sábado, 16 de maio de 2009

Maria é grande

Entre os Santos, sobressai Maria, Mãe do Senhor e espelho de toda a santidade.

No Evangelho de Lucas, encontramo-La empenhada num serviço de caridade à prima Isabel, junto da qual permanece « cerca de três meses » assistindo-a na última fase da gravidez. « A minha alma glorifica o Senhor » (Lc 1, 46), disse Ela por ocasião de tal visita, exprimindo assim todo o programa da sua vida: não colocar-Se a Si mesma ao centro, mas dar espaço ao Deus que encontra tanto na oração como no serviço ao próximo — só então o mundo se torna bom.

Maria é grande, precisamente porque não quer fazer-Se grande a Si mesma, mas engrandecer a Deus. Ela é humilde: não deseja ser mais nada senão a serva do Senhor (cf. Lc 1, 38.48). Sabe que contribui para a salvação do mundo, não realizando uma sua obra, mas apenas colocando-Se totalmente à disposição das iniciativas de Deus.

É uma mulher de esperança: só porque crê nas promessas de Deus e espera a salvação de Israel, é que o Anjo pode vir ter com Ela e chamá-La para o serviço decisivo de tais promessas.

É uma mulher de fé: « Feliz de Ti, que acreditaste », diz-lhe Isabel (cf. Lc 1, 45). O Magnificat — um retrato, por assim dizer, da sua alma — é inteiramente tecido com fios da Sagrada Escritura, com fios tirados da Palavra de Deus.

Desta maneira se manifesta que Ela Se sente verdadeiramente em casa na Palavra de Deus, dela sai e a ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus; esta torna-se palavra d'Ela, e a sua palavra nasce da Palavra de Deus.

Além disso, fica assim patente que os seus pensamentos estão em sintonia com os de Deus, que o d'Ela é um querer juntamente com Deus. Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-Se mãe da Palavra encarnada.

Enfim, Maria é uma mulher que ama. E como poderia ser de outro modo? Enquanto crente que na fé pensa com os pensamentos de Deus e quer com a vontade de Deus, Ela não pode ser senão uma mulher que ama. Isto mesmo o intuímos nós nos gestos silenciosos que nos referem os relatos evangélicos da infância.

Vemo-lo na delicadeza com que, em Caná, Se dá conta da necessidade em que se acham os esposos e apresenta-a a Jesus. Vemo-lo na humildade com que Ela aceita ser transformada no período da vida pública de Jesus, sabendo que o Filho deve fundar uma nova família e que a hora da Mãe chegará apenas no momento da cruz, que será a verdadeira hora de Jesus (cf. Jo 2, 4; 13, 1). Então, quando os discípulos tiverem fugido, Maria permanecerá junto da cruz (cf. Jo 19, 25-27); mais tarde, na hora de Pentecostes, serão eles a juntar-se ao redor d'Ela à espera do Espírito Santo (cf. Act 1, 14).
BENTO XVI, Deus Caritas Est, 41.
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1 comentário:

  1. NADA TER


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    http://www.youtube.com/watch?v=ZoxO8Gse5os
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    Nada ter é tão pouco, alguma coisa ou muito?

    No vácuo existiria ainda um espaço não preenchido de matéria clara ou escura;

    No vazio, um espaço sem matéria, sem campo ou radiação;

    No nada, nem espaço existiria, seria a ausência de lugares, um não lugar que numa singularidade primordial deu origem a tudo o que existe.

    Conseguiremos imaginar esse momento, antes dessa singularidade primordial?

    Onde não existiria nem tempo nem momento, nem espaço ou coisa alguma mas que, no entanto, a tudo deu origem?

    O caos ...?

    A teoria do caos que para a física e a matemática explica o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos?

    Nada ...

    O que é o nada?

    Nada são já quatro letras e ao tê-las já é alguma coisa!

    Muito, pouco ou nada!?

    Caos também tem quatro letras ...

    E Deus!?

    Outras quatro ...!

    Que maravilhosas combinações de caracteres sem as quais, no princípio, no meio ou no fim, nada existiria!

    Nada já é ter alguma coisa.

    Já é alguma coisa!

    Como quantificá-lo, qualificá-lo não menos!?
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    http://www.youtube.com/watch?v=jlKcMJwcgq4
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    ( in A Música das Palavras )
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    Jaime Latino Ferreira
    Estoril, 16 de Maio de 2009

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