segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Ficarei, em silêncio



Ficarei, em silêncio
todo o tempo que for necessário,
esperando uma palavra
vinda de Ti.

Então, somente
pronunciarei o teu Nome.

Não terei opinião sobre Ti
enquanto a Tua Luz
não encandear o meu espírito.

Então, somente
falarei de Ti.
Antes de trabalhar a terra,
antes de abrir os braços,
deixaremos o fogo do teu amor
gravar a sua lei nas palmas das nossas mãos.

Então, somente
mudaremos o mundo
abraçar-nos-emos
e bateremos palmas para Ti.
Assim seja

Stany Simon, SJ

domingo, 18 de setembro de 2016

"Era estrangeiro e acolhestes-me" (Mt 25,35)

«Tragicamente, no mundo há hoje mais de 65 milhões de pessoas que foram obrigadas a abandonar os seus locais de residência. Este número sem precedentes vai além de toda a imaginação. (...)
Se formos além da mera estatística, descobriremos que os refugiados são mulheres e homens, rapazes e raparigas que não são diferentes dos membros das nossas famílias e dos nossos amigos. Cada um deles tem um nome, um rosto e uma história, como o inalienável direito de viver em paz e de aspirar a um futuro melhor para os seus filhos. (...)
Encorajo-vos (...) a dar as boas-vindas aos refugiados nas vossas casas e comunidades, de maneira que a sua primeira experiência da Europa não seja a traumática de dormir ao frio nas estradas, mas a de um acolhimento quente e humano.
Recordai-vos que a autêntica hospitalidade é um profundo valor evangélico, que alimenta o amor e é a nossa maior segurança contra os odiosos atos de terrorismo. (...) Vós sois olhos, boca, mãos e coração de Deus neste mundo. (...)
Recordai-vos igualmente das palavras de Jesus: "Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era estrangeiro e acolhestes-me". Levai estas palavras e os gestos convosco, hoje. Que possam servir de encorajamento e de consolação.»
Papa Francisco
17.9.2016

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Cumpre o que prometes




As palavras não são vento que sai de nós. Com elas se diz a verdade, através delas se constroem realidades, mas é também com o seu poder que se criam mentiras – buracos onde se quer que os outros caiam.

Uma promessa que cumpro é uma garantia que dou aos outros – e a mim mesmo – de que a confiança em mim depositada não se perde, frutifica. Uma mentira – ou uma simples promessa vã – faz o contrário, corrói os pilares do que sou, destrói-me... quando minto, sou eu próprio que assumo que não mereço a verdade, que não sou digno nem da minha própria confiança. Eis porque é quase irrelevante que uma determinada mentira seja descoberta pelos outros: quando alguém mente, sabe que mente. Quer mentir. Não quer verdade. Não quer ser autêntico.

Julgar que as próprias palavras são passageiras é desprezar-se. Reconhecer um erro é bom, tentar desculpar-se, alegando que todos cometemos erros, já é um artifício para a irresponsabilidade... até porque é possível que a maior parte dos outros não cometa os mesmos erros que nós.

É essencial ter presente que o eco da palavra dada com honra ficará para sempre no coração daquele a quem se destina, mas marcará ainda mais o chão da alma de quem decidiu proferi-la.

Quem quer ser melhor, levanta-se cedo. Não quer sonhar com mundos fáceis e impossíveis. Quer viver o melhor de todos os possíveis, por mais difícil que seja.

Importa cuidar bem do silêncio em que embrulhamos as nossas palavras. Ele diz sempre mais do que as próprias palavras. Pode ser sinal de presença ou de ausência. A verdade ou mais uma mentira. O bem ou um mal. O silêncio pode ser uma armadura que protege ou uma espada que mata...

Prometer a alguém o nosso bom silêncio será um dos mais belos gestos que podemos realizar, não a promessa em si, mas o que fizermos para a cumprir.

Um dos desígnios mais altos da existência será o de fazer da própria vida uma certeza de bem.


José Luís Nunes Martins, 
(ilustração de Carlos Ribeiro)

Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...