domingo, 20 de dezembro de 2009

Afinal, sempre há lugar na estalagem



Era uma noite fria e com muito vento em Nairobi, no Quénia. Os aguaceiros de chuva tropical não paravam de cair desde a tarde. Num enorme bairro de lata perto do nosso hospital da Missão de Santa Maria, nasceu, em segredo, uma menina não desejada, que foi atirada para uma lixeira com um cheiro nauseabundo. Durante toda a noite, esta criança esteve exposta à chuva e ao frio.

Na manhã seguinte, umas pessoas do mesmo bairro descobriram-na no meio do lixo e trouxeram-na para o hospital. Vinha roxa e com a pele enrugada devido à chuva. Estava tão fria que o termómetro não conseguiu registar a sua temperatura, e a respiração era bastante fraca.
As enfermeiras do hospital conseguiram trazer esta criança de volta à vida, utilizando garrafas de água quente para a aquecerem com suavidade, oxigénio, glicose e doses ilimitadas de amor. Tiraram-lhe da boca e dos ouvidos insectos que trouxera da lixeira.

No dia seguinte, a menina começou a ser alimentada a biberão. Foi-lhe dado o nome de Hazina (que significa “Tesouro” na língua suahili) e, agora, esta robusta criança reside numa enfermaria recém-inaugurada no nosso hospital.

Agradecemos a Deus pela graça que ela representa para todos nós, enquanto Centro Católico de Prestação de Cuidados de Saúde aos Pobres.

Talvez esta criança nos tenha trazido uma mensagem de Natal sobre a qual devemos reflectir. Ao longo da nossa vida, cada um de nós deve corresponder ao amor que nos é oferecido pelos outros. Devemos também experimentar o amor vivificante de Cristo na nossa vida durante esta época especial e deixarmo-nos enriquecer interiormente por ele.

William Fryda
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1 comentário:

  1. "Talvez esta criança nos tenha trazido uma mensagem de Natal sobre a qual devemos reflectir."

    Padre Nuno,
    Olá.

    De facto é-a uma mensagem de Natal sobre a qual nos devemos deter para pensar no que significa ser Natal.... E a resposta não tarda assolará as nossas almas, os nossos corações, no mais profundo do nosso sentir de tão grande inquietude e similarmente de tão grande tranquilidade.

    Inquietude por um Querer tão forte de fazermos o bem,
    e quando o fazemos sabermos nascer sempre dentro de nós um maravilhoso sentimento...que também o é de tranquilidade.
    E aí acontece... como se algo nos tocasse tão lá dentro de nós
    e respondemos que Sim... é a isto que profundamente aspiramos sentir dando-nos.

    E muito embora sabendo-o que ao amarmos arriscamos não ser retríbuidos, que no termos esperança também arriscamos a desilusão,
    devemos correr esses riscos
    porque só correndo-os teremos e seremos.

    E seremos capazes de
    Saber
    Sentir
    Mudar
    Crescer
    Amar e Viver.

    Para Si Querido Amigo Pe. Nuno desejo-Lhe e, a Todos, os que já hoje Amigos, por Sua via fui conhecendo, às Famílias, um Natal repleto de Amor, de muita ternura, e que o seja solidário e, por sabê-lo já ser este um tempo da maior cúmplicidade para com outros nossos irmãos aí na nossa Paróquia de São Julião da Barra,
    um grande Bem Haja para todos que juntos a promovem!
    E um sentido Abraço!

    E para Todos os que por Aqui vão passando também desejo um Natal com muita Paz e Alegria!

    Dulce

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