é o vínculo da perfeição! (Cl. 3, 14)
Por vezes julgamos que uma das maiores dificuldades pastorais é podermos contar com o número suficiente de pessoas para respondermos aos diversos serviços, próprios de uma comunidade cristã.
Todavia, essa não é a maior dificuldade - por mais difícil que ela seja!
A maior dificuldade pastoral é a capacidade de ajudar as pessoas a harmonizarem temperamentos; modos de entenderem a realidade e de a assumirem; e a serem capazes de construir, com sinceridade, projectos verdadeiramente comuns!
Para tanto, algumas atitudes são absolutamente necessárias: em primeiro lugar a aceitação da legítima diferença (cada um é singular no seu ser e no seu agir! E é legítimo que assim seja!); depois, a capacidade de ser frontal, na caridade, não permitindo que os problemas se arrastem indefinidamente (viver a sábia e genuína correcção fraterna!); esta segunda atitude pressupõe uma condição essencialíssima - o verdadeiro diálogo (que não é arrazoado de imprecações, mas capacidade de verdadeira harmonização da diversidade, numa recta capacidade de pôr em comum perspectivas diversas de uma mesma realidade!); por fim, essa capacidade - tão cristã (e, por vezes, tão ausente!) - do perdão!
Muitas outras atitudes, possívelmente, serão necessárias para um sério entendimento!... Mas se conseguirmos, todos nós, cristãos, cultivar estas que acabo de considerar, as nossas paróquias tornar-se-ão verdadeiras comunidades cristãs! E conseguirão viver, mínimamente, aquilo que São Paulo tão bem nos ensinou - que a caridade é o vínculo da perfeição! (cf. Cl. 3, 14).
Para isso, talvez tenhamos de regressar à simplicidade e humildade de crianças, como o Mestre afirmou: «Se não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus» (Mt. 18, 3).
OBS. Se lermos Cl. 3, 12 - 15, aí encontraremos algumas atitudes necessárias, capazes de nos conduzir à perfeição referida pelo Apóstolo!
Pe. Carlos Godinho
domingo, 20 de maio de 2012
Silêncio e escuta
«No diálogo silencioso do coração
preparam-se as pedras vivas
com as quais vai crescendo o Reino de Deus
e se criam instrumentos seleccionados
que promovem a sua construção»
Santa Edith Stein,Oração da Igreja, 3
Senhor Jesus, que mergulhavas no silêncio,
cheio de Deus e dos homens,
quero aprender contigo a escutar
o Pai e os homens que me querem falar.
Quantas palavras abafam a tua voz!
Que eu seja capaz de apartar os ruídos
e criar o grande silêncio onde me falas interiormente.
sábado, 19 de maio de 2012
Mais homens, menos homem
Quando alguém está numa condição em que necessita de auxílio, é bem possível que quanto mais gente estiver a olhar, menor seja a probabilidade de alguém o socorrer. Assim são os homens nos dias de hoje. Temem o julgamento alheio, como se a originalidade fosse uma falta de respeito. O desejo de chegar ao consenso, e assim evitar confrontações, é um dos maiores travões à evolução. É quase sempre mais difícil resolver um problema em conjunto do que se o fizermos individualmente.
Os grupos tendem a comportar-se como os piores dos seus membros, e numa circunstância normal, há sempre quem assim garanta a mediocridade do todo.
É deveras revoltante assistir à quantidade de gente que se conforma com as decisões do todo, qual instinto de sobrevivência. Mas como podem pensar que a desistência de si seja um passo para o seu sucesso?
Infelizmente, a maior parte das pessoas, gente boa, aceita resignadamente as más conjunturas em vez de lhes fazer frente. Talvez o comportamento das pessoas comuns dependa mais da situação em que está envolvida do que da sua, tanta vezes débil, personalidade.
É pois de absoluta importância que escolhamos criteriosamente aqueles de quem queremos estar perto. Os grandes homens têm quase sempre poucos amigos. Uma amizade ou um amor, autênticos, são excepções, não regras. É raro encontrar-se alguém que nos levante quando estamos caídos, menos ainda que o faça sem hesitação e independentemente de estar muita gente a olhar. Se depois de nos levantarmos seguirmos ao seu lado, iremos longe. Muito longe... Caminhamos com Deus.
Investigador.
in I online
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Mãe, o melhor emprego do mundo
Ser mãe é o trabalho mais difícil do mundo. Mas também é o melhor.
Este comercial da P&G honra todo o esforço que todas as mães fazem para ajudar seus filhos a alcançar o sucesso, mostrando as incríveis mães que existem por trás de um atleta Olímpico dos jogos de Londres de 2012.
O trabalho mais difícil do mundo é com certeza o melhor trabalho do mundo.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
O sustentáculo do amor
A paz é algo que nenhum homem pode dar a outro. Um dos fins mais importantes para quem arrisca ser quem é, será o de construir a sua própria paz. Esta resulta de um trabalho duro de equilíbrio das vontades, de uma harmonização árdua das diferentes dimensões interiores, como o pensar e o sentir, é um estado ágil e dinâmico, que, ao limite, permite ultrapassar e vencer qualquer adversidade.
A paz não é o estado de quem vive uma ausência de conflitos, é o resultado da conciliação corajosa das diferentes forças que, dentro e fora de cada homem, tentam prevalecer sobre as demais, menosprezando-se mutuamente.
Muitos são os que julgam ter encontrado a paz quando se livram do sonho do amor. Estão enganados, o caminho até à felicidade é ainda longo para quem cansado assim se contenta, repousando de uma luta que nem chegou a começar. A paz é um ponto de passagem de quem ruma à plenitude da vida. A paz é o ponto de partida para o amor, que por sua vez lança o homem para a felicidade. A paz é o ponto de chegada dos que sofrem as dores mais profundas. A verdade é tranquila. A árvore cresce sossegada, ao ritmo da sua paz, dependendo muito pouco do que acontece à sua volta. Sem paz pode haver paixão, mas não há amor. O amor brota e alimenta-se do solo consistente e rico onde vive a paz, acima do mundo à sua volta, sem se incomodar com o julgamento de ninguém, mesmo daqueles que ali vêem apenas um sossego de morte. Silêncio. Assim é a verdade de quem consegue ser quem é. Em paz, assim ama quem vive de forma autêntica.
Investigador.
in http://www.ionline.pt/opiniao/sustentaculo-amor
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Salm0 178
Oh Deus da Vida e da Alegria,
Deus Feliz de todos os “Bons-Dias”,
Deus Pai de Jesus e Pai nosso,
louvado sejas pela abundância criadora dessa Tua Comunhão Familiar
com o Teu Filho e com a confidente Ruah, Espírito Santo de tantos nomes!
Deus, minha Paz, meu Senhor e meu Dono,
cada manhã é uma reCordação da Páscoa do Teu Filho,
uma nova possibilidade de colocar no Coração
o mistério da Vida que explode no seio do assassínio de Jesus,
a força daquele rastilho vital
que nele se fez carne e sangue e osso e programa de gente humana,
aquele rastilho vital que nem a violência foi capaz de estrangular
e diante do qual a própria morte, reverente, se rendeu e entregou
para ser transformada numa força parideira de coisas vivas…
Cada manhã reVivemos a silenciosa vitória da Luz sobre as trevas
e o convite a levantarmo-nos do sono
para colaborarmos contigo no Teu Projecto em nosso favor!
A Luz é a primeira obra que sai da Tua Palavra no poema criador bíblico…
ver nascer a Luz cada manhã é a visão da contínua acção criadora do Teu Amor,
a génese da Vida sempre reComeçada, reAfirmada e reFeita:
Faça-se… reFaça-se…
até àquele Princípio derradeiro que, na língua do tempo, chamamos Fim.
Cada Primavera, meu Senhor e meu Dono,
é a mais natural evidência das coisas vivas,
a festa dos sentidos capazes de captar a Vida em cada fresta da existência.
Há uma Energia de Vida extraordinariamente poderosa
no âmago mais escondido das coisas…
cada Primavera é uma desvelação juvenil dessa Energia,
um gesto dançante cheio de beleza e graciosidade desse Poder,
uma aparição do Âmago das coisas.
O Cosmos também tem as suas liturgias…
a dança circular dos astros,
a intimidade quase amorosa das simbioses moleculares mais simples e escondidas,
os ritmos e ritos da Criação
nas andanças dos seus quase infinitos elementos em confidente interacção,
são o dinamismo mais subtil de uma Liturgia Natural que dança para Ti, meu Senhor,
sem cessar!
E como Te encantas… “E Deus olhou e viu que era Bom!”
Cada Primavera é o ciclo repetido da celebração da Páscoa da Vida, ano após ano,
numa Liturgia que ama os ritmos e a solenidade dos ritos da Festa.
É a Criação inteira que exulta, a seu modo, e se deixa reNovar pelo Impulso da Vida
que está continuamente a latejar
sob a finíssima crosta das nossas invernias e fúnebres desilusões.
Oh Deus de todas as manhãs,
e agradeço-te por esta sorte de ser Gente e poder Louvar-Te!
Este privilégio imenso de Louvar que nos levanta e mergulha
e conduz e introduz em comunhão,
de maneira ainda limitada,
com a Totalidade da existência que nos atravessa e transfigura.
Louvar é esse imenso privilégio de ficar contente e verdadeiramente alegre
com uma coisa boa da qual não somos a causa nem os detentores.
A felicidade da Graça!
Louvar é esta “alegria da Bondade alheia”, esta Felicidade de ser Agraciado.
É por isso que Te Louvo nesta manhã, Senhor da Vida e meu Dono,
fonte e futuro de tudo o que é Bom!
Os outros bichos desta aventura criadora recebem o estranho como intruso,
o diferente como ameaça…
Oh Deus, como é possível que tenham entrado estes vícios da selva
na civilização dos Homens também?!
Pai Nosso, livra-nos do mal…
Em nós existe o privilégio de Louvar!
Podemos fazer a experiência da Graça com uma profunda Gratidão,
e não com desconfiança.
Podemos sentir-nos autenticamente contentes pelas coisas boas
que nós não nos damos a nós mesmos,
não causamos nem detemos!
Essa Visão Agradecida é o princípio do Louvor…
Às vezes morremos de cegueira.
Não vemos, não agradecemos, não louvamos,
enredados que estamos no que produzimos e detemos…
Bichamo-nos,
reintroduzimos as leis do mata-ou-morre no nosso coração
e no tecido frágil das nossas relações,
e mal nos damos conta, começámos a sangrar.
Oh Deus, Tu que és nosso Pai, não Te canses de nós!
Não deixes nunca de nos procurar e suscitares entre nós
gestos de verdadeira Humanidade.
E em qualquer parte do mundo em que haja homens e mulheres
a atravessar descalços a invernia da dor,
faz tudo o que estiver ao Teu alcance
para despertar as Forças da Primavera e o Pulsar da Vida
das maneiras mais concretas e palpáveis
que os seres humanos possam experimentar.
Adoro-Te minha Vida, meu Senhor e meu Dono, minha Paz.
Adoro-Te, pasmado, mergulhado neste privilégio humaníssimo
de poder Louvar-te e conversar contigo!
Rui Santiago
terça-feira, 15 de maio de 2012
Apóstolos ou Cristandade?
A Igreja é parte da sociedade e a sua acção é visível no mundo. Há obras que vão ficando, valores que consistentemente propõe e se afirmam mais ou menos nas culturas em que está presente. É inerente à sua identidade procurar influência sobre o todo social, uma influência que pode ir aumentando ou diminuindo, ser mais ou menos bem acolhida ou levantar mais ou menos oposição. Historicamente, as formas de influxo sobre a sociedade têm evoluído, têm até sofrido conversões radicais, depois de derivas menos consentâneas com a salvaguarda da dignidade da pessoa humana - fundamento, fim e caminho da sua proposta social. A Igreja, para ser fiel à sua missão, vive numa permanente busca dos meios mais adequados e tem constantemente necessidade de purificação das suas atitudes. Porque deseja sempre ser mais coerente com a sua mensagem e os valores que promove. Para que os meios de que lança mão não se arrisquem a contradizer os fins que quer propor.
Mas a Igreja não existe para si mesma. Muito mais do que uma instituição à procura de segurança, ou um clube que quer sempre crescer em aderentes, ou uma associação que garante benefícios, a Igreja é responsabilidade e missão. Está ao serviço do Reino de Deus e da humanidade. E o Reino de Deus, diz-nos o Evangelho, tem uma forma muito própria de se expandir e afirmar: é como um grão de mostarda, assente em pequenos começos; funciona como o fermento, ou como o sal, tanto mais efectivos quanto menos centram a atenção em si mesmos.
Como se mede, então, o sucesso da Igreja? Numa perspectiva enformada pelos ideais de Cristandade, dá-se muita importância ao número de aderentes, aposta-se que a influência mais eficaz sobre o mundo passa por a Igreja incorporar a sociedade cada vez mais dentro de si. Por aqui, corre-se o risco de começar a identificar o Reino de Deus com a Igreja e abre-se a porta às tentações de poder que buscam a docilidade de um rebanho disciplinado, obediente e uniforme que dá imagem triunfalista de força, ao mesmo tempo que é facilmente vigiado e dirigido. A Igreja, nesta perspectiva, é um ponto de chegada, trabalha para trazer as pessoas para si e aderir e estar dentro dá todas as garantias, especialmente para a eternidade.
Contudo, a Igreja não é ponto de chegada, mas de partida. Não é porto de ancoragem, é plataforma de missão, de envio. Não é segurança de todas as garantias, mas responsabilidade de serviço e testemunho. Esta é a perspectiva apostólica da Igreja, "apostólica", isto é, enviada, a quem foi entregue a responsabilidade de uma missão no mundo.
Certamente que a Igreja se faz, em cada tempo e em cada lugar, de homens e mulheres concretos. E só pode continuar a servir a sua missão se conseguir entusiasmar sempre novos seguidores de Jesus Cristo. A messe é grande e os trabalhadores são sempre poucos. Mas a busca, pela Igreja, de novos membros para a Igreja é movida sobretudo por um desejo que o caminho de desenvolvimento humano, realização pessoal e felicidade, no compromisso pela construção dum mundo justo (o que constitui o seguimento de Jesus), seja aproveitado por outros, porque acredita que pode ser o melhor para cada um. A experiência inequívoca dos seus membros leva ao desejo de espalhar essa boa notícia e partilhar essa salvação encontrada. A Igreja alegra-se com a adesão de novos cristãos porque isso é radicalmente bom para as vidas dessas pessoas, mais, muito mais, do que porque é útil para a Igreja crescer no número do seus membros. É um exercício de responsabilidade pelo outro, não de interesse próprio. Claro que os níveis de empenho e participação serão diferentes, mas isso é inerente ao respeito pelos ritmos, a sensibilidade religiosa e a capacidade de compromisso de cada um.
Maiores números não garantem necessariamente mais eficácia apostólica na sua missão. Importa olhar, não para os números que dão tamanho à Igreja, mas para a pujança da vida no interior da Igreja e o que essa vida faz aos seus membros e o que a Igreja, através dos seus membros, está a fazer no mundo e pelo mundo. Não é a dimensão da Cristandade que é sinal de eficácia da missão, mas a força testemunhal dos cristãos, homens e mulheres permanentemente
transformados e motores de transformação do mundo.
A Igreja não existe para si mesma e não é um ponto de chegada. É uma Igreja enviada, peregrina, é movimento. Por isso, os retratos estáticos são muito pouco significativos para avaliar a sua fidelidade ou o seu sucesso. O que é determinante é o dinamismo, a pujança do espírito (alimentado pelo Espírito) que se vive no seu interior e extravasa apostolicamente para o mundo, a capacidade de adaptação e criatividade, a credibilidade das atitudes e a capacidade de continuar a propor de forma atractiva e relevante a sua mensagem. Estas serão as sementes da eficácia no serviço fiel e coerente à missão recebida de Jesus Cristo e agora encarnada em cada situação histórica.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
«Jesus ensina-nos
que basta bater para que nos abram,
procurar para encontrar,
e estender humildemente a mão
para receber o que se pede».
Santa Teresa do Menino Jesus, História de uma Alma C, 35 vº
Reconheço, Senhor,
que é tanta a minha pobreza
que até me esqueço de ‘bater’ com perseverança,
esperar que me abras,
estender a minha mão para que a enchas dos Teus dons!
Esqueço-me que oração verdadeira é perseverante,
não é negócio, exigência de que se me dê
o que peço a troco de umas rezas...
O verdadeiro mendigo não se cansa de rogar,
porque sente necessidade de pão para viver.
Pede com simplicidade...
Espera com paciência...
Na minha indigência, tenho de ser perseverante,
bater à Tua porta sem me cansar, como uma criança,
e esperar humildemente que, finalmente,
me abras e enchas a minha mão de tudo quanto tens para me dar!
que basta bater para que nos abram,
procurar para encontrar,
e estender humildemente a mão
para receber o que se pede».
Santa Teresa do Menino Jesus, História de uma Alma C, 35 vº
Reconheço, Senhor,
que é tanta a minha pobreza
que até me esqueço de ‘bater’ com perseverança,
esperar que me abras,
estender a minha mão para que a enchas dos Teus dons!
Esqueço-me que oração verdadeira é perseverante,
não é negócio, exigência de que se me dê
o que peço a troco de umas rezas...
O verdadeiro mendigo não se cansa de rogar,
porque sente necessidade de pão para viver.
Pede com simplicidade...
Espera com paciência...
Na minha indigência, tenho de ser perseverante,
bater à Tua porta sem me cansar, como uma criança,
e esperar humildemente que, finalmente,
me abras e enchas a minha mão de tudo quanto tens para me dar!
sábado, 12 de maio de 2012
Obediência cristã
Um grupo de sacerdotes da Áustria (fala-se em quatrocentos, de entre um total de cerca de dois mil) publicou um manifesto denominado “apelo à desobediência”, onde não só se contestam, na linha de movimentos anteriores, posições do magistério e da hierarquia da Igreja (como a recusa de ordenação de mulheres e de sacerdotes casados), como, e de acordo com esse titulo, se proclama e incentiva uma decisão de clara desobediência em matérias como a distribuição da comunhão a pessoas divorciadas em segunda união, a cristãos não católicos e até a católicos que abandonaram a Igreja; ou à direcção de paróquias por leigos. O movimento tem-se alastrado a outros países, embora não com a expressão que conhece na Áustria.
De entre as questões suscitadas, algumas não dizem respeito apenas ao direito eclesiástico (susceptível de reforma, pois), mas ao próprio depósito da Revelação, que a Igreja não pode alterar, pois não o criou, antes o recebeu do seu Fundador.
Quem tenha no coração a unidade da Igreja como o maior dos tesouros não deixará de se atemorizar com iniciativas como esta (há quem fale abertamente em perigo de cisma). Um temor que, porém, a fé na assistência que Jesus Cristo prometeu à sua Igreja «até aos fins dos tempos» certamente dissipa. A Igreja, ao longo de dois mil anos, resistiu a muitos perigos como este, e até mais graves do que este.
Sobre esta iniciativa pronunciou-se pela primeira vez, claramente, o Papa Bento XVI na homília da missa crismal de Quinta-feira Santa. Fê-lo a propósito da referência à «configuração a Cristo» como condição necessária para a «superação de nós mesmos» e a renovação da Igreja. É a configuração a Cristo na obediência à vontade do Pai o caminho para a renovação da Igreja. Não a desobediência, «um impulso desesperado de fazer qualquer coisa, de transformar a Igreja segundo os nossos desejos e as nossas ideias». É verdade que também Jesus «corrigiu as tradições humanas que ameaçavam sufocar a palavra e a vontade de Deus». Mas fê-lo «para despertar novamente a obediência à verdadeira vontade de Deus», «a verdadeira obediência, contra o arbítrio do homem». «E não esqueçamos que Ele era o Filho, com a singular autoridade e responsabilidade de desvendar a autêntica vontade de Deus (…)». «E, por fim, Ele concretizou o seu mandato através da sua própria obediência e humildade até à Cruz, tornando assim credível a sua missão. Não se faça a minha vontade, mas a tua: esta é a palavra que revela o Filho, a sua humildade e conjuntamente a sua divindade, e nos indica a estrada.».
A obediência assim entendida não conduz ao imobilismo. Afirma ainda Bento XVI nessa homilia: «Quem observa a história do período pós-conciliar pode reconhecer a dinâmica da verdadeira renovação, que frequentemente assumiu formas inesperadas em movimentos cheios de vida e que tornam quase palpável a vivacidade inexaurível da santa Igreja, a presença e a acção eficaz do Espírito Santo. E se olharmos para as pessoas de quem dimanaram, e dimanam, estes rios pujantes de vida, vemos também que, para uma nova fecundidade, se requer o transbordar da alegria da fé, a radicalidade da obediência, a dinâmica da esperança e a força do amor.»
A obediência assume na Igreja uma dimensão diferente da que assume nas instituições humanas (onde também é importante para garantir a harmonia da vida social). Não se trata de obedecer aos homens, mas a quem exprime, em determinados âmbitos, a própria vontade de Deus («Quem vos ouve, a Mim ouve» - Lc. 10,14).
A história mostra-nos que são os santos quem mais renova e torna fecunda a Igreja. Não o fazem para esbater as suas exigências e assim a tornar mais atractiva para o “espírito do tempo” (como, por vezes, parece ser o objectivo dos “dissidentes” de hoje). Fazem-no para a tomar mais autêntica e mais fiel ao desígnio do seu Fundador. Com o simples testemunho da sua vida, denunciam incoerências da própria hierarquia. Mas fazem-no com total humildade e desapego em relação às suas ideias e opiniões, certamente sem apelar à desobediência. São Francisco de Assis, que pregava a pobreza evangélica numa igreja inundada de riquezas, nunca apelou à desobediência. E Santa Teresa de Ávila, que haveria de ser proclamada Doutora da Igreja (o que não sucedeu a nenhum dos seus censores), dizia no prefácio das suas Moradas: «Se alguma coisa não for conforme ao que ensina a Santa Igreja Católica Romana, será por ignorância, não por malícia, disso se tenha a certeza, e também de que lhe estou, e pela bondade de Deus estarei, como sempre estive, sujeita».
Pedro Vaz Patto
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Saboreai e vede como o Senhor é belo!
Reconheço na Criação traços de uma Beleza infinita, como quem diante de um riacho se põe a desenhar a nascente com imagens guardadas na memória. Felizes os que, em pequenos, puderam admirar-se com o milagre de uma nascente. E nos bichos uma inscrição de cuidado, ternura, mimo, maternidade e afecto. Quem tem bichos sabe disso, como eles têm inscrito o mimo e o afecto. Nos seres humanos está tudo isto, e de maneira tão maior… e tanto mais, que não nos chega o mimo, o afecto, a troca de carícia e o prazer partilhado. Tivemos que inventar essa coisa chamada Arte, que é uma expressão da Beleza que nos cria. Às vezes penso que empobrecemos a nossa experiência religiosa quando a reduzimos à dimensão ética da nossa humanidade. Os cristãos, por exemplo, precisam hoje de redescobrir urgentemente a estética da Fé, a expressão da Beleza como linguagem do Divino que nos ama e do Reino que está presente no meio de nós. É bonito saber que nas línguas bíblicas, quer o hebraico quer o grego, é a mesma e única palavra que serve para dizer “bom” e “belo”. E Deus viu que era tudo muito bom, pode igualmente ser traduzido por E Deus viu que era tudo muito belo… Eu sou o Bom Pastor, pode igualmente ser traduzido por Eu sou o Belo Pastor…
É pensando assim que Espero, aGuardo no coração os preseentes que Deus me vai oferecendo através dos meus irmãos. Os pássaros cantam porque sim, porque não podem deixar de o fazer. Mas nós não… nós cantamos porque descobrimos que há coisas que têm que ser ditas assim, com outra voz, com outro rito e outro ritmo, com enCanto. Quando nos deixamos conduzir e seduzir por este chamamento interior ao que é enCantador e Belo, manifestamos uns aos outros que somos, realmente, à imagem e semelhança do Criador de todas as coisas Belas. Manifestamos uns aos outros que o ser humano, quando edifica a comunhão e partilha a Beleza, é uma síntese extraordinária do Universo, é um resumo cósmico que nos abeira do Mistério mais profundo da Vida. Se restaurarmos a sensibilidade do nosso coração perceberemos que os nossos dias estão cheios de momentos e acontecimentos diante dos quais deveríamos dizer solenemente Amen.
Rui Santiago
quinta-feira, 10 de maio de 2012
O dom do encontro
Estamos aqui, condenados à morte, em busca de força para fazer um caminho que traz inquietações a cada momento, mas que também nos leva mais a cada passo. Não estamos sós – nunca se está só quando se espera alguém – porque há quem queira construir este caminho connosco, esquecendo-se do seu.
Há alguém que nos segue em silêncio. Diferente dos outros, não nos ajuda a levantarmo-nos quando caímos, mas também não se aproveita da proximidade para nos derrubar. Anda por aqui à nossa espera, admirando a forma como sonhamos e a força com que lutamos pelas realizações da nossa vida. Por vezes, empresta-nos a sua vontade e dá-nos mais firmeza e coragem para sermos felizes. E somos. Mesmo quando não nos damos conta disso.
A vida de cada um de nós é essencial para Deus. Mas, que razão o terá levado a criar para si mesmo esta prisão?
O amor é a entrega da vida. É saber que se é um meio para que o outro seja feliz. Uma força pura para a realização dos sonhos de outrem. Um sentido para a vida.
Neste mundo, os dias do amor são sempre curtos.
É urgente perceber que não vamos ficar aqui para sempre. Este mundo não é, contudo, um lugar menor. É um espaço e um tempo de belezas infinitas. É preciso olhar de forma pura o que nos rodeia, aprender a ver outra vez o sol e a chuva, a areia e as ondas. Que são sempre belas, desde que quem as sente as faça assim.
Se tudo te parecer cinzento e calado, talvez esteja assim... porque tu queres.
Afinal, para mudar uma paisagem, é preciso mudares o que sentes.
Investigador
segunda-feira, 7 de maio de 2012
És a última a quem falo
"És sempre a última pessoa a quem falo
em cada noite, antes de adormecer.
Às vezes a conversa já não sai muito articulada:
o sono e o cansaço embrulham as palavras
e o coração, estando contigo,
nem sempre tem, por inteiro, a prontidão do afecto.
Sinto-me bem a despedir-me, contigo, de cada dia.
Por isso me sai sempre, quando encosto a cabeça,
o teu nome,
Maria, minha Mãe.
... Sei que o Senhor é contigo
Que és bendita entre todas as mulheres.
E peço-te: roga por nós, pecadores,
agora, e na hora da nossa morte.
Amén."
Pe. António Coelho
em cada noite, antes de adormecer.
Às vezes a conversa já não sai muito articulada:
o sono e o cansaço embrulham as palavras
e o coração, estando contigo,
nem sempre tem, por inteiro, a prontidão do afecto.
Sinto-me bem a despedir-me, contigo, de cada dia.
Por isso me sai sempre, quando encosto a cabeça,
o teu nome,
Maria, minha Mãe.
... Sei que o Senhor é contigo
Que és bendita entre todas as mulheres.
E peço-te: roga por nós, pecadores,
agora, e na hora da nossa morte.
Amén."
Pe. António Coelho
domingo, 6 de maio de 2012
Oração pelas mães
Eu te agradeço, Senhor,
pela mãe valente e sonhadora,
que apesar do trabalho e da dor,
da incerteza e da amargura, da alegria e da felicidade,
aceitou, protegeu e acarinhou o filho desde que o concebeu…
Eu te agradeço, Senhor,
pela mãe aprendiz e educadora, pela mãe jovem e idosa,
pela mãe altruísta e solidária, pela mãe lutadora e sofredora,
aquela que para os seus é sempre exemplo, sinal de ternura
e de alegria, de caminho e de luz.
Eu te agradeço, Senhor,
pela mãe que embala o filho que não é seu,
pela mãe de coração,
pela mãe humilde e prudente,
que orienta e olha para o horizonte,
procurando descobrir a certeza das decisões,
sempre disposta a ceder para o bem
e para a felicidade dos seus filhos.
Eu te agradeço, Senhor,
pela mãe triste e magoada,
que sem reservas compreende e perdoa o filho que falha,
que a desilude, que a entristece e que é rude.
Eu te agradeço, Senhor,
pela mãe que ama incondicionalmente os seus filhos,
que canaliza as suas energias para a sua família,
abnegando do seu "Eu" e que aceitou a sua missão de entrega
e dedicação ao dom da vida, à vocação maternal e à família.
Eu te agradeço, Senhor,
a mãe que já partiu e está na casa do Pai…
que criou a sua história de vida e a sua família,
que ensinou e infundiu nos seus o sentido do amor e da inteireza,
do perdão e da grandeza dos valores e do espiritual.
Protege, Senhor,
a mãe inquieta, crítica e inconformista,
a mãe que vive um tempo de desnorte,
a mãe que procura sem desanimar a solução
para os seus problemas, a mãe que sonha e acredita
numa sociedade solidária, mais justa e num futuro melhor…
Protege, Senhor,
a mãe que está sozinha, sedenta de encontros e diálogos,
a mãe que também é pai, a mãe envelhecida e cansada,
a mãe triste e abandonada que aguarda
por um nascer do sol diferente e repleto de esperança…
Protege, Senhor,
a mãe educadora, a mãe que é amada, compreendida,
respeitada e acarinhada.
Protege, Senhor,
a mãe que sente falta de outra vida, de outra frescura,
de um coração inteiro,
a mãe que ainda procura ser ela própria…
Protege, Senhor,
a mãe que chora o filho que morreu,
a mãe que sofre pelo filho que adoeceu,
a mãe que perdoa e que não esqueceu o filho
que se perdeu…
Eu te agradeço, Senhor, pela mãe que me deste!
Protege, Senhor, todas as mães do mundo.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Peregrinar
Peregrinar para mergulhar na natureza, mergulhar em mim...
Peregrinar para fazer silêncio e poder dedicar tempo ao coração...
Peregrinar para estar com Deus, O ouvir, O desafiar, O provocar...
Peregrinar para Deus estar comigo, me ouvir, me desafiar, me provocar...
Peregrinar para sair do barulho: do mundo, da casa, das coisas, das pessoas...
Peregrinar não para fugir mas para simplesmente me afastar...
Peregrinar para ser pobre, não comprar, não gastar, só viver, amar...
Peregrinar para não me pré-ocupar com nada, mesmo nada de nada...
Peregrinar para virar a cara para cima, receber o sol, o vento, a chuva sem me importar...
Peregrinar para educar o olhar, o olfacto, o tacto, o paladar, e com calma apreciar...
Peregrinar para ser como um riacho... ser simples e estar...
Peregrinar para encher o coração com todos e a todos nele levar...
Peregrinar para rezar, calar, chorar, sorrir, conversar...
Peregrinar para acolher o que vier...
Peregrinar para esvaziar para depois poder encher...
Peregrinar para ir ao meu passo - um de cada vez - sem pressas... sem me importar...
Peregrinar para ser... simplesmente ser... por um tempo, mesmo que pouco, SER!
De 4 a 6 de Maio vou peregrinar e levo-vos comigo!
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Bambu
Depois de plantada a semente do Bambu, não se vê nada por aproximadamente 5 anos, excepto um diminuto broto. Todo o crescimento é subterrâneo; uma complexa estrutura de raiz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra, está sendo construída. Então, ao final do 5º ano, o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros.
Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês. Trabalhas, investes tempo, esforço, fazes tudo o que podes para nutrir teu crescimento e, às vezes, não vês nada por semanas, meses ou anos. Mas, se tiveres paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o teu 5º ano chegará; com ele virão mudanças que jamais esperavas.
Lembra-te que é preciso muita persistência, fibra e ousadia para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita profundidade e flexibilidade para te agarrares ao chão.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
S. José, operário
«Tendo eu um dia comungado,
Sua Majestade mandou-me
que procurasse fundar um novo mosteiro em Ávila
com todas as minhas forças,
fazendo-me grandes promessas
de que o mosteiro não se deixaria de fazer,
e nele se serviria muito a Deus,
e que lhe pusesse o nome de S. José:
ele nos guardaria a uma das portas
e Nossa Senhora à outra
e Cristo andaria connosco.
Que esta casa seria uma estrela
que irradiaria de si grande resplendor
e, embora as Ordens Religiosas estivessem relaxadas,
não pensasse eu que Ele era pouco servido nelas.
Que seria do mundo se não fossem osconsagrados?»
(Santa Teresa deJesus, Vida 32, 11)
Senhor, neste dia de S. José, operário,
damos-te graças pelo trabalho que sai das nossasmãos
E pedimos pelos que o não têm.
Que Maria e José sejam os protectores
das nossas famílias e comunidades
e que Jesus, seu filho, esteja sempre no nosso meio.
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