segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Andar no Espírito



Houve tempos em que só pensava com o umbigo. O meu ego traçava o caminho. O mundo reduzia-se aos meus interesses. Vivia absorvido pelo que me atraía e ponto final. Somente importava o cumprimento dos meus desejos. Fazia o que me dava na cabeça e achava que ninguém tinha nada a ver com isso. Pendia para as coisas da carne, desagradando profundamente a Deus. A inimizade com Ele era real e eu teimava em brincar com o fogo. Estava morto no meu pecado e fingia não dar conta.

Abençoado momento em que Jesus me despertou.

Daí em diante passei a agir segundo o Espírito. Sendo habitado por Ele mudei de agenda. Optei por submeter cada escolha à Sua aprovação. A minha mente é, desde então, território de Cristo. A Sua vontade é lei para mim. Tento agir segundo o Seu raciocínio. Foco-me n’Ele e procuro imitá-Lo a toda a hora. Sim, é fantástico experimentar no quotidiano que “a inclinação do Espírito é vida e paz”.

Jónatas Figueiredo

sábado, 28 de setembro de 2013

Sou cristão cultural ou vou até à cruz?



Sou cristão cultural e do bem-estar, ou sou cristão que vai até à cruz?, questiona papa Francisco

O papa Francisco afirmou esta sexta-feira no Vaticano que a prova para cada pessoa saber se se é cristão está na capacidade de «suportar as humilhações com alegria e paciência».

Referindo-se ao apóstolo Pedro, que não queria acreditar que Jesus fosse humilhado e morto, o papa afirmou que a mesma atitude ocorre entre os católicos quando estão dispostos apenas a seguir Cristo «até um certo ponto».

«É esta a tentação do bem-estar espiritual: Temos tudo: temos a igreja, temos Jesus Cristo, os sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um belo trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. (…) Mas não basta o bem-estar espiritual até certo ponto», sublinhou Francisco na homilia da missa a que presidiu, refere a Rádio Vaticano.

«Como aquele jovem que era rico: queria andar com Jesus, mas até um certo ponto. Falta esta última unção do cristão, para ser cristão verdadeiro: a unção da cruz, a unção da humilhação», apontou.

«Esta é a pedra angular, a verificação da nossa realidade cristã: sou um cristão de cultura e de bem-estar? Sou um cristão que acompanha o Senhor até à cruz? O sinal é a capacidade de suportar as humilhações».

Todos querem ressuscitar, mas «nem todos» tencionam alcançar esse objectivo pelo caminho da cruz, pelo que, ao lamentarem-se das afrontas que sofrem, comportam-se de maneira oposta ao que Cristo fez e pede para imitar, assinalou.

«A verificação de se um cristão é um cristão verdadeiro é sua capacidade de suportar com alegria e com paciência as humilhações; e como isto é algo que não agrada…», disse.

Francisco sintetizou as suas palavras apontando para uma «escolha» pessoal: ou ser-se «cristão do bem-estar» ou «cristão próximo de Jesus, pela estrada de Jesus».



Rui Jorge Martins

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Minha alma flutua numa nuvem de alegria



Hoje não é nenhum dia especial mas a minha alma flutua numa nuvem de alegria.

O meu coração transborda de amor por todos aqueles que o Senhor põe no meu caminho e que escolhem permanecer nele para comigo andar nesta montanha-russa que é a vida.

Dos meus olhos brotam lágrimas de gratidão por esse amor que derramam sobre mim apesar de todos os meus defeitos.

Dos meus lábios soltam-se palavras de cumplicidade embaladas na doce melodia da amizade, esta mistura apaixonada e contraditória, esta aventura conseguida e ainda assim, inacabada, esta pulsão de nervos e de alma, de opacidade e vislumbre.

Já deitada e antes de adormecer, abraço esse maravilhoso encontro, testemunhado por Deus, de almas que se elevam...

Raquel Dias

quinta-feira, 26 de setembro de 2013




A propósito dos aniversários de tomada de posse nas minhas duas paróquias, alguém dizia-me que ser sacerdote é ser como uma mãe...

"Mas pensa que uma mãe seja pobre ou rica se dedica inteiramente aos filhos e muitas das vezes eles crescem e nem se quer a visitam. Mas ela, por mais que o seu sacrifício ao longo da vida não seja reconhecido, vai continuar  amando-os"

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Pensais que sou o Tarzan




O Papa concluiu a viagem à Sardenha, onde se deslocou este domingo, encontrando a «melhor juventude», que transformou num banho de multidão cada etapa da sua viagem à ilha italiana.

Excertos da intervenção:

«Jesus faz-se próximo das nossas fraquezas, da nossa fragilidade, dos nossos pecados, para os transformar.»

«Nunca cesseis de voltar ao jogo, como bons desportistas que sabem enfrentar a fadiga do treino para alcançar resultados: a dificuldade não deve assustar-nos, mas impulsionar-nos a avançar mais.»

A fé em Cristo conduz a uma certeza «fundada não só nas nossas qualidades e aptidões, mas na Palavra de Deus». E isto «sem fazer demasiados cálculos humanos e sem vos preocupardes a verificar se a realidade que vos rodeia coincide com as vossas seguranças.»

«Não vendais a vossa juventude aos mercadores da morte, vós compreendeis-me.»

«Sois chamados a tornar-vos pescadores de homens; não hesiteis a gastar a vossa vida a testemunhar com alegria o Evangelho, especialmente aos vossos contemporâneos: o vosso contributo é indispensável para a missão da Igreja, que é a evangelização, os jovens apóstolos dos jovens.»

«Dizei a todos com a vossa vida, com a vossa alegria, que Jesus e a sua mensagem são sempre atuais. (...) Tende também a coragem de ir contracorrente.»

«Tantos anos após ter ouvido a vocação junto do Senhor, não me arrependo; não porque me sinto forte - mas pensais que sou o Tarzan? Não, sinto-me forte porque nos momentos mais escuros, no pecado, na fragilidade, eu olho Jesus e ele nunca me deixou só; confiai nele, que nunca vos desiludireis.»

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Que fizemos nós da alegria?



Mas o que é a alegria? A alegria é expansão pessoalíssima e profunda. Não há duas alegrias iguais, como não há duas lágrimas ou dois prantos iguais. A alegria é uma gramática singular. Por um lado, tem uma expressão física, mas, por outro, conserva uma natureza evidentemente espiritual. Não se reduz a uma forma de bem-estar ou a um conforto emocional, embora se possa traduzir também dessas maneiras.  A alegria é uma revelação da vida profunda. É  abrir uma porta, um caminho, um corredor para a passagem do Espírito.

No espaço teológico e eclesial, infelizmente, a alegria tornou-se um motivo tratado com alguma parcimónia. Falamos pouco do Evangelho da Alegria e, entre tudo aquilo que assumimos como dever, como tarefa, raramente ele está. O dever da alegria, estarmos quotidianamente hipotecados à alegria, enviados em nome da alegria, não nos é tantas vezes recordado quanto devia. As nossas liturgias, pregações, catequeses e pastorais abordam a alegria quase com pudor.

Isto para dizer que a alegria tornou-se um tópico mais ou menos marginal, uma espécie de subtema e, por vezes, até uma espécie de interdito. Nietzsche dizia que o cristianismo seria mais credível se os cristãos parecessem alegres. Que fizemos nós do Evangelho da Alegria?

Definimo-nos culturalmente como homo faber,  homem artesão,  fabricante, aquele que se realiza na própria ação. E distanciamos da nossa própria vida o horizonte do homo festivus, isto é, o que é capaz de celebrar, aquele que conduz a criação à sua plenitude.

A alegria nasce do acolhimento. Nasce quando aceitamos construir a vida numa cultura de hospitalidade. Há um filme de Ingmar Bergman em que uma personagem é uma rapariga anoréxica - e sabemos como a anorexia é uma forma de desistir da própria vida, de desinvestir afetivamente. A rapariga vai falar com um médico e ele diz-lhe isto, que também vale para todos nós: “Olha há só um remédio para ti, só vejo um caminho: em cada dia deixa-te tocar por alguém ou por alguma coisa”. A alegria é esta hospitalidade.

José Tolentino Mendonça

domingo, 22 de setembro de 2013

O esplendor do outono

Foto

«Exultai, filhos de Sião,
alegrai-vos no Senhor, vosso Deus,
porque Ele há-de mandar-vos
as chuvas do Outono no devido tempo
e fará cair sobre vós chuvas copiosas,
as chuvas do outono e da primavera,
como no princípio.
As eiras se encherão de trigo,
e os lagares transbordarão de vinho e azeite.» (Joel 2, 23-24)

«O outono é hoje de outro mundo. Imprime
uma luz que diríamos abstrata.
Do que subtrai é que ilumina. O timbre
é de um desfasamento que consagra
a cesura, que entrega o imprevisível
sem o vínculo algébrico das tábuas.» (Fernando Echevarría)

O equinócio do outono de 2013 ocorre este domingo, 22 de setembro, às 21h44. A estação prolonga-se até 21 de dezembro, às 17h11.

O equinócio é o instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, corta o equador celeste. A palavra de origem latina significa "noite igual ao dia", pois nestas datas dia e noite têm igual duração.

in http://www.snpcultura.org/o_esplendor_do_outono.html

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Bom dia começa com alegria!



Esta foi das primeiras músicas da Igreja que aprendi, era ainda bem pequeno. Surpreenderam-me ontem quando me vieram este video com a música. E porque é recordar é viver, partilho convosco parte da minha infância.

domingo, 15 de setembro de 2013

Uma história de arrepiar



Uma empresa de telecomunicações da Tailândia decidiu criar este anúncio que acaba por ser na verdade uma história de arrepiar. A publicidade passa várias mensagens, mas a mais forte é sem dúvida que se respeitarmos tudo e todos, se estivermos disponíveis para ajudar o próximo, mais tarde ou mais somos recompensados, mesmo sem estarmos à espera.

sábado, 14 de setembro de 2013

Caminha em frente!



"Quando caminhares através da tempestade
mantém a cabeça erguida
e não tenhas medo do escuro.
No fim da tempestade existe um céu dourado
e o doce canto de uma cotovia.
Caminha através do vento,
caminha através da chuva.
Mesmo que os teus sonhos sejam esmagados...
Caminha! Caminha em frente!
Com esperança em teu coração:
 Tu nunca caminharás sozinho!"



(Tradução do Hino do Liverpool Football Club, da Liga Inglesa de Futebol)

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Conheço barcos



 
"Conheço barcos que ficam no porto
com medo de que as correntes os arrastem violentamente.
Conheço barcos que enferrujam no porto
para não arriscarem nunca uma vela ao largo.

Conheço barcos que se esquecem de zarpar.
Têm medo do mar por estarem a envelhecer;
E as vagas nunca os separaram.
A sua viagem terminou antes de começar.

Conheço barcos tão amarrados
que desaprenderam de se olhar.
Conheço barcos que ficam a marulhar
para estarem realmente seguros de jamais se deixar.

Conheço barcos que vão, aos pares,
afrontar o temporal quando o furacão está sobre eles.
Conheço barcos que se arranham um pouco
nas rotas oceânicas aonde os levam os seus manejos.

Conheço barcos que regressam ao porto,
todos amassados, mas mais dignos e mais fortes.
Conheço barcos estranhamente iguais
quando partilharam anos e anos de sol.

Conheço barcos que transbordam de amor
quando navegaram até ao seu último dia,
sem nunca recolher suas asas de gigantes,
porque têm o coração à medida do oceano."

(Marie-Annick Rétif)

domingo, 8 de setembro de 2013

Mulher da escuta, da decisão e da ação


“Maria, mulher da escuta,
abri os nossos ouvidos;
fazei com que saibamos ouvir a Palavra do vosso Filho Jesus
entre as tantas palavras deste mundo;
fazei que saibamos perceber a realidade em que vivemos;
ouvir as pessoas que encontramos,
especialmente as mais pobres, necessitadas, em dificuldade.

Maria, mulher da decisão,
iluminai as nossas mentes e os nossos corações,
para que saibamos obedecer a Palavra do vosso Filho Jesus,
sem hesitação;
dai-nos a coragem de decidir,
de não nos deixar arrastar
pelos que tentam orientar a nossa vida.

Maria, mulher da ação,
fazei que as nossas mãos e os nossos pés
se movam “depressa” em direção aos outros,
para que possamos levar-lhes a caridade
e o amor do vosso Filho Jesus;
para levarmos, como vós, ao mundo
a luz do Evangelho.
Amém”.


(Papa Francisco)

sábado, 7 de setembro de 2013

Jejum e oração pela Síria


Para hoje, 7 de Setembro de 2013, o Papa Francisco convocou um dia de jejum e de oração pela paz na Síria e no mundo inteiro. Esta iniciativa pontifícia tem uma abrangência ecuménica, porque todos os crentes e homens de boa vontade estão convidados a unirem-se a esta jornada pela paz mundial.

Na iminência de uma intervenção militar no Oriente Médio, não podia ser mais oportuna esta convocação. É óbvia a necessidade de recorrer, com urgência, a todos os mecanismos políticos e militares susceptíveis de impedir a guerra, quer junto das grandes superpotências mundiais, quer também no âmbito das principais instituições internacionais, como a ONU, a NATO, etc. Mas, talvez não seja tão transparente a eficácia dos meios agora mobilizados pelo Santo Padre a favor da paz.

"Si vis pacem, para bellum", diziam os antigos. Isto é: se queres a paz, prepara-te para a guerra. Outra é, contudo, a lógica cristã: se queres a paz, reza e jejua. Estes meios podem parecer muito sobrenaturais, mas são também, por estranho que pareça, muito humanos. De facto, ante uma injustiça, qualquer cidadão tende a manifestar-se junto do poder, que é o que fazem os cristãos, quando rezam ao Senhor dos exércitos. Para reforçar as suas pretensões, algumas pessoas, mesmo não sendo crentes, fazem greve da fome, que outra coisa não é do que a versão laica do jejum cristão.

Estas são as principais armas do exército do Papa, que Estaline desdenhou, mas que pôs termo, sem um tiro sequer, a mais de setenta anos de impiedoso imperialismo soviético. Já não é preciso ter fé para crer no poder da oração e do jejum, basta ter alguma memória histórica.

Bem-aventurados sejam os que promovem a paz!

Gonçalo Portocarrero de Almada
www.ionline.pt/iOpiniao/jejum

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Guiness



Ao início não se percebe muito bem o que vai sair dali. Um grupo de desportistas com deficiência motora joga basquetebol de forma bem competitiva. No final, percebe-se tudo. Todos diferentes, todos iguais. Do melhor que vimos este ano.

É certo que é um anúncio, mas mostra bem o valor da amizade!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A sabedoria



Além de indicar “saber”, a palavra sabedoria sugere também o termo “sabor”. Podemos, com isto, entender sabedoria de duas formas: uma ligada mais às coisas do mundo, com as exigências próprias de influência da cultura moderna, e sabedoria conforme as propostas do Reino de Deus, contidas nos livros da Sagrada Escritura.

É preciso ter sabor pelo saber. Aliás, estamos no mundo do conhecimento onde vemos que, quase sempre avança e vence, quem sabe mais. A sabedoria é um dom, mas também fruto de esforço pessoal. “Ninguém nasce sabendo”, mas tem que fazer um caminho de conquista, de muito estudo, de ir ao encontro do saber com sabor.

O Rei Salomão pede sabedoria para governar bem o seu povo. Por isto tinha fama de sábio, julgava com prudência, discernimento e ponderação (I Rs 3,9). Mas não basta apenas esforço de inteligência para conseguir sabedoria. Salomão entendeu isto e pediu a Deus justamente sabedoria. Pode ser que esta atitude esteja faltando em muitas pessoas dos novos tempos.

Na visão bíblica, é chamado de sábio quem for capaz de renunciar e ser desapegado do que é do mundo. Significa colocar as coisas nos seus devidos lugares, valorizando o que nos leva ao encontro com Deus. São atitudes que, aos olhos do mundo, parecem ser de loucura. Pensando bem, no mundo muita coisa não passa de simples vaidade.

Temos que investir naquilo que traz segurança e não é passageiro. Certos acúmulos desnecessários causam vida vazia e falta de compromisso com o bem comum. Isto pode ser causa de frustração eterna. Não podemos perder o “bom senso”, tendo medo de investir tudo no que julga ser o sentido último da vida e saltar com coragem.

Muitas formas de agir levam a pessoa à escravidão. Provocar isto é não ter sabedoria e viver na submissão. Ser sábio é ser capaz de derrubar estruturas injustas e prejudiciais ao bem viver das pessoas. É olhar para frente na conquista de novos tempos com otimismo, vibração e de construção de uma sociedade mais humana.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...