segunda-feira, 27 de julho de 2009

A assinatura de Deus



Hoje trago-vos um video fantástico que fala da marca do Supremo Designer na sua divina criação. A sequência Fibonacci, que se faz presente tanto no micro como no macro cosmos, é a assinatura de Deus na sua obra.

domingo, 26 de julho de 2009



Podemos pensar que entre os verbos “comer” e “orar” seria o segundo o mais frequente na Bíblia. Pois estamos enganados; o verbo “comer” é um dos que aparece mais frequentemente na Bíblia (mais de mil vezes!), enquanto que “orar” aparece apenas uma centena de vezes. Esta será certamen­te uma constatação surpreendente para quem julga que a religião só se deve interessar pelo espírito. Pelo contrário, a Escritura diz-nos que a fome do pobre é um problema que tem muito a ver com a opção de fé.

A grande preocupação de um pai e de uma mãe é sempre se os seus filhos se andam a alimentar bem. Não é o que, quase sempre, a vossa mãe (como a minha) acaba por perguntar? E se a Bíblia fala logo no início de uma refeição de Adão e Eva que “deu para o torto”, passa o resto das páginas a mostrar como as refeições são momentos de festa e de encontro, de partilha e de compromisso, entre as pessoas e com o próprio Deus, até culminar na mesa da Ceia da Páscoa de Jesus prolongada em todas as missas do mundo.

Jesus escandaliza-se com a fome corporal das multidões. Procura saciar primeiro essa fome. E aponta-nos um caminho: não adianta pregar a estômagos vazios; se o evangelho não muda o modo de nos relacionarmos com os bens em ordem à partilha e ao desenvolvimento, não é “Boa nova”; se o encontro com Jesus não implica preocupação por quem tem fome ou sede (de pão, de água, e de tantos outros “pães” e “águas” que têm nome de presença e de amor), é preciso ver que “Jesus” é esse!
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sábado, 25 de julho de 2009

Pedir sinais e palavras de amor



Já reparaste que só dizemos “Ama-me!” ou “Diz-me que gostas de mim!” a alguém por quem já nos sabemos muito amados? Ninguém “pede” Amor a ninguém para "tirar dúvidas", mas para saborear o que tem como certo. Porque o Amor não se pede… acolhe-se.

“Pedir” sinais e palavras de Amor é uma maneira apenas de reconhecer que esse Amor existe, é verdadeiro, não é estático, ainda não se esgotou, e é importante para nós.

…existe… é verdadeiro… não é estático… ainda não se esgotou… é importante para nós…

Assim é o Reino de Deus. Esse Reino que com Jesus aprendemos a anunciar próximo, ao alcance, chegado… e também com ele aprendemos a pedir sempre: “Pai Nosso, venha a nós o Teu Reino…”

“Pedir” o Reino, clamar por ele, é uma maneira de reconhecermos na Fé que o Reino de Deus existe, é verdadeiro, não é estático, ainda não se esgotou e é importante para nós! É a mesma lógica do Amor…

E talvez seja mesmo essa a melhor maneira de falar do Reino, como o Dinamismo do Amor de Deus a acontecer na nossa história, Amor que gera Aliança e nos dá a certeza disto: “Quando te digo que te amo, estou a assegurar-te que nunca morrerás!”

Rui Santiago
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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Solidão



Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer amor... isso é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... isso é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... isso é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... isso é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado..... isso é circunstância.
Solidão é muito mais do que isso.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...

Francisco Buarque de Holanda
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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Confundido



Gostaria de partilhar convosco o texto que foi lido na acção de graças da Eucaristia do 13º aniversário da minha ordenação sacerdotal:


Sinto-me confundido, Senhor:
Por ser pecador e perdoar,
Ser fraco e ajudar,
Ser miséria e espalhar felicidade;

Por ter dúvidas e ensinar certezas,
Ter tentações e santificar,
Viver numa encruzilhada e encaminhar;

Por ter chagas e curar,
Ter lágrimas amargas e consolar,
Ter espinhos e espalhar suavidade;

Por sentir contradições e ensinar a verdade,
Sentir a carne e defender o espírito,
Viver a solidão e congregar à minha volta...

Por tudo isto, minha alma vos louva, Senhor!
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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cumprimento do dever



“Nunca se intrometa naquilo que não lhe é mandado, nem teime em coisa alguma, mesmo que tenha razão. E no que lhe for mandado, se lhe derem o pé, como se diz, não queira também a mão. É nisto que alguns se enganam, porque, não prestando a devida atenção, julgam ter de fazer aquilo que nada os obriga “

“Ainda que as coisas da sua obrigação e ofício se venham a tornar difíceis e desagradáveis, não desanime, porque não há-de ser sempre assim. Deus que prova a alma no cumprimento dos seus deveres, (sal 93, 20 ) depressa lhe dará o bem e a recompensa"

São João da Cruz
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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Oh como é grande o padre!


Estamos a viver o Ano Sacerdotal, convocado pelo Papa Bento XVI, para assinalar os 150 anos da morte do Santo Cura d’Ars. Este ano jubilar convida-nos a olhar para um pobre camponês, que se tornou um pároco humilde, consagrado ao seu serviço pastoral, num pequeno povoado da Diocese de Lyon, em pleno século XIX, um século desesperado e tão dilacerado pelos ares da revolução francesa.

Deixemos o Santo Cura d’Ars falar-nos sobre o sacerdócio. Dizia ele:

«Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina».

Ele falava então do sacerdócio, como se não conseguisse alcançar plenamente a grandeza do dom e da tarefa, confiados a uma criatura humana:

«Oh como é grande o padre! (…) Ele próprio não se entenderá bem a si mesmo, senão no céu».

Estas afirmações revelam a sublime consideração, em que ele tinha o sacramento do sacerdócio. Tinha uma sensação de responsabilidade, sem fim, quando exclama:

«Se compreendêssemos bem o que um padre é sobre a terra, morreríamos: não de susto, mas de amor”.
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quarta-feira, 15 de julho de 2009



Hoje é dia de São Boaventura, doutor da Igreja, um santo de enorme sabedoria e profunda humildade. E gostava de o mencionar aqui no blog.

Um dia, Frei Egídio na sua simplicidade indagou ao Frei Boaventura como poderia salvar-se, se desconhecia a ciência teológica. Ele respondeu-lhe: "Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-lo, isso basta... Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais do que um professor de teologia."

Foi ele quem escreveu:

"Não basta a leitura sem a unção,
não basta a especulação sem a devoção,
não basta a pesquisa sem maravilhar-se;
não basta a circuspecção sem o júbilo,
o trabalho sem a piedade,
a ciência sem a caridade,
a inteligência sem a humanidade,
o estudo sem a graça."
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terça-feira, 14 de julho de 2009

Fly Like A Bird



Não resisti à tentação de vos trazer mais um video da Mariah Carey, desta vez uma das suas melhores actuações de sempre, nos Grammy's de 2006. Além de ser muitíssimo bem interpretado, tem um coro gospel de suporte simplesmente fenomenal. Como se não bastasse, a mensagem da música é simplesmente uma ORAÇÃO onde se pede a Deus para acabar com o sofrimento e que me faz sentir livre para voar como um pássaro.

Trust him.

Somehow I know that
There's a place up above
With no more hurt and struggling
Free of all atrocities and suffering
Because I feel the unconditional love
From one who cares enough for me
To erase all my burdens
And let me be free to

[chorus]
Fly like a bird
Take to the sky
I need you now Lord
Carry me high
Don't let the world break me tonight
I need the strength of you by my side
Sometimes this life can be so cold
I pray you'll come and carry me home

Can we recover
Will the world ever be
A place of peace and harmony
With no war and with no brutality
If we loved each other
We would find victory
But in this harsh reality
Sometimes I'm so despondent
That I feel the need to

[chorus]
Fly like a bird
Take to the sky
I need You now Lord
Carry me high
Don't let the world break me tonight
I need the strength of You by my side
Sometimes this life can be so cold
I pray You'll come and carry me home

Da da da da da da
da da da da da da da da dooo

[Priest]
He says he will never forsake you
Or leave you alone
Trust him

[Chior enters]
I need You right here right now Lord
I need You right here by my side
(Keep your head up)
Keep your head to the sky
With God's love you'll survive
(With Gods love you'll survive)

Fly like a bird
Take to the sky
I need you now Lord (I need you now oh Lord)
Carry me high
Don't let the world break me tonight (Please, don't You let the world, the world, the world break me tonight, tonight, tonight)
I need the strength of You by my side
(I pray, You're gonna take me home)

(carry me high)
Fly like a bird
Take to the sky
I need you now Lord (I need, I need You now)
Carry me high (Carry my higher Lord, 'cause I need the strength of you to survive)
Don't let the world break me tonight
I need the strength of You by my side
Sometimes this life can be so cold ( Life can be so cold)
I pray You'll come and carry me home (Oh carry me home, oh carry me home)
Carry me higher, higher, higher (high *in 8va ad lib,I need You to come and carry me high Lord, carry me higher Lord, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah )
[In the back {Carry me higher, higher, higher
Carry me higher, higher, higher
Carry me higher, higher, higher
Carry me higher, higher, higher
Carry me higher, higher, higher}]
Carry me home (yoooooooou oh higher Jesus *in 8va ad lib)
Carry me higher Lord
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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Através das tempestades




Trago-vos hoje esta belíssima música da Mariah Carey, "Through The Rain", para servir como bálsamo para este dia. Lembra-te que, por maiores que sejam as contrariedades e os desgastes de cada dia, podes sempre permanecer de pé... e teres a certeza que serás suficientemente forte para avançar através da chuva da vida até alcançares a tua própria felicidade.

When you get caught in the rain
With noware to run
When you’re distraught
And in pain without anyone and you feel so far away

That you just can't find your way home
You can get there alone
It's okay
What you say is

I can make it through the rain
I can stand up once again
On my own and I know
That I’m strong enough to mend
And every time I feel afraid
I hold tighter to my faith
And I live one more day
And I make it through the rain

And if you keep falling down
Don’t you dare give in
You will arise safe and sound
So keep pressing on steadfastly
And you’ll find what you need to prevail
What you say is

I can make it through the rain
I can stand up once again
On my own and I know
That I’m strong enough to mend
And every time I feel afraid
I hold tighter to my faith
And I live one more day
And I make it through the rain

And when the wind blows
As shadows grow close
Don’t be afraid
There’s nothing you can’t face
And should they tell you
You’ll never pull through
Don’t hesitate
Stand tall and say I

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domingo, 12 de julho de 2009

E nunca falta...



No evangelho Cristo nos apresenta duas facetas diversas, mas muito unidas entre si: em primeiro lugar nos demonstra sua predileção pelos pobres, doentes, desamparados, oprimidos, e para cada um deles tem uma resposta de cura.

Por outro lado, Jesus se compadece da multidão que o segue deixando tudo sem se preocupar com seu mínimo sustento. Por eles e para eles realiza o milagre da multiplicação dos pães, para satisfazer suas necessidades mais urgentes.

Ao longo da história, Jesus tem multiplicado e continua multiplicando o pão e todos os alimentos.

Basta ver como nos lares mais humildes de nossas periferias se divide a mesa com o mais necessitado, e “nunca falta”. Esse é um milagre que diariamente Jesus faz com todas aquelas pessoas que arriscam tudo e se entregam, confiantes n'Ele.
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sábado, 11 de julho de 2009

Um dom imenso



Quem quase toda a vida viveu, como eu, “empadralhado”, isto é, rodeado de Padres poderá ter uma grande dificuldade em reconhecer o dom imenso que eles representam.

A dois meses e meio, mais ou menos, de nascido, a 9 de Janeiro de 1954, fui banhado nas vivificantes águas Baptismais, por um deles, na Capela de casa dos meus avós, na Paróquia do Santíssimo Sacramento, no Porto. Na meninice, antes da escola, habituei-me não só a ir à Missa Dominical, mas também a ver como visitas habituais em casa de meus pais e avós, de ambos os lados, sacerdotes que lá almoçavam ou jantavam. Depois, frequentei durante 10 anos o colégio de S. João de Brito, dos Padres Jesuítas. Esta convivência quotidiana fez de mim, por assim dizer, um católico mimado que se sentia no meio deles com o mesmo à vontade que com a família mais chegada. Tiveram por isso, com uma paciência de Job, de aturar as minhas birras, desleixos, más-criações, rebeldias, arrogâncias e presunções. Olhando para trás e considerando as malandrices e demais idiotias que fazia com uma frequência e uma intensidade inusitadas não posso deixar de me pasmar quer com a minha crueldade quer com a benevolência sacerdotal. Levei, é verdade, algumas reguadas, carolos, puxões de orelha e tabefes, embora não tantos como precisava, mas o que eu merecia era ser “exterminado”, corrido a pontapés, expulso como ingrato, lançado ao lixo como escória imunda. Mas quê! Logo me perdoavam, absolviam, davam-me a Comunhão e faziam-me grande festa.

Fiz coisas ignóbeis, infames, sem qualificativo gramatical que as nomeie adequadamente. E, não obstante, considerava os Padres, na minha soberba canalha, uns seres cinzentos, algo desprezíveis, coisa a evitar e de todo indesejável.

Com a saída do S. João de Brito aquela decadência católica em que me enfronhara foi-se transformando numa tentativa persistente e determinada de desconstruir tudo o que me tinha sido dado e ensinado. Fazer e praticar exactamente o contrário da Lei de Deus. Ler Freud, Karl Abraham, Marcuse, W. Reich e A. Kinsey, entre outros, só podia agravar, como o fez, a situação. Um livro sobre Magia (não ilusionismo) que encontrei numas férias virou-me para o ocultismo. Chegado a Lisboa, vendi a Honda 90 e com o dinheiro adquirido comprei tudo o que encontrei sobre espiritismo, quiromancia, horóscopos, yoga, alquimia, parapsicologia, etc. Mergulhado nessas fantasias organizei sessões de espiritismo e ocultismo, e tive contactos com várias correntes do yoga, como a meditação transcendental, para dar só um exemplo, com os Meninos de Deus, com a Unificação, com budistas e hinduístas. A verdade, a resposta às minhas ânsias, à minha procura, não podia estar naquilo que eu conhecia de ginjeira e desdenhara – “a galinha da vizinha é melhor que a minha”. E assim de ilusão em ilusão fui-me arrastando até à desilusão final.
Depois veio a descoberta da Bíblia, a propósito de um filme que então apareceu, e a sua leitura diária com um pequeno grupo, entre cheiros de incenso – resquício das experiências anteriores -, e também em casa sozinho, com uma garrafa de aguardente “fim de século” de um lado e o maço de tabaco “português suave”, sem filtro, acompanhando a meditação até às quatro ou cinco da manhã!
Nesta confusão, Deus enviou um novo Prior, o Pe. Lereno Sebastião Dias, para a minha paróquia, a de S. João de Brito. A minha mãe conseguiu convencer-me a ir falar com ele e eu encontrei um milagre. Aquilo não era um homem, era um furacão de entusiasmo (esta palavra que vem do grego significa ter a Deus dentro de si), um fogo devorador de Evangelização, um arrebatamento Eucarístico. Desafiei-o para uma das nossas reuniões, ficaram todos fascinados. Dentro em pouco estávamos num cursilho de cristandade com outros dois Padres. Um empolgou-nos com as suas pregações, o outro persuadiu-nos de uma forma singular à confissão, sacramento em que não me apanhavam há vários anos. Aterrado, lá confessei as minhas grandes, graves e numerosas culpas (aquele tipo de pecados que não só é difícil de admitir perante os outros mas também perante nós próprios). Como resposta à javardice, ao esgoto ali despejado, desceu a Misericórdia infinita, bela e pura de Deus que renova todas as coisas. Se me soube bem a celebração verdadeira do sacramento da confissão? O Pe. Lereno poder-vos-á responder, pois a partir daquele retiro viu-me todas as semanas ir-me ajoelhar diante dele mendigando a absolvição e a sua orientação Espiritual.
O Pe. Lereno passava horas e horas no confessionário. As filas de gente para se reconciliar eram sempre extensas e como ele ouvia sem interromper e pregava a cada penitente com grande unção, era habitual que alguém para conseguir confessar-se tivesse de esperar uma, duas e às vezes mais horas. Não importava porque a pessoa saía dali reconstituída, restaurada, plenificada.
Impressionava o “contraste” entre as homilias e o confessionário. Naquelas proclamava a verdade sem ambiguidades nem titubeações. Pão pão, queijo queijo. Quando uma boa parte dos membros da Igreja em Portugal advogava, mesmo na UCP, a conciliação e compatibilidade entre o marxismo e o cristianismo, ou, pelo menos, calava a sua incompatibilidade ele trovejava contra a sedução diabólica. Não lhe importava que alguns fiéis saíssem amuados com as suas prédicas, pois sabia que o serviço da verdade é uma forma eminente de caridade. Seguramente atraídos por este desassombro, aquela enorme Igreja transbordava de gente em todas as Missas.
Inexorável em chamar as coisas pelos nomes, no sim sim, não não, combinava essa clareza com um acolhimento humaníssimo de todas as pessoas. Não havia alma por mais distante que estivesse de Deus e da Sua Igreja, por mais empedernida no pecado, não saísse da sua beira reconciliada, consolada, feliz. Nunca foi lamechas, mas era a presença transparente do Cristo Misericordioso, a pura alegria do Evangelho.
A celebração da Eucaristia era o centro da sua vida. De onde tudo vinha, para onde tudo se encaminhava. Na Consagração, parecia transportado ao Céu; a Comunhão distribuía-a com a urgência, embora solene, de quem não sofre mais um momento ver o povo a perecer de fome. Este Padre, se um dia tivermos de definir a sua vida, é Missa. Está tão configurado com Cristo Eucarístico que já não é ele que vive mas é a Missa, é Cristo Ressuscitado que nele vive.

O encontro com este Padre foi, repito, um milagre na minha vida. Sem ele não me teria entregado à oração, ao apostolado, às obras de misericórdia, à evangelização; não teria crescido na Fé, nem na Esperança, nem na Caridade; sem ele nunca teria entrado para o seminário, nem teria preservado no mesmo, nem teria sido Ordenado Padre. Foi, como costumo, dizer, mais que um pai. Não porque o meu não fosse excelente, mas porque há dons sobrenaturais que só podem vir pela paternidade sacerdotal.
Neste Padre e com este Padre aprendi amar a Igreja, a Virgem Maria, os sacerdotes. Foi ele que pacientemente me fez perceber que eu não era a 4ª pessoa da Santíssima Trindade, uma mania hoje muito em voga, pois por mais que nos custe só há três… Nunca por nunca o ouvi dissentir da doutrina da Igreja, mas sempre percebi nele uma fidelidade que lhe brotava da Fé imensa que possuía. Todas as semanas o via ajoelhar-se no confessionário, aos pés do Monsenhor D. João de Castro, para dizer as suas culpas e acolher as misericórdias de Deus. Expunha o Santíssimo Sacramento todos os dias e diante dele rezava com os fiéis o terço do rosário e a oração de Vésperas.
Ao longo da minha caminhada conheci muitos outros sacerdotes, que seria fastidioso enumerar, que me marcaram e ajudaram muito. Uns diocesanos ou seculares, outros franciscanos (ui!, o que estes me têm aturado), jesuítas, dominicanos, espiritanos, agostinhos, outros são hoje Bispos. Para com todos, embora mais uns do que outros, tenho uma enorme dívida, daquelas que é impossível pagar.
Quem trataria as minhas feridas quando caio?, quem me ressuscitaria se morro?, quem saciaria esta fome imensa que me atormenta?, quem me ampararia quando desfaleço?, quem me guiaria nesta babel que é a vida contemporânea?, senão o Padre.
Olhem para as paróquias. Que seria daquela gente que ali fervilha sem elas? Quem cuida dos idosos?, quem visita os doentes?, quem catequiza o evangelho?, quem forma os jovens?, quem organiza o voluntariado?, quem acode aos pobres e aos desempregados?, quem lhes proporciona o encontro com Cristo?, quem cria comunidade entre desconhecidos?
Reparem nas Ordens religiosas. Quem cuidaria dos colégios?, dos hospitais?, dos lares de velhinhos?, das creches infantis?, da missionação?, etc.
Desapareçam os Padres as Paróquias morrerão, as Ordens religiosas soçobrarão. A Igreja, que gera em Cristo os sacerdotes, vive deles. O Padre com todas as suas fragilidades e pecados, pois é um tesouro num vaso de barro, é Cristo no meio do Seu povo. Toda a vida cristã nasce, brota da Eucaristia. Esta é não só a raiz, a fonte, mas também o cume e o vértice da mesma. E a Eucaristia é o Padre a dizer/fazer na Pessoa de Jesus Cristo: Isto é o Meu corpo … Isto é o Meu sangue … Tomai e comei … Tomai e bebei. Esta é a eternidade que nos alimenta e vivifica.
Começou ontem o ano sacerdotal que tem como objectivos criar uma consciência na Igreja e na humanidade do dom imenso que são os sacerdotes e ajudar os Padres a um encontro mais intenso com Jesus Cristo, a uma configuração existencial com O mesmo mais concorde com a sacramental, a uma santidade verdadeira para melhor amar em Cristo os fiéis e toda a humanidade.
Se quiserem rezar por mim e por todos os sacerdotes realizareis uma grande obra de caridade que acabará por reverter a vosso favor.
Nuno Serras Pereira
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sexta-feira, 10 de julho de 2009



"Precisamos de homens que mantenham o olhar voltado para Deus e aí aprendam a verdadeira humanidade. Temos necessidade de homens cujo intelecto seja iluminado pela luz de Deus e aos quais Deus abra o coração, de modo a que o seu intelecto possa falar ao intelecto dos outros e o seu coração possa abrir o coração dos outros. Só através de homens tocados por Deus, Deus pode voltar para junto dos homens”.

Bento XVI

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Oração para o Ano Sacerdotal



Senhor Jesus,
Vós quisestes dar a Igreja, em São João Maria Vianney, uma imagem vivente e uma personificação da caridade pastoral.

Ajudai-nos a viver bem este Ano Sacerdotal, em sua companhia e com o seu exemplo.

Fazei que, a exemplo do Santo Cura D’Ars, possamos aprender como estar felizes e com dignidade diante do Santíssimo Sacramento, como seja simples e quotidiana a vossa Palavra que nos ensina, como seja terno o amor com o qual acolheu os pecadores arrependidos, como seja consolador o abandono confiante à vossa Santíssima Mãe Imaculada e como seja necessária a luta vigilante e fiel contra o Maligno.

Fazei, ó Senhor Jesus que, com o exemplo do Cura D’Ars, os nossos jovens possam sempre mais
aprender o quanto seja necessário, humilde e glorioso, o ministério sacerdotal que quereis confiar àqueles que se abrem ao vosso chamamento.

Fazei que também em nossas comunidades, tal como aconteceu em Ars, se realizem as mesmas
maravilhas de graça que fazeis acontecer quando um sacerdote sabe “colocar amor na sua paróquia”.

Fazei que as nossas famílias cristãs saibam descobrir na Igreja a própria casa, na qual os vossos
ministros possam ser sempre encontrados, e saibam fazê-la bela como uma igreja.

Fazei que a caridade dos nossos pastores anime e acenda a caridade de todos os fiéis, de tal modo que todos os carismas, doados pelo Espírito Santo, possam ser acolhidos e valorizados.

Mas, sobretudo, ó Senhor Jesus, concedei-nos o ardor e a verdade do coração, para que possamos dirigir-nos ao vosso Pai Celeste, fazendo nossas as mesmas palavras de São João Maria Vianney:

Eu Vos amo, meu Deus, e o meu único desejo é amar-Vos até o último suspiro da minha vida.
Eu Vos amo, Deus infinitamente amável, e prefiro morrer amando-Vos a viver um só instante sem Vos amar.
Eu Vos amo, Senhor, e a única graça que Vos peço é a de amar-Vos eternamente.
Eu Vos amo, meu Deus, e desejo o céu para ter a felicidade de Vos amar perfeitamente.
Eu Vos amo, meu Deus infinitamente bom, e temo o inferno porque lá não haverá nunca a consolação de Vos amar.
Meu Deus, se a minha língua não Vos pode dizer a todo o momento que Vos amo, quero que o meu coração Vo-lo repita cada vez que respiro.
Meu Deus, concedei-me a graça de sofrer amando-Vos e de Vos amar sofrendo.
Eu Vos amo, meu divino Salvador, porque fostes crucificado por mim e porque me tendes aqui em baixo crucificado por Vós.
Meu Deus, concedei-me a graça de morrer amando-Vos e de saber que Vos amo.
Meu Deus, à medida que me aproximo do meu fim, concedei-me a graça de aumentar e aperfeiçoar o meu amor.
Amen.

S. João Maria Vianney
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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um Padre mesmo calado, grita-me Cristo



«Oh como é grande o padre! (…)
Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morreria. (…)
Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz,
Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia»

Esta afirmação do Santo Cura d’Ars descreve com vigor e simplicidade
a grandeza do Sacerdócio.

A dimensão da Graça do Sacerdócio
tem o tamanho do Amor de Deus pela sua Igreja,
por cada homem… por mim.

Que seria da minha vida sem a presença e a palavra,
o perdão e o poder de consagrar dos Sacerdotes?

Morreria de fome, solidão e orfandade.
Quem me mataria a fome daquele único alimento
que sustenta a minha vida?
Quem destruiria a solidão para onde me atira o pecado,
separando-me de Cristo?
Quem teria eu para me conduzir e proteger nos caminhos do mundo,
rumo ao destino bom que me espera?

Os Padres que cruzam a história da minha vida, são santos e pecadores,
mas sempre habitados por essa graça maior
que é o Sacramento da Ordem.

Por eles me chega Jesus no Pão, na Palavra e no Perdão,
porque eles me foram dados pelo próprio Cristo,
de uma vontade nascida no Seu Coração,
para que por eles eu possa experimentar a Misericórdia de Deus.

Um Padre mesmo calado, grita-me Cristo!


Rui Corrêa d' Oliveira
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terça-feira, 7 de julho de 2009

Ao Senhor da Messe



«Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a Sua messe» (Mt 9, 38)

Um dia em que eu meditava no que poderia fazer para salvar almas, recebi viva iluminação de uma passagem do Evangelho. Jesus tinha dito aos Seus discípulos, apontando as searas maduras: «Erguei os olhos e vede: os campos estão brancos para a ceifa» (Jo 4, 35); e, mais adiante: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe». Que grande mistério! Pois Jesus não é omnipotente? E as criaturas não pertencem Àquele que as fez? Nesse caso, por que diz Ele: «Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe»?
Porquê?

Ah! É que Jesus tem por nós um amor de tal maneira incompreensível, que pretende que participemos com Ele na salvação das almas. Nada quer fazer sem nós. O Criador do universo espera pela oração de uma pobre alma, de uma alma insignificante, para salvar as outras almas, como ela resgatadas pelo preço de todo o Seu sangue. A nossa vocação específica não é ir trabalhar na colheita dos campos de espigas maduras. Jesus não nos diz: «Erguei os olhos, olhai os campos e ide para a ceifa». A nossa missão (enquanto carmelitas) é ainda mais sublime. A nós, Jesus diz-nos: «Erguei os olhos e vede, vede os lugares vazios que há no Meu céu e que vos compete preencher; vós sois os Meus Moisés que rezam no alto da montanha (Ex 17, 8ss.). Pedi-Me trabalhadores e Eu os enviarei; espero apenas uma oração, um suspiro do vosso coração!»

Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897),
carmelita, Doutora da Igreja Carta 135

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Há muito amor



Há muito amor neste mundo e muito amor no meu coração, mas às vezes esqueço-me. Às vezes penso que não há amor suficiente ou que há apenas um pouco de amor, e assim acumulo o que tenho ou fico com medo de o dar. Tenho medo de o perder.

Mas então percebo que quanto mais amor eu permitir que flua de mim para o exterior, mais amor haverá dentro de mim e mais eu receberei. é ilimitado e intemporal. O amor é realmente a força curativa mais poderosa que existe. Sem amor, eu não conseguiria sobreviver de todo.

O amor cura. por isso eu dou-o e aceito-o sem limitações.

Dulce
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domingo, 5 de julho de 2009

Salvemos o Domingo



Há uma iniciativa no Parlamento Europeu a fim de proteger o domingo como um dia de descanso semanal na legislação dos Estados-membros da União Europeia. O Cardeal de Barcelona considera que esta moção deve ter o maior apoio possível. O arcebispo Luís Martínez Sistach afirmou que “a perda do domingo como um dia de descanso e a ampliação dos horários comerciais e dos feriados em que o comércio pode abrir comportaria o aumento das pessoas que deverão dedicar aquelas horas e aqueles dias ao trabalho”. Se o domingo deixa de ser um dia de descanso, diminui a dedicação de muitas pessoas à sua família.

Os membros da família precisam de tempo suficiente para conviver e crescer no amor e na ajuda mútua, afirmou o Cardeal Martínez Sistach, que define o domingo como “um importante dia de descanso, de alegria e de solidariedade”.
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sexta-feira, 3 de julho de 2009

A crise segundo Einstein



Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado".

Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

A maior solidão



A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflecte. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o património de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

Não queres ser assim pois não?
Toca a arrebitar e a contagiar o mundo com a tua alegria!
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Vê que interessante a quantidade dos nossos antepassados: Pais: 2 Avós: 4 Bisavós: 8 Trisavós: 16 Tetravós: 32 Pentavós: 64 Hexavós: 128 Hep...