Como as cores que uma criança atira quando pega, ao calhas, num pincel qualquer. É assim que me apetece ver saírem as palavras… e atirar-tas todas à espera que as componhas da melhor maneira, à tua maneira, desde que no fim dê uma forma qualquer de te dizer que te amo e preferia já morrer a ter que viver sem te conhecer.
Quanto mais te tornas próximo, presente, companheiro mesmo, mais te sinto meu Senhor e meu Dono e meu Mestre e meu Salvador! Porque o Amor, quando é verdadeiro, é ao mesmo tempo grandioso e humilde… ou grandiosamente pequeno, porque me amas ao meu tamanho! Porque me amas de maneira a que possa acolher e amar-te também. E até me dê à ousadia de te atirar palavras assim para que faças com elas o que quiseres…
E quero conhecer-te melhor, acima de tudo. Muito melhor… olhar-te como quem te sorve com o olhar, viver pendurado dos teus lábios como quem respira do hálito de outro e refazer-me sempre sentado aos teus pés, como discípulo.
Conhecer-te… conhecer-te… Não há outra maneira de conhecer-te senão dar-me a ti! Não há outra maneira de conhecer alguém senão assim… Dou-me a ti e vejo o que fazes comigo. O que fizeres comigo é que me revela quem és! Se amar quem és, se gostar de ti, vou querer dar-me mais… e experimento o que fazes de novo comigo, mais… se gosto, dou-me mais… e experimento… e experimento um desejo enorme de me perder em ti e nunca mais ser encontrado! Viver perdido em ti, envolvido, dando-me, recebendo-te maravilhado e recebendo-me agradecido…
Não há outra maneira de conhecer alguém…
Amo-te.
Que toscas são as palavras… Amo-te. Por isso é que o amor, quando é verdadeiro e está vivo, não deixa de inventar outras maneiras de dizer-se, porque as palavras esgotam-se num instante… E às vezes apetece só amar quem amamos, pronto, sem pensar em mais nada! Nem sequer em fazer isto ou aquilo, tirar esta ou aquela consequência, ser assim ou assado… mas gozar apenas o privilégio de poder sentir-te tão vivo e tão próximo que parece que isso basta para que o mundo se torne num instante em Reino de Deus! E não, não torna, eu sei… Mas também sei que não é o rosário das minhas preocupações que vai fazer milagres, nem o caderninho das minhas boas intenções. Acredito mais no poder da minha capacidade de me fascinar do que na eficácia dos meus bons propósitos!
Acredito profundamente que o gosto e a proclamação do Mistério de Vida que Deus fez explodir na tua Ressurreição são capazes de transformações mais poderosas que a doutrinação das nossas certezas e o rigor das nossas morais…
O essencial da vida é da ordem do fascínio, não do dever!
Mas parece que isto anda longe por estes lados… a capacidade de se espantar contigo, de fascinar-se pela Boa Notícia da tua passagem entre nós e da tua Passagem para o Pai… parece que desapareceu o gozo de fazer perguntas… todos se consolam com respostas. Que pobreza…
A tua passagem, Mestre, provocava perguntas… “Quem é este?! De onde lhe vem isto?!” Os teus primeiros também as provocavam nos que se encontravam com eles, como a Paulo ou aos que os escutavam em Jerusalém: “Quem és tu?! Quem és tu, por trás desta gente?! Irmãos, o que devemos fazer?!”
Hoje, pobres de nós, não só nos consolamos todos com respostas, como achamos que nos basta ensiná-las… Como Igreja, temos um zelo enorme em defender e ensinar as nossas respostas - ainda que já esvaziadas pelo correr do tempo e pelo sopro do Espírito que levou a história para outras bandas - mas deixámos de provocar perguntas! Mais: parece que temos medo delas…
Oh, Mestre…
Amo-te.
Outra vez a pequenez das palavras… parecem gastas, pôssa! Olha, já chegam. Amo-te muito. Pegas nestas palavras todas e dá-lhes a volta que quiseres, se quiseres. Para mim dá o mesmo, desde que no fim dêem um “amo-te” qualquer mas dito de outras maneiras que só tu entendas.
És o melhor que aconteceu na minha vida.
Quanto mais te tornas próximo, presente, companheiro mesmo, mais te sinto meu Senhor e meu Dono e meu Mestre e meu Salvador! Porque o Amor, quando é verdadeiro, é ao mesmo tempo grandioso e humilde… ou grandiosamente pequeno, porque me amas ao meu tamanho! Porque me amas de maneira a que possa acolher e amar-te também. E até me dê à ousadia de te atirar palavras assim para que faças com elas o que quiseres…
E quero conhecer-te melhor, acima de tudo. Muito melhor… olhar-te como quem te sorve com o olhar, viver pendurado dos teus lábios como quem respira do hálito de outro e refazer-me sempre sentado aos teus pés, como discípulo.
Conhecer-te… conhecer-te… Não há outra maneira de conhecer-te senão dar-me a ti! Não há outra maneira de conhecer alguém senão assim… Dou-me a ti e vejo o que fazes comigo. O que fizeres comigo é que me revela quem és! Se amar quem és, se gostar de ti, vou querer dar-me mais… e experimento o que fazes de novo comigo, mais… se gosto, dou-me mais… e experimento… e experimento um desejo enorme de me perder em ti e nunca mais ser encontrado! Viver perdido em ti, envolvido, dando-me, recebendo-te maravilhado e recebendo-me agradecido…
Não há outra maneira de conhecer alguém…
Amo-te.
Que toscas são as palavras… Amo-te. Por isso é que o amor, quando é verdadeiro e está vivo, não deixa de inventar outras maneiras de dizer-se, porque as palavras esgotam-se num instante… E às vezes apetece só amar quem amamos, pronto, sem pensar em mais nada! Nem sequer em fazer isto ou aquilo, tirar esta ou aquela consequência, ser assim ou assado… mas gozar apenas o privilégio de poder sentir-te tão vivo e tão próximo que parece que isso basta para que o mundo se torne num instante em Reino de Deus! E não, não torna, eu sei… Mas também sei que não é o rosário das minhas preocupações que vai fazer milagres, nem o caderninho das minhas boas intenções. Acredito mais no poder da minha capacidade de me fascinar do que na eficácia dos meus bons propósitos!
Acredito profundamente que o gosto e a proclamação do Mistério de Vida que Deus fez explodir na tua Ressurreição são capazes de transformações mais poderosas que a doutrinação das nossas certezas e o rigor das nossas morais…
O essencial da vida é da ordem do fascínio, não do dever!
Mas parece que isto anda longe por estes lados… a capacidade de se espantar contigo, de fascinar-se pela Boa Notícia da tua passagem entre nós e da tua Passagem para o Pai… parece que desapareceu o gozo de fazer perguntas… todos se consolam com respostas. Que pobreza…
A tua passagem, Mestre, provocava perguntas… “Quem é este?! De onde lhe vem isto?!” Os teus primeiros também as provocavam nos que se encontravam com eles, como a Paulo ou aos que os escutavam em Jerusalém: “Quem és tu?! Quem és tu, por trás desta gente?! Irmãos, o que devemos fazer?!”
Hoje, pobres de nós, não só nos consolamos todos com respostas, como achamos que nos basta ensiná-las… Como Igreja, temos um zelo enorme em defender e ensinar as nossas respostas - ainda que já esvaziadas pelo correr do tempo e pelo sopro do Espírito que levou a história para outras bandas - mas deixámos de provocar perguntas! Mais: parece que temos medo delas…
Oh, Mestre…
Amo-te.
Outra vez a pequenez das palavras… parecem gastas, pôssa! Olha, já chegam. Amo-te muito. Pegas nestas palavras todas e dá-lhes a volta que quiseres, se quiseres. Para mim dá o mesmo, desde que no fim dêem um “amo-te” qualquer mas dito de outras maneiras que só tu entendas.
És o melhor que aconteceu na minha vida.
Rui Santiago
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Palavras para quê?
ResponderEliminarSenhor, És a melhor coisa que aconteceu na minha vida! OBRIGADA!