quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A renúncia a si próprio

Resultado de imagem para cruz de palha

Lucas 9,22-25.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á». Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou arruinar-se a si próprio?».

--

São Francisco de Sales (1567-1622)
bispo de Genebra, doutor da Igreja

A renúncia a si próprio

O amor que temos a nós próprios é afetivo e efetivo. O amor efetivo é o que governa os grandes, ambiciosos de honras e riquezas, que procuram muitos bens e nunca se saciam de os adquirir; esses amam-se grandemente, com este amor efetivo. Mas há outros que se amam ainda mais, e com um amor afetivo, que são muito ternos consigo mesmos e estão constantemente a mimar-se, a cuidar de si próprios e a confortar-se; temem de tal maneira tudo o que possa incomodá-los que dá pena.

Esta ternura é ainda mais insuportável quando se aplica às coisas do espírito que quando diz respeito às coisas corpóreas; sobretudo quando - por infelicidade - é praticada ou mantida por pessoas espirituais, que gostariam de ser santas à primeira, sem que isso lhes custasse grande coisa, e não sofrem sequer os embates da parte inferior da sua alma, dada a repugnância que sentem pelas coisas contrárias à natureza.

Repugnar às nossas repugnâncias, fazer calar as nossas preferências, mortificar os nossos afetos, mortificar o juízo e renunciar à vontade própria é uma coisa que o amor efetivo e terno que temos por nós não pode permitir-se sem exclamar: Isto custa muito! E, deste modo, não fazemos nada.

É preferível carregar uma pequena cruz de palha que me puseram aos ombros sem que eu a tivesse escolhido que ir cortar uma cruz bem maior em madeira com muito trabalho, para depois a transportar com grande aparato. E serei mais agradável a Deus com a cruz de palha que com aquela que eu próprio fabriquei com mais trabalho e suor, e que carregaria com maior satisfação, por causa do amor próprio, que se compraz tanto com as suas invenções e a quem agrada tão pouco deixar-se, muito simplesmente, conduzir e governar.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Quatro horas por dia

A imagem pode conter: Ricardo Rodrigues, chapéu e closeup

Um jornalista perguntou ao Dalai Lama quanto tempo uma pessoa empenhada no trabalho de escritório ou de oficina deveria passar, diariamente, em oração. Ele pensou um pouco antes de responder, depois ergueu o olhar para o seu interlocutor, e serenamente, mas com firmeza, respondeu: «Penso que quatro horas por dia podem bastar!».

Leio este aparenta “florinha”, que no entanto é declarada verdadeira, num conhecido semanário norte-americano. Poder-se-ia desde logo objetar que o Dalai Lama, como oriental que é, não conhece a complexidade da vida contemporânea ocidental, as horas de trabalho requeridas, a multiplicação dos deveres e dos compromissos.

Em tudo isto há verdade: os nossos ritmos existenciais são diferentes dos de um indiano ou de um tibetano. Mas atenção para não exagerar nesta desmitificação, porque temos a prova provadas das palavras deste homem sábio, devoto e justo numa outra figura que, apesar de trabalhar na Índia, era cristã e ocidental, Santa Teresa de Calcutá.

Cada dia passava horas em oração, e no entanto fez pelos últimos da Terra muito mais do que inteiras organizações filantrópicas ou frenéticos ativistas sociais. Experimentemos, então, refletir com seriedade naquelas quatro horas, que, à primeira vista, nos parecem um gracejo.

Todos aqueles que testemunharam de maneira eficaz e operosa o amor, a doação de si e a sua fé, criando estruturas que duraram até aos nossos dias (pensemos, por exemplo, em S. João de Deus ou em S. João Bosco), dedicaram vastos espaços a Deus nos seus dias. E nós acreditamos que fazemos muito ao retalhar uns poucos minutos de manhã ou à noite para uma veloz oraçãozinha?

P. (Card.) Gianfranco Ravasi
In Avvenire

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Senhor,ensina-me a procurar-Te


Imagem relacionada

Senhor,ensina-me a procurar-Te
e a mostrar-Te a mim que Te procuro.
Eu não posso procurar-Te se Tu não me ensinas,
nem encontrar-Te se Tu não Te mostras.

Que eu procure desejando-Te,
que Te deseje, procurando-Te,
que Te encontre. amando-Te,
e que Te ame, encontrando-Te.

Santo Anselmo

Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...